Sangue salvador

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Era 00:30, não havia mais sinal do calor que tinha trazido a seca. Na realidade um ligeiro frio já aparecia com a chuva que caia violentamente no chão.
Os últimos casos que tinham chegado, tinha sido exatamente por causa da chuva que causou acidentes de viação. Os residentes não via modo de poder chegar uma hora para poder descansar.

- Como foi o teu turno? – Ben, questionou ao entrar na pequena sala com cacifos para poder colocar sua bata.

- Como foi? – Juliette boceja. – Pergunta-me antes como está a ser, ainda não parei, nem por um minuto, só agora o movimento acalmou um pouco, não acho que saia tão cedo. – Franziu sua testa se lamentando.

-Estamos quase no fim...

-Do estágio. – Juliette o interrompeu. – Não das eternas horas.

- Fala por ti. – Ele sorriu sem vontade.

- Ainda não te disseram nada?

- Não, ainda não fui contratado por nenhum hospital, mas... vou continuar tentando, já tu. – Ele sorriu orgulhoso da melhor amiga.

- Seria tão bom que trabalhássemos no mesmo hospital. – Ela se levantou para o poder abraçar de lado.

- A mesma escola, Universidade e hospital ... é, ter alguém conhecido sempre nos dá um conforto diferente.

- Aqui estão vocês os dois. – A enfermeira loira os interrompeu entrando na sala.

- Que cara de entusiasmo é essa Ash? – Bem questionou quebrando o abraço com Juliette.

- Milagres pelos vistos acontecem, a militar acordou. – Ben, olhou rapidamente sério para Juliette quando Ash deu a informação.

- Calliope, a militar que está há cinco anos em coma e tinha entrado em morte cerebral... - Bem, dizia incrédulo. – Acordou?

- Cega. – Ash disse com toda a naturalidade. – Mas, acho que no meio desta situação toda a cegueira será o menor dos problemas dela, sobreviver assim a uma bomba suicida.

- É a tua paciente. – Ben, disse quase sem voz. – Vai ver como ela está. – Juliette não sabia se aquilo tinha sido um pedido ou uma ordem, mas ela assim fez.

Saio da sala devagar, o corredor nos olhos de Juliette parecia aumentar, seu coração acelerava. Ela caminhava, mas parecia não sair do sítio, sua respiração tinha se tornado tensa, e o motivo de seu stresse a esperava há porta do quarto de Calliope, seu pai estava parado claramente esperava por Juliette.

- Vieste ver o teu pequeno milagre? – Sebastian questionou claramente irritado. O horário ajudava que não houvesse ninguém nos corredores, mas pai e filha sabiam que não deviam ter aquela conversa ali.

- O que queres dizer? – Juliette tentou soar mais inocente do que realmente podia ser.

- Mais de sessenta anos...- Ele sussurrou. – Que sou médico, e a medicina de facto mudou muito desde os anos 60 quando a tua mãe me transformou, mas sendo neurologista e vampiro sei que não foi nada de conceitos médicos... foste tu.

- O teu sangue nunca teve o poder de salvar ninguém como o meu tem. – Ela sussurrou de volta olhando em redor. – Não conseguirias compreender.

- Não podes ir com essa atitude pela vida, simplesmente não podes, vais chamar atenção...

- Ninguém tem que saber. – Ela se defendeu.

- Ela estava morta. – Sebastian teve que se esforçar para não gritar. – O cérebro dela estava morto, ela era um vegetal; achas mesmo que ninguém vai dizer nada? Achas mesmos que ninguém vai notar?

Não tão monstruosoOnde histórias criam vida. Descubra agora