capítulo 1

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Outra porta para o destino.

Cordelia ou Lia como era chamada voltava de mais uma viagem como assistente de costura de Madame Tulon.
Uma importante modista em toda a Europa mas essa era uma viagem diferente, pois era sua última viagem como aprendiz ou assistente.

Naquela noite, Madame a chamou para conversar na sua sala enquanto tomava chá.

-Minha querida, essas são suas últimas horas com minha aprendiz, aqui está uma carta de recomendação, poderá trabalhar em qualquer atelier de toda Europa com esta recomendação. É uma lástima que eu não possa lhe adotar, pois estarei indo para a América eu não sei por quais dificuldades passarei por lá. - Diz enquanto lhe entrega a carta. - Se eu conhecesse esse alguém de confiança pediria que que lhe adotasse, mas não conheço ninguém tão íntimo assim.

-Madame não precisa se preocupar comigo, eu sei me virar muito bem, não há com que se preocupar. Eu já fiz meus planos para o futuro.

-E quais seriam eles minha querida?

-Ficarei no orfanato até completar 14 anos, depois que o dinheiro que economizei pretendo pegar o trem para a França , lá usarei carta de recomendação conseguirei um bom trabalho e viverei a vida calmamente, sem demais preocupações.

-Devo elogiar é um bom plano, mas saiba que nem sempre as coisas saem como esperado. E que não se esqueça que na maioria das vezes as coisas inesperadas são as mais maravilhosas, não veja suas tentativas como erro assim como aprendizagem, o mundo é muito grande é também não se esqueça " Pássaros com as mesmas penas voam lado a lado".

- Por que Madame está falando isso?

-Um dia minha querida você irá encontrar a pessoa que lhe completa, quando eu encontrar entenderá esse provérbio .

-Acho que já a encontrei.- Murmurei pensativa me lembrando das cartas.

- O que você disse querida?

-Nada! - Expliquei escondendo o rosto com as mãos.

-Mais voltando ao assunto tem um presente para você, espere. -Ela fala se levantando e indo até uma caixa bem decorada, logo eu colocando em cima da mesa. - Abra!

-Madame não precisava, mas já que você faz questão.

Me aproximei da Caixa e delicadamente desfiz o laço do embrulho, era uma máquina de costura portátil, um dos modelos mais novos, eu sabia que custava uma fortuna. Chocada me virei para Madame.

-Não posso aceitar é muito caro.

-Vai aceitar sim ! Você e como uma filha que nunca tive e esse e o meu presente para comemorar seu aniversário de doze anos!!

Não adiantava tentar argumentar com Madame, ela era uma força da natureza completamente imparável é indomável. Então sem muita escolha aceitei o presente.

-Agora vá dormir, amanhã mandarei o cocheiro te levar ao orfanato.- Ela se aproximou me deu um beijo na testa, me guiou até meu quarto, esse que era modesto mais confortável.- Boa noite.

-Boa noite. - Respondi já sonolenta, logo após trocar de roupa cai no sono imediatamente.


_No dia seguinte_

Eram 9 horas da manhã, quando uma carruagem partiu do atelier de Madame Tulon em direção ao orfanato campo das maçãs, dentro dela havia uma garota de 12 anos com longos cabelos negros e trajando um vestido vermelho, esse que era um uniforme do orfanato, com leves modificações, o que mais chamava atenção no seu traje era o enfeite de cabelo, que parecia ter origens nobres, por mais que ela fosse uma órfã.

Eram 9 horas da manhã, quando uma carruagem partiu do atelier de Madame Tulon em direção ao orfanato campo das maçãs, dentro dela havia uma garota de 12 anos com longos cabelos negros e trajando um vestido vermelho, esse que era um uniforme do orf...

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Ela nunca se importou em perguntar da onde é que enfeite veio, pois para ela com ou sem ele, ela seria a mesma, a presença dele ou a falta dele não lhe faria diferença nenhuma, assim como os pais que lhe abandonaram não faziam diferença para ela.

O que ela achava mais irônico era que no dia em que ela foi encontrada pela diretora do orfanato só haviam três coisas junto dela, uma manta de ótima qualidade, um enfeite de cabelo que até então estava na sua manta e um coelhinho de pelúcia.

Nenhuma carta ou explicação plausível para o seu abandono, mas estava tudo bem ela não precisava de adultos ao seu redor para garantir o seu futuro.

Fui tirada dos meus pensamentos quando o cocheiro avisou que havíamos chegado ao orfanato, já nos esperando na porta estava diretora, ela agradeceu o cocheiro, que ajudou a tirar minhas malas, esse mesmo partiu logo em seguida.

-Delia como foi a viagem? Conheceu novas pessoas e visitou novos lugares?- Ela era a única que me chamava de Delia
ela nunca me disse o motivo.

- Fomos a Espanha como última parada, conhecemos muitos nobres, foi divertido.- Conclui sorrindo para idosa.

Eu sentia que algo estava prestes a acontecer só não sabia o que.

A Outra Porta Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora