— Eu estou engraçado — Vegas disse e Pete riu — As pessoas ficam me olhando, devo estar muito engraçado.
— Vegas, aqui é uma cidade pequena, ninguém é acostumado a ver alguém com os cabelos além de castanho e preto simples — Pete disse andando com Vegas pelo corredor da faculdade — Obrigado de novo pelas roupas.
— Pare de agradecer, Sol — Vegas riu — Olha, se eles conhecessem o meu amigo pode ter certeza que ficariam mais assustados.
— Por quê?
— Ele tem o cabelo rosa, o namorado dele tem tatuagem e um piercing no lábio, casal bonito — Pete riu baixinho — Um dia eles devem estar vindo aqui.
— Eu estou preocupado.
— Com o que?
— Meu pai — Pete suspirou — O que será que ele vai falar?
— Se quiser dormir lá em casa de novo, fique à vontade.
— A casa nem é sua, Vegas — Pete apontou e Vegas deu de ombros.
— Mas eu moro lá, então é minha também — Vegas deixou um selinho nos lábios de Pete antes de ir para a sua sala — Até mais tarde.
-x-
Pete entrou em casa e se pudesse voltaria correndo para os braços de Vegas.
Seu pai estava sentado na sala lendo jornal, sabia que iria escutar e muito já que ele não dormiu em casa e seu pai não estava no trabalho.
— Onde você passou a noite?
— Na casa do Kinn — Pete respondeu e Kiet abaixou o jornal — Me desculpe não ter avisado, pai.
— Só era preciso me avisar, eu não dormi a noite toda por sua causa — o mais velho acusou — Sua irresponsabilidade de não ter me avisado, saiu deixando a casa aberta para os ladrões.
— Eu tranquei a casa quando saí.
— Tantas coisas que eu já te falei e você não entende, Pete!
— Eu apenas dormi na casa do meu amigo, eu não sou mais uma criança, eu já sou de maior e sei tomar minhas próprias decisões. Me deixe viver! Depois que a minha mãe morreu eu não vivo, eu sou tratado como uma criança! — Pete disse e logo arregalou os olhos colocando a mão na boca, após perceber o que havia falado.
— Se é isso que você acha — Kiet voltou a olhar seu jornal — Faça o que quiser, só não venha chorar no meu colo quando servir de experimento para seus amigos, quando for magoado por um deles.
Pete nada disse, andou até seu quarto pegando uma bolsa e colocando algumas roupas dentro. Mandou mensagem para Vegas perguntando se podia passar o fim de semana com ele, e logo recebeu uma resposta.
Vegas: Você pode até passar a vida toda comigo. Te espero no restaurante.
-x-
— Você quer que eu vá para a casa do Porsche? — Kinn perguntou terminando seu almoço, Vegas havia tirado 10 minutos de pausa do trabalho — Elogie a senhora Mei, está divino essa comida.
— É sério, Kinn. Passa o fim de semana com o Porsche, os pais dele estão viajando mesmo, vai... Por favor.
— Você não está pensando em...?
— Claro que não seu pervertido — Vegas rebateu — Eu quero conversar com ele, assistir filmes, fazer ele se soltar. Com você e o Porsche lá as coisas não vão andar como eu quero.
— Vegas, o que você realmente quer? Vocês se conhecem faz pouco tempo — Kinn disse brincando com o canudo no copo — Pete é uma pessoa maravilhosa, e que não merece sofrer.
— Eu não vou o fazer sofrer, eu quero dar a Pete o que ele não conhece, o que ele não tem.
— Quer seria? — Kinn encarou o primo.
— Amor, liberdade, momentos felizes, lembranças — Vegas sorriu — Eu me apaixonei assim que o vi, eu te disse isso.
— Eu só me preocupo com o pai dele diante disso tudo, você não o conhece Vegas — Kinn alertou — Ele sempre manteve o Pete em uma espécie de casulo, eu não sei explicar o motivo dele não deixa o filho participar ou se envolver.
— Sabe o que eu acho? Ele parece aquele tipo de homem que não quer deixar o filho viver o que ele não viveu — Vegas disse e Kinn ponderou antes de concordar — Ele tenta fazer com que o Pete não viva, não se divirta e conheça o mundo, porque ele próprio não deve ter conhecido.
— Eu não sei, talvez seja — Kinn suspirou — Eu vou falar com o Che, mas pode ficar feliz que o apartamento é de vocês.
— Obrigado Kinn, você é o melhor.
— É, eu sei — ele riu — O trate bem, Vegas.
— Eu o trato melhor do que muita gente, primo.
-x-
O restaurante já estava para fechar quando Pete entrou com uma bolsa nas costas, ele sorriu para a senhora Mei e se encostou no balcão esperando Vegas.
— Ele deve estar lavando a louça — A senhora comentou com Pete — Ele é um bom garoto.
— Sim, Vegas é uma pessoa muito legal.
— Seu pai já deve ter implicado com ele, não é, querido?
— Pode se dizer que sim, mas é normal. — Pete deu de ombros — Khun ligou pra senhora?
— Sim, hoje cedo. Perguntou sobre você e os meninos, disse que nas férias vem ficar por aqui — Ela sorriu se aproximando de Pete — Encontrou um amor, estou feliz por ele.
— Senhora Mei... Ele está namorando?
— Sim, ele está namorando com um garoto — ela fez uma careta e Pete riu — Mas eu amo meu filho e contanto que ele esteja feliz, eu estou feliz também.
— A senhora é uma boa mãe.
— E seu pai é um bom pai, ele só não sabe demonstrar isso corretamente — Mei disse e logo Vegas apareceu tirando o avental — Me dê isso filho, bom final de semana.
— A senhora tem certeza que não precisa de mim no fim de semana? — Vegas perguntou abraçando Pete pela cintura.
— Não querido, meu irmão vai estar aqui e ele ajuda, além do mais eu lhe contratei para a semana — ela riu — Até segunda, meninos.
— Bom final de semana, senhora Mei. — Pete disse um pouco constrangido por Vegas estar com o braço envolta de si.
— O que foi? — Vegas perguntou ao saírem do restaurante.
— Você está andando comigo assim, até parecemos um casal — Pete comentou baixinho.
— Isso é o que eu mais quero — Vegas disse — Mas, tudo no seu tempo.
— Você me assusta às vezes quando fala tudo na cara.
— Eu só não gosto de enrolar — disse — Kinn vai para a casa do Porsche, vamos virar a noite assistindo séries.
— Você está me acostumando com coisas que eu não sei se deveria...
— Somos livres para descobrir as coisas, Sol — Vegas se afastou, mas puxou a mão de Pete para segurar — Como foi com o seu pai?
— Prefiro não comentar — Pete suspirou — Mas, Kinn foi de boa vontade ou você obrigou?
— Sério, Pete? Assim você me ofende. — Vegas fez um bico — Eu obriguei, e não pense besteira, mas eu achei melhor ser um momento só nosso.
— Não vou falar nada, eu prefiro assim também — confessou.
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mine • vegaspete •
FanfictionPete sempre foi o típico menino calmo e simpático que não via malícia nas coisas ou em alguns momentos, um garoto inocente que tinha suas curiosidades, mas sempre era obrigado a tentar escondê-las por causa de seu pai. Mas um dia Pete conheceu Vegas...