Little Boy ** MUKE

2.4

O garoto estava claramente mais empenhado em conseguir o número do celular de Michael do que em encontrar um CD pela loja e Clifford parecia não se importar com isso, não respondia ao flerte, mas também não o interrompia, e aquilo estava tirando Luke do sério.

Luke encarava os dois quase com um olhar assassino e o som da risada de Michael nunca o irritou tanto, o fato de estar com ciúmes o deixava ainda mais puto, porque é completamente irracional, eles não têm nada, Michael só está sendo gentil com um cliente, mas Luke não conseguia parar de pensar que Clifford nunca sorriu pra ele, ou riu de uma piada que Luke fez, o que é obvio, talvez Luke seja a pessoa mais rabugenta que pisou nesse planeta.

- Michael... - Luke o chamou e o mesmo o olhou ainda sorrindo. - ...eu atendo ele. - Luke disse sério e Michael negou com a cabeça, com seu sorriso desaparecendo aos poucos.

- Eu...

- Eu preciso que você arrume umas caixas lá no deposito, eu atendo o garoto. - o sorriso de Michael desapareceu por completo, com uma carranca tomando seu lugar e ele se afastou em passos largos deixando um aceno para o garoto. Não duvida que tenha que arrumar o depósito, mas não especificamente naquele momento, Luke sorriu satisfeito e então se aproximou do garoto que também já não tinha mais uma sorriso nos lábios, pobre rapaz, tinha a absoluta certeza que conseguiria o numero do vendedor simpático no final da compra. - E então...? - o menino pegou dois CD's da prateleira e entregou a Luke.

- Só esses. - O garoto disse com a voz um tanto decepcionada.

O dia se arrastou como uma tortura, Michael não ousou sair do deposito, já que Luke queria que ele o arrumasse dedicaria todo o restante do seu dia a isso. Já Hemmings também não ousou ir até lá, ficou no salão atendendo os poucos clientes que apareceram durante o dia, estava envergonhado da cena que fez e tinha medo que Michael o confrontasse, não teria coragem o suficiente pra assumir que só estava com ciúmes.

Michael esperava pacientemente Luke do lado de fora da loja, mas seu chefe parecia demorar de propósito, depois de o arrumar trabalhos inexistentes apenas para que ele não atendesse os clientes durante todo o dia. Se a intenção de Luke era fazer com que Michael não se demitisse ele definitivamente estava fazendo da forma errada.

- Finalmente. - Michael resmungou exausto assim que Luke saiu, sempre o esperava para ir embora, era só um costume que adquiriu durante os anos. - Boa noite. - O mais novo já estava se afastando quando o loiro o chamou.

- Espera. - Michael o olhou completamente exausto, tanto fisicamente quanto emocionalmente, só queria ir embora e dormir pelo resto do dia. - Eu não quero mesmo que você deixe o emprego, você já trabalha aqui a muito tempo e como você mesmo já disse seria horrível ter que ensinar tudo para um novo funcionário então...

- Luke, já falamos sobre isso. Você não vai fazer com que eu mude de ideia. Eu posso treinar o novo funcionário, está tudo bem, eu...

- Deixa eu terminar de falar. - Luke reclamou um tanto irritado e Michael se calou a medida que se aproximava até estar na porta da loja mais uma vez. - Eu sei que não parece, mas eu gosto de trabalhar com você. - Luke estava literalmente mais vermelho do que um tomate e já começava a tropeçar em suas próprias palavras. - E eu... - Luke suspirou e Michael esperou que ele terminasse a frase, mas ele não terminou.

Luke o beijou. O puxou pra si o prendendo em seus braços desejando que ele não fugisse e Michael não fugiu, não seria louco de fugir, apenas enrolou seus braços na cintura de seu chefe enquanto aproveitava a sensação de ter seus lábios cuidadosamente encaixados.

- Não faz isso comigo. - Michael murmurou, com os olhos ainda fechados, colado ao loiro sem se importar se as pessoas na rua os olhavam ou não.

- Desculpe. - Luke o respondeu, mas agora se afastando e andando pra longe dele, não tem forças pra o ouvir dizer mais nada, ao menos não por essa noite.

Michael sempre foi quem infernizou a vida de Luke, mas agora é Luke quem inferniza sua vida.

Se sua intenção era fazer com que Michael mudasse de ideia, bom, dessa vez ele conseguiu, talvez essa seja a forma certa, porque Michael Clifford acabou por descobrir que os braços do seu chefe talvez seja um dos seus lugares preferidos, contra seu corpo quente e aconchegante.