Capítulo 2: A Benção

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Acorde, seus sonhos e fantasias se esvaíram por um buraco causado por um projétil fervente. Sua vida, suas memórias passam diante de seus olhos, seu funeral será caro, a cidade inteira irá marcar presença, o local de sua morte será demolido e transformado em um memorial para vítimas do massacre que ocorreram naquela fatídica noite. Acorde.

— ACORDA, PORRA!

O Sargento Kyle abre seus olhos em terror, Detetive Matthew Sullivan e Denis Fontenelli o cercavam com olhares preocupados, Sullivan exclama para Fontenelli

— Eu te falei, irmão, gritar resolve.

—  Casos isolados e chances mínimas.

Sullivan se vira para o Tenente, ele quase não podia segurar a emoção, a felicidade em seu rosto de ter um caso grande em mãos estava o consumindo por dentro.

—  Tá pronto pra me dizer o que houve aqui?

o Tenente se levanta com a mão na cabeça, o jovem estava com uma dor de cabeça horrível, anos depois desse acontecimento ele foi diagnosticado com tumor cerebral em decorrencia das pancadas, infeliz situação.

— Melhor, eu posso mostrar pra vocês o vídeo das camêras.

Ele aponta para uma camêra no fim de um corredor. Sullivan sorri e quase não consegue conter a animação, ele palmas e exclama.

— Para a sala bizarra das camêras!

— Eu lhe mostro o caminho.

Sullivan e Fontenelli seguem o Tenente até a tal sala, onde Sullivan passa a frente de Kyle e tenta abrir a porta, sem sucesso pois ela estava trancada. Uma sensação corre pela espinha de Sullivan, seu sorriso se esvai, um som abafado de uma escopeta sendo engatilhada é escutada através da porta, Sullivan rapidamente se joga no chão ao lado da porta, dois disparos são efetuados, dois buracos imensos clareavam a sala, um som intenso de cápsulas são escutadas caindo no chão. Sullivan, ainda no chão, saca o seu revolver e grita.

— ELE TA RECARREGANDO, PRA CIMA DELE!

Fontenelli saca uma 1911 .45 de seu coldre dentro da jaqueta, ele chuta a porta e dispara contra a silhueta. Dois tiros certeiros, um no peito e outro na costela, a figura cai no chão. A luz dos monitores não permite uma visualização boa, Denis se aproxima e nota colorações azuis na roupa do homem, era um policial que estava se escondendo e agiu com o medo. Denis, aterrorizado, recua. Sullivan põe a mão no ombro de Fontenelli.

— Não tinha como você saber.

o oficial cospe um pouco de sangue, ele ainda estava vivo, pobre alma, mal sabia o que viria a seguir.

Sullivan dispara duas vezes contra a cabeça do oficial, Fontenelli não demonstra reação alguma, porém o tenente Kyle se opõe.

— QUE MERDA FOI ESSA?!

Sullivan se vira para o tenente.

— Foi um tiro de misericórdia, filho.

— FORAM DOIS TIROS!

— Escapuliu.

Sullivan levanta os ombros e as sobranchelhas. Fontenelli se agacha e fecha os olhos do oficial, sem nenhuma reação. Sullivan se aproxima de Kyle, tentado o intimidar.

—  Vamos ver o vídeo das camêras ou não?

Tenente Kyle dá as costas para Sullivan e sai pela porta. Sullivan põe a arma no coldre e se vira para Fontenelli.

—  Será que ele vai caguetar?

— Capaz.

— Você me cobre, né?

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