Era bem comum Mirella e eu sair cedo e voltarmos tarde, mas havia dias que isso não ocorria. Hoje era um deles, meu aniversário, por mais fatídico que seja, iríamos comemorar, já que meu pai estava vindo me visitar e, por insistência da minha avó, Mirella também viria.
É óbvio que eu estava nervosa, diversos motivos contribuíam nisso, seja por ser a primeira vez que eu tinha convidados, seja por meu pai e Mirella não se conhecerem ou seja pelo fato de Mirella ainda não saber o que tornava meu aniversário uma data triste.
- Tudo pronto, aniversariante? - disse minha avó, percebendo minha inquietação.
- Tudo - realmente a festa não era o problema, a comida iria ficar pronta dentro do horário e o restante já havia sido organizado.
- Só vai vir uma pessoa?
- Sim... - esperei a frustração e o desânimo vindo dela, mas recebi um cafuné entre meus cabelos.
- Bem, já é um começo - disse com um sorriso que transpassava calma.
Então a campainha toca e me pronto a atender, mas... Eu congelo segundos antes de segurar a maçaneta.
- Não consigo - balbucio em um sussurro, qual minha avó se atenta a ouvir.
Vendo a situação ela me tirou da frente e abriu a porta mostrando uma garota de cabelo azul e vestido amarelo.
- Olá - expressou a moça elegantemente.
- Olá, você deve ser Mirella, Sarah estava à sua espera.
Ela inclina o corpo para ver atrás da mais velha, me observando sem qualquer reação.
- Posso entrar? - voltando à posição anterior se dirige a minha vó, que só se move para o lado e Mi logo vem ao meu encontro - Aqui - puxou de sua bolsa azul um pacote - Comprei um presente para você, espero que goste! - sorriu me entregando a caixa toda decorada.
Abrindo vi duas coisas entre o papel rosado, um pequeno quadro com uma flor pintada a tinta óleo e um tipo de mural em grade de cor escura e retrátil, junto de algumas fotos soltas.
- Gostou? O quadro é de uma Vanilla, já que me contou ser sua flor favorita, fui eu que pintei - meu sorriso mostrava já o quão agradecida eu estava - e o mural é para colocar nossas fotos.
- Eu... Eu amei - olhei em seus olhos bicolor.
- Que bom... E... - ela retirou mais um pacote de sua bolsa carteiro - Isso meus pais queriam te dar - abri rapidamente e tirei um perfume e um vestido cinza
- Que bonito - comentei.
- Eu não gostei, não acho muito seu estilo... Eu gosto do seu estilo.
- Hmm... Obrigada de qualquer forma, quer fazer alguma coisa? Eu tenho alguns jogos de tabuleiro para a gente jogar.
A garota de amarelo concordou e caminhamos até meu quarto, abri um armário e mostrei a quantidade grande de jogos empilhados, nem um pouco organizados.
- Cara... - ela pigarreia - Caramba, quanta coisa.
- A maioria foi meu pai que me presenteou... Quer jogar qual?
A garota aponta para um chamativo e diz "aquele", sendo um jogo antigo eu não lembrava como se joga, mas Mirella parecia ter um dom de entender o que as regras diziam.
Se passou um considerável tempo e estávamos jogando um desempate de uma melhor de cinco, jogando diferentes jogos a cada vez, agora era um quebra-cabeça de gatinhos, os quais tinham que formar um padrão, totalmente de estratégia e em que eu estava perdendo.
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Para Sempre Serafin
Romancede onde tudo começou? a dor, a guerra, o ódio e a tristeza? eu não faço a menor ideia, no entanto, sei muito bem onde me apaixonei por você naquele penhasco, pelo qual por pouco não se permitiu cair, ou se permitiu voar você era tudo para mim, do me...