UM

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Estão vendo aquele cara barbudo, caído vegetando em meio a uma bagunça de resto de comida, caixas de pizza e latas de cervejas?

Não. Esse cara em estado deplorável não sou eu. É uma pessoa que até uma semana atrás era o meu namorado e se dizia apaixonado por mim.

Sabe quando enfim tudo faz sentido em sua vida, quando o problema não é mais problema e sim solução? Minhas incertezas viraram certezas e eu parecia disposto a enfrentar qualquer obstáculo, inclusive um que se chama: Família.

Pedro me fez sentir assim. Ele foi o redbull que eu precisava.

Certa vez eu vi em uma matéria na internet, que homossexuais não tem propensão a se apaixonar ou ficar com o mesmo parceiro por muito tempo. Na época eu apenas dei de ombros e desconsiderei, era algo que não acrescentava na minha vida. Mas agora, depois de ter me conhecido interiormente, eu discordo totalmente daquela matéria tendenciosa que foi escrita, com certeza, por um machão preconceituoso ou por um religioso radical. A gente também ama e se apaixona, e mesmo com o jeito presunçoso e mandão de Pedro, eu o amei e quis ele ao meu lado, na minha vida, sem importar para nada do que as pessoas poderiam falar.

E então o sabidão aqui meteu os pés pelas mãos e colocou tudo a perder. A consequência é um cara de 27 anos triste e recluso por minha causa.

Só um milagre para fazer Pedro abrir aquela maldita porta e me ouvir. Enquanto isso vou contar tudo la de trás, para que entendam o que aconteceu.



Três meses antes


Olha o rapazinho de cabelos pretos ali no meio da galera vibrando com o jogo de futebol na quadra do colégio. Era para eu estar em campo, mas machuquei o dedão na ultima pelada e não aguento calçar chuteira.

Agora sim, ele sou eu. Hugo, dezessete anos, acabei de completar. Estou no ultimo ano do ensino médio e provavelmente tentarei vestibular em alguma faculdade no Rio. Moro a dois passos de lá. Estamos em Petrópolis.

Minha família é composta por pai e mãe, eu, uma irmã de 12 anos e um irmão mais velho de 20.

Como vocês já estão a par da minha historia, eu me descobrir Homossexual de repente. Só me dei conta de verdade, que eu tinha atração por homens no dia que fui assistir um pornô com meus amigos. E esse episódio já tem quase dois anos. Esse tempo foi o suficiente para eu entender e aceitar a maneira que eu sou. Não falo "meu problema" por que problema é quando te atrapalha de algum modo sua saúde ou bem estar. Ser gay não me incomoda, até por que é um segredo só meu.

Depois daquele dia que vi o filme pornô eu passei a olhar os homens que me cercavam de outro modo. O vizinho, meu professor, meu tio que veio passear e ficou em nossa casa. Eu não dava bandeira, mas ficava discretamente analisando com visão periférica. O que rolava na minha cabeça? Nada além de imagens soltas; ainda não tinha aprendido a técnica de bolar uma cena de eu fazendo sexo com um desse caras. Eu apenas os imaginava pelados, como seria o pau e a bunda. Durante esse tempo fui conhecendo mais a mim mesmo e agora sei que as partes masculinas que mais me chama atenção é sem duvida os braços.

E assim segui dia após dia olhando e imaginando. Mais tarde eu descobri que isso se chama comer com os olhos.

Para extravasar meu desejo reprimido que crescia a cada dia, eu descobri a punheta com as tais cenas de sexo boladas em minha mente. Vocês sabem como acontece: quando vemos aquele cara gostoso pra caralho em algum lugar e mais tarde, quando estamos sozinhos no banheiro ou na cama, ele faz loucuras nos nossos pensamentos enquanto a mão trabalha rápido no pênis.

Sim Senhor - Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora