A noite em Londres era linda. O restaurante escolhido por Leônidas era deslumbrante. Um local construído no século dezessete que misturava tradição com modernidade. A disposição das mesas, as porcelanas, os talheres. A decoração era encantadora e Heloísa estava muito feliz, assim como sua expressão mostrava.
- Você acha que o Fernando ficará bem? - Heloísa perguntou incerta.- Vai ficar sim. - Garantiu ele. - Nós entrevistamos a Lucy e verificamos todas as recomendações que estavam na pasta dela. - Vai ficar tudo bem com o Fernando, eu tenho certeza.
- Também quero acreditar que ficará tudo bem com ele. Quando saímos ele já estava dormindo. - O rapaz segurou a mão dela por sobre a mesa.
- O que foi? - Heloísa viu que Leônidas a olhava admirado.
- Você fica linda sorrindo. - O rapaz tocou o rosto dela com carinho.
- Você sempre diz isso. - Heloísa sentiu suas bochechas esquentarem. Ela sempre ficava assim quando ele a elogiava muito.
- Não canso de dizer, minha rosa. - Leônidas segurou a mão de Heloísa levando aos lábios e depositando um beijo suave ali. - Você é a rosa mais lindas de todos os jardins do mundo.
- Te amo, Leônidas. - Heloísa levou a mão ao rosto do marido fazendo um carinho demorado. - Obrigada por não desistir de mim.
- Na verdade, acho que cheguei a desistir e ir embora. - lamentou o rapaz.
- Sim. Foi minha culpa. Eu não devia ter dito aquelas coisas. - Leônidas viu os olhos dela encherem de lágimas
- Ei! Ei! Hoje é pra ser uma noite feliz. Não vamos pensar em tristeza, está bem. - Ele pediu voltando a tocar o rosto dela. - Vou chamar o garçom porque quero fazer um brinde.
O garçom trouxe a carta de vinhos e Leônidas escolheu uma rosé com a ajuda do rapaz.
- Um brinde à rosa mais linda de todos os jardins do mundo. - Leônidas ergueu a taça emocionado.
- Um brinde ao homem mais nobre do mundo e que não desistiu do seu amor por mim.
Eles brindaram emocionados e selaram o brinde com um selinho.
Escolheram juntos o cardápio e Leônidas explicava o que Heloísa não conseguia entender. O jantar estava divino e eles aproveitaram tudo ao máximo.
- Agora quero te levar a um lugar especial. - Eles haviam terminado o jantar e já saíam do restaurante.
- O que você está aprontando, doutor Leônidas? - Quis saber a costureira.
- Calma que a noite está apenas começando.
Eles chegaram a um bar onde havia música e bebida. Alguns casais bebiam e outros dançavam pela pista. Leônidas segurou a mão de Heloísa que sorria curiosa e a conduziu pelo local.
- Vamos beber um pouco para relaxar antes de dançarmos. O que acha? - Ele sugeriu.
- Tudo bem.
Eles se sentaram em um bistrô de dois lugares e logo seguravam taças com uma bebida escura. Como o local parecia mais livre e privativo eles não temiam em se tocar.
- Vamos dançar. - Foi a vez de Heloísa se levantar e estender a mão para o marido.
Leônidas concordou e a conduziu pela pista. Dançaram desde músicas calmas até românticas onde ele a segurava pela cintura colando seus corpos.
- Eu quero beijar você. - Heloísa falou perto do ouvido dele o fazendo arrepiar.
- Eu acho que não tem problema nenhum.
Leônidas a puxou para ele colando seus lábios. O beijo foi intenso, do tipo que eles só trocavam quando estavam a sós. Mas aquele lugar, a música, o álcool, todo aquele clima exalando sensualidade os levava a quererem se tocar e se beijar.
- Acho melhor irmos. - Leônidas interrompeu o beijo a olhando fundo nos olhos.
- Nós vamos pra casa? - Heloísa perguntou enquano era conduzida para a saída.
- Não. Eu te disse que a gente só voltava amanhã. - O sorriso dele a deixava ainda mais zonza. - The night is a baby! - Ele disse forçando um inglês britânico.
- Então me leva pra onde você planejou. - Ela pediu segurando o colarinho da camisa dele e o puxando para seus lábios.
O quarto de hotel era enorme, mas a ansiedade era tanta que os dois mal prestaram atenção. Heloísa foi puxada por Leônidas que lhe deu um beijo quente. - Esperei por esse momento a noite toda. - Sussurrou junto aos lábios dela. - Quero você essa noite, my baby.
- Leônidas... - Heloísa se sentia derreter diantes dos beijos e toques dele. Estava totalmente entregue.
Ela se virou e Leônidas soltou os botões do vestido dela um a um. A cada botão os dedos dele roçavam na pele dela que queimava sob os dedos dele. Heloísa ansiava por senti-lo completamente. Esperou ansiosamente a noite toda por esse momento.
Com o vestido caído a seus pés Heloísa se virou e pôs-se a soltar os botões da camisa de Leônidas enquanto o beijava. Já sem a camisa, Heloísa explorava o corpo do marido com as pontas dos dedos o arranhando provocante.
Leônidas a levantou em sua cintura deixando seus rostos na mesma altura. Não precisavam palavras, apenas a sincronia de seus corpos que se tocavam e se saciavam.
Já sem as roupas, ele a puxou para a cama e explorou seu corpo de todas as formas possíveis. Heloísa respondia com gemidos de incentivo que soavam como música aos ouvidos de seu marido.
- Eu preciso de você com todas minhas forças, Leônidas. - Heloísa falou após senti-lo totalmente dentro dela. Isso serviu de incentivo para que ele a levasse ao mais alto dos prazeres e se entregando junto com ela.
- Eu te amo, minha rosa. Te amo demais. - Leônidas sussurrou no ouvido dela enquanto Heloísa estava relaxada em seus braços.
- Eu também te amo, Leônidas.
Nos braços um do outro Leônidas ousou recitar um poema.
Vem sem receio: eu te recebo
Como um dom dos deuses do deserto
Que decretaram minha trégua, e permitiram
Que o mel de teus olhos me invadisse.Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado.Quero que o meu amor te seja enfeite
E conforto, porto de partida para a fundação
Do teu reino, em que a sombra
Seja abrigo e ilha.Quero que o meu amor te seja leve
Como se dançasse numa praia uma menina.