Let's drive

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Um pouco de licença poética, porém alguns fatos corretos.
Um pequeno trecho de hot (só pra deixar avisado.

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Fernando corria pela pequena casa com Heloísa em seu encalço para terminar de vesti-lo. Com quase dois anos de idade, o garoto era esperto e inteligente, apesar da pouca idade conseguia tapear os pais quando desejava alguma coisa, ou quando não queria fazer algo.
- Fernando! Venha aqui, garoto, ou seu pai vai se atrasar! – Heloísa ralhou com o filho. – Meu amor, segure ele aí pra mim. – A mulher pediu.
Leônidas que terminava de arrumar a mamadeira e o café da manhã do filho o segurou apenas com uma mão. – Venha aqui, garoto! – O pai o levantou fazendo cócegas em sua barriga e arrancando risadas do menino. – Vou te contar um segredo sobre sua mãe. – Cochichou no ouvido do filho, como se Heloísa não pudesse ouvir.
- Ah é? E vai ensinar o que pra ele? – Heloísa fingiu-se ofendida. – Como me enganar?
- Nunca, minha rosa. – Leônidas negou. – Vou ensiná-lo a conseguir as coisas com você. A barganhar.
- Ele está muito pequeno para entender essas coisas.
- Eu acho que não, quanto mais cedo eu alertá-lo, melhor será.
- Vocês dois ficam confidenciando aí que eu vou terminar de arrumar as coisas dele para a creche. – Heloísa saiu da cozinha chateada e foi para o quarto.
Eles estavam em Londres há três meses. Leônidas estudava e fazia residência no hospital o dia todo, às vezes à noite. Os primeiros dias foram um deslumbre. Heloísa que nunca havia viajado para longe e tudo era novidade. Com o passar dos dias e a ausência de Leônidas ela começou a se sentir muito sozinha por passar o dia apenas com o filho. Em momento nenhum ela reclamou para o marido, mas ele percebeu como ela estava e sugeriu que fizesse alguma coisa para si. Após longos momentos de conversa conseguiu convencê-la a matricular o filho na creche e fazer alguns cursos.
O trajeto até a creche foi feito em silêncio, a não ser por alguns resmungos de Fernando chamando a atenção dos pais. O silêncio de Heloísa preocupou o marido.
O casal desceu próximo à creche onde se despediu do garotinho sorridente indicando aos pais como amava aquele lugar. Os dois ficaram muito felizes com a adaptação rápida do filho. Heloísa temia que ele não se acostumasse, por ficar com ela o dia todo desde bebezinho e por achar que ele encontraria dificuldades de entendimento às professoras e monitoras devido à língua local. Mas foi conversado com as professoras que explicaram que quanto mais jovem mais rápida a adaptação e assim Fernando se adaptou e passou a amar o local.
- Minha rosa... – Leônidas falou quando parou o carro na porta da escola de inglês. – Está tudo bem?
- Sim. – Heloísa respondeu o olhando rapidamente e voltando a segurar a bolsa que estava em seu colo.
- Você está calada desde que saímos de casa. É por causa do que falei sobre ensinar algumas coisas pro Fernando? – Ele perguntou com delicadeza. – Sabe que é brincadeira de pai e filho, não é?
- Não tem nada de errado, Leônidas. – Ela respondeu.
- Ei! – Leônidas segurou a mão dela e a fez se virar para ele. – Você está se sentindo sozinha? – Perguntou traçando o indicador da bochecha ao queixo dela.
- Está tudo bem. De verdade. – Ela afirmou, mas seus olhos estavam marejados.
- Sabe que isso aqui é passageiro, não é? Daqui a pouco podemos voltar para o Brasil, para o nosso cantinho. – Leônidas depositou um beijo suave nos lábios dela e Heloísa fechou os olhos.
- Não se preocupe, meu amor. Você já tem muitas coisas para pensar, tem os estudos, o trabalho. Eu estou bem. Claro que sinto sua falta em casa, mas entendo perfeitamente o porquê de estarmos aqui.
- Sim, e eu quero que você aproveite tudo o que puder. E pode me falar quando tiver algo errado, tá bem?
- Uhum. – Heloísa tocou a barba de Leônidas e dessa vez foi ela quem o puxou para um beijo. Não se cansava dele, nunca se cansaria.
- Não esqueça do que combinamos. – Ele a lembrou. – Te busco as três da tarde para o nosso combinado.
- Está bem. – Ela sorriu concordando. – Vou ficar te esperando.
Estava quente e ensolarado quando Leônidas parou o Ford na porta de casa para buscar Heloísa. Ela havia tomado banho e colocado um vestido leve de algodão. Colocou seus óculos de sol ray ban e entrou no carro.
- Você está linda, minha rosa. – Leônidas sempre a fazia sorrir com seus elogios. E ele amava os sorrisos dela, eram como o sol em um dia nublado.
- Vamos? – Ele perguntou ligando o carro novamente.
- Eu preferia aproveitar esse tempo livre para fazer outra coisa, mas você insiste que eu preciso aprender a dirigir. – Reclamou ela.
- Então você queria fazer o quê? – Ele a olhou de canto enquanto saía com o carro.
- Você sabe. Faz dias que não temos tempo direito para namorarmos. – A moça explicou.
- Hum. Podemos resolver isso à noite. E semana que vem posso tentar uma tarde folga no dia que o Fernando for para a creche. O que acha?
- Acho justo. – Heloísa levou a mão à perna dele acariciando por sobre o tecido. – Ou podemos fazer metade do horário com as instruções e voltamos para casa antes de buscar Fernando.
- Acho que não vai dar. Precisamos treinar bastante a direção.
Heloísa cruzou os braços e fingiu chateação. Ela sabia que ele tinha razão. Ela precisava mesmo aprender a dirigir. Afinal, eles haviam comprado o automóvel para que a vida dos três ficasse mais fácil, pois em Londres nem tudo era perto para se ir caminhando.
- Aqui é um bom lugar. Vamos lá! – Leônidas desceu do carro e deu a volta abrindo a porta para que Heloísa descesse.
A mulher se acomodou na direção e se ajeitou esperando as primeiras instruções do marido. O ouviu divagar sobre o funcionamento do motor, freio e a alavanca de três marchas. Explicou sobre o acelerador e também sobre o perigo de confundi-lo com o pedal do freio.
- Por que nunca quis aprender a dirigir? – Leônidas perguntou.
- Papai nunca se ofereceu para me ensinar quando eu era mais nova e... – Ele a viu respirar fundo e se arrependeu de ter perguntado. – depois que tudo aconteceu eu simplesmente perdi o interesse para certas coisas e conforme o tempo passava eu não achava necessário. – Ela explicou. – Até você insistir que eu preciso aprender.
- Você vai gostar. Vamos lá!
Com as instruções de Leônidas, ela conseguiu sair com o carro. Após alguns solavancos e freadas bruscas ela foi se acalmando. Por sorte a rua que ele escolheu era calma e não havia nenhum carro àquela hora do dia.
Algumas vezes foi preciso que Leônidas segurasse o volante e a instruísse a frear ou o carro poderia bater. Ele sempre achou os carros ingleses mais difíceis de dirigir por terem a direção do lado direito, o contrário dos carros americanos e brasileiros.
Eles circularam por um longo percurso debaixo de algumas reclamações de Heloísa que não parecia uma aluna muito paciente. Mas ele já sabia disso, e não foi fácil nem mesmo convencê-la a fazer as aulas. Leônidas insistiu que era importante que ela tivesse autonomia na cidade e até mesmo se precisasse de algo com mais urgência quando ele não estivesse por perto.
- Estou cansada, Leônidas. Dirigir é muito estressante. – Ela disse após circularem por cerca de uma hora.
- Você foi uma ótima aluna. – Ele falou sorridente. – Agora vamos buscar Fernando.
- Espera só um pouco. – Ela pediu. – Me ajude a parar o carro no final daquela rua. – Heloísa disse apontando para um beco à frente.
Eles pararam o carro no local onde não havia casas por perto e nenhuma pessoa passava por ali.
- Eu parei aqui porque preciso fazer uma coisa. – Heloísa se ajeitou no banco e se aproximou um pouco do marido.
- Preciso me preocupar? – Ele perguntou com um sorriso malicioso.
- Talvez...
Heloísa puxou a gola da camisa branca o fazendo se aproximar e tomou sua boca na dela. Um beijo faminto os tomou e em alguns segundos ela estava no colo dele. Com as mãos nervosas ela desabotoou os primeiros botões da camisa dele adentrando os dedos pela pele do marido. Suas bocas se separaram e ela sentiu o roçar dos lábios e da barba em seu pescoço lhe arrancando gemidos.
- Preciso de você, Leônidas. – Sussurrou arranhando a pele dele por sob a camisa. – Preciso muito.
- Eu também preciso de você, minha rosa. E te quero demais. – Ele mordiscou a pele nua do colo dela a fazendo se esfregar em seu colo. – Mas aqui não dá. – Leônidas tentou trazer um pouco de sanidade aos dois. – Não poderá ser agora. – Mesmo dizendo isso ele não parou e tocou os seios dela por cima do vestido a fazendo ansiar ainda mais por ele.
- Não sei se aguento esperar a noite chegar. – Ela insistiu voltando a grudar sua boca na dele. Preciso muito disso. – Conseguiu sussurrar entre beijos.
Leônidas levantou os olhos e deu uma olhada pelo espaço ao redor dos dois e pensou que não haveria muito problema em satisfazer um pouco o desejo da esposa.
Atento a ela e à rua levou a mão até a perna de Heloísa acariciando a pele nua até alcançar o tecido da combinação que ela usava. Pôde sentir a umidade e o calor através do tecido. Leônidas afastou seus lábios por um instante e encarou as pupilas dilatadas de Heloísa enquanto adentrava a mão por sob o tecido. A viu fechar os olhos mais uma vez e tomou seus lábios novamente.
Com os dedos ágeis ele tocou suas dobras e adentrou seu interior com um dedo. Faminta e excitada, Heloísa gemia em sua boca recebendo os estímulos. Leônidas sabia que o tempo que tinham sozinhos era pouco devido a seus horários e por Fernando ainda ser muito pequeno e não dormir muito à noite. Ele também sentia falta de tê-la para si todas as noites, mas muitas vezes quando conseguiam se deitar já estavam muito cansados ou um deles já havia dormido.
Com o polegar a estimulando Leônidas soube que ela estava quase. Aumentou a fricção e a penetrou com mais um dedo. Heloísa foi à loucura e em alguns instantes se desmanchou nos braços dele.
Os gemidos dela o excitaram ainda mais, mas ele sabia que não havia tempo. Precisavam sair logo dali e o horário da creche já estava quase estourando.
Quando Heloísa se recuperou o olhou com os olhos lânguidos. – E você, meu amor? – Perguntou.
- Não há tempo. Precisamos ir. – Ele deixou mais um beijo nos lábios dela. – Mais tarde teremos tempo.


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