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(Gabriela)

Não sei se é coisa de sapatão emocionada, mas definitivamente Sheilla mexeu comigo. Não sei se era o olhar penetrante, o cabelo extremamente sedoso, a pele macia, a boca desenhada ou será que era aquele sorriso envergonhado que ela não tira do rosto quando eu estou perto? Como eu disse, Sheilla é problema!

- Ou, eu estou falando com você, gay - disse Carolana estalando o dedo na minha frente - toma sua água de côco, o Bruno vai chegar 15 horas para render vocês

- Graças a Deus! Eu preciso dormir e me recuperar para mais tarde, algo me diz que esse ano vai ser a melhor festa de todos os anos

- Eu te vi chegando de manhã, nunca vi alguém superar um namoro tão rápido

- A Samara não merece nem meu sofrimento, inclusive, nem quero tocar no nome dela - dei um beijo em sua testa - vou voltar pro bar

Estava andando pelo jardim e vi Sheilla de longe, ela parecia concentrada escrevendo. Seus cabelos estavam jogados para um lado, deixando seu pescoço à mostra. Me imaginei espalhando beijos por ele, queria um motivo para me aproximar, apenas para ser simpática

- Sheilla - chamei uma vez, mas ela pareceu não escutar - Sheilla, trouxe uma água de côco pra você, desculpa te atrapalhar, te vi concentrada escrevendo, achei que seria bom pra hidratar - eu nem sabia o que tava falando, senti minhas mãos molhadas

- Oh, obrigada, Gabriela. Eu estava tão distraída escrevendo - ela disse se virando para mim

- Eu percebi, passei para ir na cozinha comer algo e te vi aqui, as meninas estão na piscina, bom te ver - o nervosismo me fez falar tudo correndo, minha mão continuava suando

- Bom te ver também, Gabriela, acho que vou te acompanhar até a piscina e encontrar com elas - ela disse fechando seu caderno, ou diário?

Acho extremamente chique quem consegue manter um diário, talvez essa seja uma das minhas resoluções para o próximo ano

Andamos em um silêncio confortável até chegar na mesa em que as meninas pegavam sol

- Achei essa senhorita perdida pela pousada - disse quando chegamos na mesa das meninas

Sai em direção ao bar e encontrei Rosa com os olhos cerrados me encarando

- Vai, Rosa, fala

Eu conhecia aquele olhar, Rosa não era boa em disfarçar

- Vocês formam um casal bonito, sei lá, eu sei que você está nesse clima de Gabriela solteira, querendo quebrar corações e tudo mais, mas eu senti uma coisa diferente olhando pra vocês

- Lá vem a Rosa sensitiva - eu disse revirando os olhos e dando uma risada

A Rosa sempre teve isso de sentir as coisas, ela sempre me avisou que não sentia algo bom na Samara, talvez eu devesse acreditar mais na intuição dela. Sou muito grata por ter ela ao meu lado e por nunca jogar na minha cara que está certa, pelo menos não enquanto eu estou machucada.

- Muito cedo pra jogar na sua cara que eu nunca erro?

- Ok, Rosamaria, você nunca erra

Concordar era sempre melhor.

Passamos parte do dia trabalhando, eu precisava de uma tarde de sono e pelo visto a Rosa também. Dormimos o resto da tarde e grande parte da noite, acordamos com a Carolana entrando no quarto gritando com a Anne, sua noiva, que provavelmente tinha acabado de chegar.

Bound 2Onde histórias criam vida. Descubra agora