No Meio da Noite, Sério? [Finalizada]

Sério?

O carro apenas mostrava borrões para a visão do garoto. Tão rápido e tão intenso. Aqueles borrões cinzas e verdes eram a esperança de dentro do coração daquele menino, olhando pela janela vendo o seu próprio reflexo no vidro do carro.

O verdadeiro sentimento químico que sentia era o amor. O amor pela curiosidade. O amor pela nostalgia. O amor pelo reencontro que teria. O amor pelo único sentimento que iria sentir naquela tarde.

Conforme a ansiedade apertava seu peito junto com o sinto do carro, mais ele sentia as coisas. As roupas colando em sua pele. O suor escorrendo pela sua testa por causa do calor, aquela vontade de saltar do carro e ver sua amada cidade, Hawkins, bem na sua frente. Tudo isso era a consequência por amar. Aquela fórmula química que percorria suas veias, seus pensamentos, estava deixando toda sua vontade de sentir a nostalgia mais forte.

Aquele quadro que segurava era apenas um remédio para a saudade que todos sentiam pelo ocorrido da perda daquelas pessoas queridas.

William Byers, o garoto que estava entretido nós borrões que enxergava pelo vidro, o garoto que estava no carro segurando o quadro, o garoto que estava perdido em sua ansiedade.

Sentindo que os borrões já tomavam forma, tirou a conclusão que já havia chegado. A ansiedade já estava ardente, como um incêndio dentro do menino.

- Chegamos! Finalmente! - ouviu Jane dizer eufórica.

William toma a iniciativa de sair de dentro do carro, e entrando num mar de saudade e ansiedade. Logo vendo todos segurando um enorme cartaz com desenhos coloridos e escrito em uma enorme letra "BEM-VINDOS DE VOLTA AO SEU LAR".

Todos o olharam com um sorriso que já lhe entregava tudo: saudade

Logo alguém correu para o seu encontro.

A pessoa que veio abraçar o garoto foi Michael wheeler. Por que essa ação tão repentina?

Mike o abraça pela cintura, o deixando mais próximo do seu corpo. Will não sabe como reagir, nunca imaginou que ele seria a primeira pessoa que o garoto de cabelos encaracolados iriam abraçar. Aquilo nem se passou em sua mente. O sentimento dentro de si o forçou a abraça-lo de volta. Percorreu seus braços em direção as costas do menino. Seu coração estava batendo rapidamente, suas mãos estavam tremendo, o quadro que segurava estava quase caindo.

- Senti muita saudades, por favor, não vá mais embora - Michael sussurrou perto da orelha do garoto. Sua coluna doía, estava se curvando para abraçar William, que sempre foi o mais baixo.

Logo de soltaram do abraço, Mike o olhando sorrindo e Will tendo que levantar o pescoço para olha o garoto em sua frente.

- Você cresceu muito - sorriu ao olhar o cacheado.

De relance, olhou para o lado, vendo Jane os olhando, esperando o namorado, que agora estava indo ao seu caminho.

Vendo uma cena que já sabia que iria presenciar, seu coração parou. Mike a abraçando e a beijando. Um beijo repleto de saudade e cheio de amor. Ele a olhava como se fosse uma pintura completamente rara e bonita, como Will olhava para as obras de Van Gogh. Eles se olhavam como aquele sentimento químico que Will sentia quando estava perto de Mike.

Amor não correspondido doía. Ele próprio tirou essa conclusão nesse momento.

Ele estava feliz pela irmã, pelo amigo, pelo romance longo e verdadeiro que transmitiam. Mas estava triste consigo mesmo.

Não iria mais se permitir chorar por isso. Olhou para Max, que ia ao seu encontro.

- Bem-vindo Willy - disse antes de o abraçar fortemente. Não era como o abraço de Mike.