Capítulo 1

13 1 0
                                    

Eu estava na sala de aula quando o vi pela primeira vez, nunca passou pela minha cabeça que esse seria a pior coisa que podia me acontecer. Cabelos lindos e rosto bonito não são tudo em uma pessoa, e percebi isso da maneira mais dolorosa possível.

Theo é o seu nome. Theodor Stron, neto do criador da marca de comésticos Stron's Culture. Ele é alto, forte, estiloso e líder da equipe de natação. E eu sou pequeno, magro, nerd e líder da equipe de robótica. Ele é Steve Rogers e eu o Groot.

Mas é como minha mãe me dizia, "grandes futuros, grandes dificuldades", já faz tempo que não vejo ela e minha família. Eles ficaram no Brasil, já eu ganhei uma bolsa de estudos na escola High Divine School, no Canadá.

Sempre estudei muito para conseguir dar uma condição melhor para minha família, batalhei e ainda batalho, e não vai ser um garoto mimado e gostoso que vai me destruir.

Quer dizer, destruir meus sonhos, o meu corpo eu já não sei.

–  O nerd tá demorando pra chorar, não é Brian? - disse Spancer, um garoto loiro.

– Assim que é bom, preciso treinar para a luta da semana que vem! – falou Brian. – Quer fazer as honras, Theo?

Meu olho já estava roxo e ainda me obrigaram a ficar ajoelhado naquele mato enquanto me davam vários socos. Já não sabia o que era dor, apenas sabia o que era humilhação.

Theo não exitou e meteu um chute na minha cara, dessa vez não resisti e caí no chão atordoado.

– Garotos! – gritou uma voz, acho que era de Traicer. – Tem gente vindo, vamos logo para o shopping!

Os garotos saíram andando sem nem sequer olhar para trás. O que mais doía, era que mesmo assim, eu tinha uma queda por Theo. Podem me julgar, até eu me odeio. Mas vê ele com aquele moletom que devia custar meu rim, era tudo.

O úncio problema de levar uma surra quase todos os dias, era que minhas mãos ficavam feridas e imóveis, parecia que meus dedos iriam cair. Então colocava gelo e passava algumas pomadas, e tentava estudar. Se eu não estudar, não vou ajudar minha família. 

Mas ás vazes tinha um anjo que me socorria, e esse anjo era Lucinda, enfermeira da escola, também brasileira. Tinha cachos tão belos e uma personalidade tão encantadora, que deixava angustiado vê-la trabalhando com garotos idiotas que tudo que sabem fazer é gabar que tem dinheiro, dinheiro que nem é deles.

Consegui ver com os olhos serrados Lucinda passando alguma coisa em minha mão e vereficando o curativo em meu rosto.

- Ai ai, Adam. Dessa vez foi feio - falou ela percebendo que eu acordei. - Esse chute na sua cara foi terrível, se fosse na testa, não sei se poderia fazer alguma coisa por você... - terminou olhando bem em meus olhos.

- É claro que você conseguiria, você é um anjo - disse tentando anima-la, algo que não deu muito certo. Lucinda retorceu os lábios e ajeitou seu jaleco.

- Me dói muito, Adam, te ver assim e não poder fazer nada.

- Eu já disse, Lucinda. Se eu prestar queixa, é bem provável que me expulsem. Eu tenho bolsa, e eles dinheiro - falei sorrindo. Nunca contei para ninguém a minha razão de estudar, não quero que sintam dó de mim por mais um motivo.

A enfermeira fez carinho na minha ferida e começou a acumular o algodão com sangue em uma tijela.

- Lucinda, me diga que não avisou a criatura - perguntei a encarando. Se a criatura souber, precinto uma escola pegando fogo em poucas horas.

- Sobre isso... beijos querido! - respondeu saindo o mais rápido possível da sala. 

Nem passou muito tempo para ouvir alguém aos berros no corredor gritando pelo meu nome. Ela era minha melhor amiga, Amanda. Cabelos castanhos, alta e olhos verdes, além de sempre usar roupas extravagantes. 

Ela adentrou o local com seu sobretudo preto encarando todas as macas do local, até conectar seus olhos pegando fogos nos meus. Com poucos passos, chegou perto de mim e deu um grande suspiro de alívio.

- Adam! Quase enfartei com aquele aviso da Lucinda! Quem foi que fez isso? Foram o Cu de Ouro de novo? Se for, eu juro que vou enfiar uma vassoura de ferro no meio do furico daqueles arrombados! E aí além de ficar com um buraco negro, vão pegar tétano! - Olhei ela com os olhos arregalados, e o motivo, era que ela iria mesmo fazer tudo aquilo. - Anda, Adam! Foram eles? 

Meu sim foi respondido com meu desviar de olhar. Amanda ajeitou seu sobretudo e estava prestes a começar a correr.

- Amanda! Por favor, não faça isso.

- Dessa vez o Cu de ouro não vai passar! Olha o que eles fizeram com sua bochecha de neném!

- Amanda, se você fizer isso, eles virão atrás de mim... - ela parou por um segundo e sentou ao meu lado. Ela era como uma irmã qe nunca tive, e eu para ela era o mesmo, por isso me tratava como da própria família 

Ela passou suas mãos em minha bochecha vendo a vermelhidão que formou e depois passou em minha barriga, e nessa hora gemi de dor.

- Dessa vez passa, mas na próxima, eu vou soltar a bomba - disse Amanda me olhando profundamente.

O pai dela era fornecedor de armas para o Candá e Estados Unidos, ela com certeza devia ter uma bomba. 

Nem ela sabe que eu gosto de Theo, se soubesse, provavelmente me mataria.

- Vamos Adanzinho, você perdeu duas aulas, mas a Sra. Meghan vai anunciar as notas de Mechatrônica.

Raios! Perdi duas aulas! Lavneti em um pulo, o que foi erro. Quase caí em cima de Amanda. Ela me ajudou a andar até a sala de aula, que dava quase 90 metros de distância e abriu a porta para mim.

Meu olhar logo se conectou com a do Theo, uma olhar azul quase cinza, que me enchia de desejo. Mas logo se conectou com as dos outros, e perdi totalmente o desejo. Percebi que Spancer sussurrou algo no ouvido de Theo enquanto me sentava, talvez era algum plano de como me matar definitivamente.

- Adam, o que houve rapaz? - perguntou Sra. Megan preocupada, Ela me adorava, tirando o Cu de Ouro (Nome que Amanda escolheu para Theo e outros), as pessoas constumam me adorar.

- Ele entrou no time de Boxe - respondeu Brian no meu lugar me encarando com uma expressão assustada.

- Vontade de meter a voadora nesse paunucú! - sussurrou Amanda no ouvido.

Sra. Megan começou a explicar a matéria, o resto que faltava, e nada me tirou da concentração, a não ser o reflexo de Theo que formava na janela da sala. Amanda não parava conversar com a galera de trás e ás vezes tinha que meter o cutuvelo quando me atrapalhava.

O momento que todos (eu) aguardava chegou, a nota do teste. Preciso tirar a nota máxima, os 20 melhores resultados poderão ir no acampamento semana que vem. A professora começou a entregar as notas e aguardava a minha ansiosamente estalando meus dedos.

- Parabéns como sempre, Adam - peguei o papel e como esperado, tirei MI (melhor impossível) - E Amanda... parabéns por ter Adam como amigo - falou a professora, ela tinha tirado Ins (Insatisfatório).

- Que se dane, eu sou herdeira - reclamou Amanda fazendo biquinho.

Gargalhei com o comentário dela, ela sempre fala isso quando vê a nota da prova. E flanado em prova, consegui ver na janela que Theo estava olhando sua prova com um pouco de desprezo. Se eu pudesse trocar minha nota por a dele, eu faria.

A conversa parelala foi infelizmente interrompida pela chegada do diretor, que usava sempre um terno. Era raro quando ele saia da sala, então pisou para dentro da sala, nem uma alma ousou falar.

- Bom dia, diretor - falou Sra. Megan.

- Olá professora, preciso de Theo imediatamente - respondeu seco encarando o garoto.

Acho que estou escutando o coração dele bater, a não, é o meu. Theo se levantou e foi andando com o diretor, mas antes de sair da sala, vi que ele já devia saber o que se tratava, e do jeito que me olhou antes de passar pela porta, com certeza era sobre mim.

Afogado (com carinho)Onde histórias criam vida. Descubra agora