A supernova

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— Aqui está seu pedido! — Renato chega entregando a comida. — Não era para a Narcisa entregar? — Felipe disse.

— Ela saiu pela porta dos fundos, teve que ir cuidar do seu filho. Mas eu posso ser uma boa companhia viu!? — sorriu. — Então o que tem neste sanduíche de tão misterioso? — Respondeu sem jeito.

— Parta ele! — Renato falou e Felipe assim fez, mostrando que enquanto levantava o sanduíche e partia, seu queijo se revelava sendo um belo arco-íris. — Realmente não esperava! — disse.

Renato sorriu feliz olhado para o homem na sua frente, de cabelos cor de mel e cachos curtos e volumosos vestindo um agasalho para se proteger do frio. Ele sentou-se no frete dele e se apoiou na mesa.

— Eu vi na internet, mas tem ingredientes diferentes. — Felipe ouviu e sorriu, olhando para Renato, um homem negro de cabelo e barba curta, vestindo seu uniforme, Felipe sorriu novamente.

— O que foi? Tá tão bom assim para estar sorrindo? — Renato disse deixando-o envergonhado, e ele percebeu. — S-sim... tá muito bom. — Responde.

Felipe come seu sanduíche enquanto Renato conversa com o casal no balcão, a comida estava uma delícia juntamente com um suco suave de maracujá deixava tudo comum sabor de manhã de verão. Renato volta para a cozinha de lá sai um rapaz que se despede e sai debaixo de um guarda-chuva. Felipe retribui e continua ali mesmo após terminar sua comida.

— Quer mais? — Renato disse voltando para frente do balcão. Felipe nega e se levanta pedindo para pagar sua conta.

—Acho que vou ficar mais um tempo aqui, esqueci do meu guarda-chuva. — Renato sorri. — Eu adoraria te ajudar, mas também não trouxe. — Felipe sorri.

— De onde você é? — Disse Renato. — Sou de Salvador, mas vim para cá á trabalho. Trabalho como modelo. — Respondeu.

Renato disse que é dali de São Paulo mesmo, que é um amigo de infância da Narcisa e que ela deu um emprego para ajudar a pagar sua faculdade. Os dois conversam relembrando de seus passados e até de suas vergonhas.

— Você namora? — Respondeu Renato sorrindo.

—Agora não mais, recentemente saí deum relacionamento toxico. — Disse Felipe ficando triste. Renato percebe, mas não desmancha seu sorriso, se desculpa pela pergunta, mas Felipe disse que não tem problema pois, já passou.

— E você? — Felipe pergunta. — Eu só namorei duas vezes na vida, — Renato responde, — Uma menina que só me usou e logo depois um garoto que era seu amigo. Mas um dia eu encontrei os dois aos beijos. Felipe olha para o homem na sua frente com sua vulnerabilidade cortando o ar, ele entrega seu sorriso que Renato retribuiu.

O brilho das estrelas sendo recriado em seus olhos, um olhando para a profundidade do outro recriando o céu, ou até, criando seu próprio céu, a chuva abençoava seus corpos e brilhos. Renato sai de trás do balcão ficando de frente aos olhos de Felipe que contrai todo o seu corpo ao sentir o toque desta estrela, o calor que sai de suas bocas traz uma previsão de uma colisão de estrelas, que logo se formam em uma supernova.

Fim.

Supernova - contoOnde histórias criam vida. Descubra agora