Capítulo Único

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E em um instante eu estava dentro da casa, o cheiro de uísque barato e loção pós barba inundou meu nariz. Humanos.

Tamboreei as unhas na mesa de madeira farejando o ar ao meu redor, pude sentir o cheiro, testosterona o suficiente para quase me fazer engasgar. Assim que ouviu o barulho de minhas unhas, Dean Winchester se virou para mim apontando a arma. Pude ouvir o som dela sendo engatilhada. 

— Não perca seu tempo - eu falei cruzando as pernas.

— Como entrou aqui? E quem é você? - ele perguntou 

— Chamem-me de Amren por enquanto, entrei porque eu quis entrar... Se eu fosse você querido Samuel, não faria isso, não é assim que vai conseguir me matar - falei sorrindo para Sam que agora segurava uma escopeta apontada para meu peito. Balas de sal.

— O que você é? - a voz de Bobby preencheu a sala.

— Vocês não tem nome para mim - falei 

Pude sentir o olhar de cada um dos quatro queimando sobre mim. 

— Posso ver você Castiel, apareça - sussurro baixo 

O som de bater de asas e o anjinho apareceu.

— Sou mais velha que você, conheço todos os truques que acha que pode ter, e você sabe o motivo de eu estar aqui - sorri com escárnio.

— Se você está aqui… Onde está seu pai? - Castiel perguntou.

— Não faço ideia, é por isso que vim até seus bichinhos...Pare de me encarar ou vou arrancar seus olhos - Me virei para Sam.

Sam olhou para o lado e depois para Castiel, sem graça.

— Preciso de ajuda para trancar meu pai e para impedir que tudo exploda. - falei me mexendo na mesa.

— Onde conseguiu esta casca? - Bobby perguntou.

— Estava morta, jogada em uma valeta, não sabia que vocês a conheciam - falei olhando para o corpo que eu habitava.

— Não conhecemos… 

Por alguns instantes vi desejo nos olhos de Sam, sorri levantando um pouco mais a perna e deixando mais pele amostra. Ele desviou novamente o olhar.

— Vamos procurar alguma coisa que nem conhecemos, e nem sabemos por onde começar? É sério? - Sam por fim falou 

— Meu pai é um risco ao seu mundo e a minha existência, se ele emergir todos vamos morrer - eu falei 

Depois de um longo silêncio foi Dean quem se pronunciou.

— Bem, então quando começamos? 

Uma semana se passou, alguns vestígios de meu pai já se mostravam na terra, terremotos na América do Sul, neve na África, e calor na Ásia.

— Como vamos matar uma coisa que está no mundo todo? - Sam perguntou sentado na cadeira, seu cabelo caia em seus olhos, a blusa de flanela tinha as mangas dobradas e eu quase podia sentir o cheiro do cansaço nele, era o único que não exalava o odor de uísque barato e era por isso que eu estava sentada na cadeira próxima dele, longe de Dean e Bobby.

— Já caçamos coisa muito pior - Dean falou 

Uma semana muito desconfortável, não consegui dormir, minha casca parecia exausta, manchas escuras sob os olhos e a barriga que roncava baixo, Sam deve ter ouvido pois se virou para mim.

— Não acha que deve descansar? - ele perguntou e depois falou baixo — Estou ouvindo sua barriga roncar de fome, a casca às vezes precisa se alimentar.

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