"The light at the end of the tunnel"

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O tempo passou rapidamente e, em um piscar de olhos, dois meses se esvaíram desde que Han começou sua jornada de reconstrução. Retornar à faculdade de engenharia foi apenas o primeiro passo; logo ele decidiu mudar para psicologia, sentindo-se mais alinhado com sua necessidade de compreender a mente humana antes de se aventurar em ajudar os outros. Felix se tornou seu pilar nesse processo, compartilhando tantos momentos juntos que parecia que viviam sob o mesmo teto, uma sincronicidade reconfortante que ambos valorizavam profundamente.

— Lix, encontrei outro. Vou desligar. Beijos — Han despediu-se ao telefone.

— Tchau, Sun. Boa sorte! — a voz de Felix veio calorosa do outro lado da linha.

Guardando o celular, Han ajustou nervosamente o cabelo e respirou fundo ao entrar na cafeteria. O ambiente era acolhedor, com cortinas brancas que contrastavam suavemente com as paredes de madeira escura, emitindo um aroma tentador de café fresco e bolos recém-saídos do forno. O sininho da porta anunciou sua entrada, ecoando levemente no espaço tranquilo. Ele se dirigiu ao balcão com um sorriso tenso, tentando não deixar transparecer seus nervos.

— Olá! Aqui é onde vocês estão contratando baristas? — ele perguntou à atendente.

— Claro, só um momento! — a moça de uniforme se curvou e chamou um rapaz loiro alto para atender Han. O olhar do rapaz era um misto de curiosidade e reconhecimento. Algumas semanas atrás, Jisung teria se sentido intimidado e desconfortável com tal atenção.

— Pois não?

— Olá, meu nome é Han Jisung. Gostaria de me candidatar para a vaga de barista — ele tentou manter a calma e a educação.

— Han Jisung? Por que esse nome me parece familiar? — o loiro refletiu por um momento — AH, MEU DEUS! HAN JISUNG!

— Sim?

— Sou eu, o Hwang Hyunjin da escola!

Han revolveu suas memórias da época da escola, tentando lembrar de algo que não estivesse relacionado a Minho, algo que parecia distante e difícil de alcançar. Finalmente, veio à mente o primeiro dia de aula e o encontro com o garoto alto antes de ser resgatado por seu namorado.

— Ah, claro... — Han sentiu-se desconfortável.

— Devo pedir desculpas pela maneira como nos conhecemos. Foi errado da minha parte gritar com você daquele jeito.

— Está tudo bem. Se não fosse por você, provavelmente nunca teria conhecido Minho — um sorriso tímido surgiu em seus lábios.

Hyunjin quis mencionar o quanto formavam um belo casal, irradiando amor sempre que estavam juntos, mas sabia que a perda de Minho ainda era uma ferida aberta para ambos.

Hwang e Han conversaram por horas. Hyunjin não era mais o garoto irritante que Jisung lembrava da escola; agora, era maduro e respeitado por todos no estabelecimento. Contou a Han que estava assumindo as decisões do lugar, já que seu pai estava doente.

— Consegui, Lixie! — Han gritou, abraçando o garoto.

— Que bom, Sun! Estou tão feliz por você, querido — Felix segurou-o pelo pescoço para se apoiar.

Jisung roubou um beijo rápido de Felix, que protestou com um gemido. Risos ecoaram pela casa e Bangchan sorriu aliviado, não se lembrava da última vez que vira seu irmão tão feliz e despreocupado. Recordar o tempo que Jisung levou para superar seu luto e encontrar o amor novamente era doloroso para ele, mas agora, estava orgulhoso de seu irmãozinho.

— Então, Felix, quando você se forma? — Bangchan perguntou, enquanto comia um pouco de salada.

— Este é meu último ano; depois disso, irei para a faculdade — o ruivo sorriu pensativo.

— Que curso você pretende fazer?

— Acho que cinema. Sou apaixonado por comédias românticas.

Jisung segurou a mão de Felix sob a mesa, sorrindo bobamente. Bangchan achou graça.

O casal deitou na grama, observando as estrelas e desfrutando da companhia um do outro. Felix estava encantado com as estrelas brilhantes que testemunhavam o amor jovem e apaixonado entre eles. Ele abraçou a cintura de Han, ouvindo seu coração bater lentamente, deixando-se envolver por uma sonolência tranquila.

— Sabe, Lix... — Han começou.

Ele acariciou os cabelos ruivos encaracolados de Felix, sentindo sua textura suave e reconfortante. Felix era como um pequeno sol brilhando em sua vida.

— Sinto algo especial quando estou com você. É algo bom, algo que me faz sentir bem e feliz comigo mesmo.

Felix ergueu os olhos para Han, mesmo na penumbra do jardim.

— Eu te amo, Felix! — ele confessou.

Seu peito subia e descia com nervosismo, aguardando a resposta de Felix. Seria cedo demais para declarar seu amor? Estaria sendo impulsivo? Eles nem mesmo eram oficialmente um casal ainda. Mas uma coisa ele sabia com certeza: amava aquele pequeno sol mais do que jamais imaginara ser possível.

— Eu também te amo, Sun!

Felix sorriu amplamente, finalmente sentindo-se completo com o amor de Han, algo que ele nunca imaginou encontrar.

Seus lábios se encontraram novamente, mas desta vez de uma maneira diferente. Não era apenas desejo superficial; era amor genuíno. Era indescritível para ambos, algo simples, mas tão valioso que precisava ser cuidado e protegido com sinceridade.

Se alguém tivesse dito a Han Jisung há três meses que ele estaria de volta à faculdade, trabalhando e amando alguém que o amava em retorno, ele teria rido até perder o fôlego. Era algo que nem mesmo Bangchan acreditaria ser possível.

E aquele ruivinho extrovertido, com seu rosto que parecia uma constelação e o sorriso mais radiante, foi a luz no fim do túnel para Han Jisung.

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❝𝐒𝐔𝐍𝐒𝐇𝐈𝐍𝐄❞ - jilix.Onde histórias criam vida. Descubra agora