A dois

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- Leônidas, vou colocá-lo para dormir. – Fernando estava em sua cadeirinha à mesa e visivelmente caía de sono. – Vamos, meu amor. – A mãe pegou o filho no colo que abraçou seu pescoço.
- Vou organizar as coisas aqui e já vou me deitar também, minha rosa. – Leônidas se levantou e deu um beijo na cabeça do filho e outro nos lábios da esposa.
A família vivia uma rotina gostosa em Londres. Leônidas passava o dia e até algumas noites entre a faculdade e a residência no hospital. Heloísa ficava entre os cuidados da casa e Fernando e os cursos em que se matriculara. A adaptação não demorou muito, pois eles estavam ansiosos para essa mudança. Mas nem tudo era tão fácil como parecia.
Seus pensamentos iam longe enquanto arrumava para se deitar. Pensava no Brasil e na saudade imensa que sentia. Heloísa sentia falta até do ar que respirava em Campos dos Goytacazes. Sentia falta de Violeta, Isadora e Olívia, a filha que demorara tanto para encontrar. Ah! Foram anos de uma busca desesperada e frustrada. Até que Leônidas apareceu com seu jeito manso e entrou em sua vida. Esse homem mudou tudo o que ela pensava e fez a busca pela filha cessar, ao mesmo tempo em que lhe dera amor e também um filho, consequentemente uma família, uma nova vida.
- Uma rosa por seus pensamentos. – Heloísa acabara de vestir a camisola e estava de pé em frente ao espelho penteando os cabelos. Leônidas se aproximou segurando sua cintura e deu um beijo suave em seu pescoço causando arrepios em todo corpo dela.
- Não é nada. Só estava pensando na vida. – Heloísa se virou ficando de frente para ele. – Na nossa vida.
- Está com saudades do Brasil? – Ele quis saber enquanto era enlaçado pelo pescoço.
- Não é bem isso. – Ela desviou o olhar.
- Heloísa... pode falar. É natural sentir saudades. – Leônidas a tocou no rosto com carinho.
- Sinto falta da Violeta, de Isadora e da Olívia. – Uma lágrima escorreu dos olhos dela.
- Ah meu amor! Você quer ir vê-las? – Perguntou carinhoso. – Posso pegar uma folga em um feriado e ficamos alguns dias. – Sugeriu.
- Eu pensei em outra coisa. – Ela disse.
- O quê? Hum? O que se passa por essa sua cabecinha, minha rosa? – Perguntou sorrindo.
- E se chamássemos Olívia e Isadora para virem até aqui?
- Meu amor! Que ótima ideia! – Leônidas a levantou no ar. – Seria muito bom tê-las aqui com a gente.
- Você acha uma boa ideia? – Heloísa perguntou com um pouco de dúvida.
- Claro que sim. Elas podem passar alguns dias. Vocês três podem sair, você apresenta a cidade para elas. – Ele sugeriu. – Vai ser bom saber que você tem companhia enquanto eu estou ocupado. Eu fico preocupado em deixar você sozinha todos os dias.
- Ah Leônidas! Eu não sei o que seria da minha vida se não tivesse encontrado você. – Confidenciou.
- Eu que não sei o que seria de mim. Com certeza teria caído no mundo perdido como estive por muito tempo.
- Você me devolveu a vida, Leônidas. Me fez enxergar tantas coisas ao meu redor. Trouxe minha filha de volta e como se não bastasse, me deu amor, um amor tão grande que não sei mais viver sem e não sei como passei tantos anos te evitando.
- Heloísa... quando conheci você eu senti algo no mesmo instante. Você despertou em mim um sentimento tão doce e puro. Uma vontade de ser feliz novamente, de esquecer o passado e fazer de você meu presente e meu futuro. Quando você dizia que não teríamos nada, confesso que pensei em desistir, por muitas vezes, mas algo me levava para você outra vez e eu me via tão perto e eu sabia, eu tinha certeza que você era a mulher certa pra mim e que eu precisava quebrar essas barreiras e te conquistar.
- E foi isso que você fez, Leônidas. Você nunca me pressionou, mas também nunca se afastou totalmente. Quando te conheci eu senti uma forte atração, talvez mais uma curiosidade. Algo também me levava até você. Eu sei que já fazia anos que eu evitava qualquer envolvimento, mas depois que você apareceu nunca mais consegui me interessar por ninguém, porque sempre que eu pensava em alguém ao meu lado era você que vinha na minha cabeça.
- Eu te amo tanto, minha rosa. Te amei sozinho por anos, mas sei que valeu a pena cada batida mais forte do meu coração por sua causa. Você me deu tudo o que eu precisava, Heloísa.
- E você me devolveu à vida. Me devolveu minha filha e me deu um filho. É tanto amor que não cabe no meu peito. Eu sou muito realizada com você, com vocês.
- E eu quero viver par isso, Heloísa, pra dar amor a você e ao Fernando. Quero que você tenha tudo que te foi tirado durante uma vida toda. Que você nunca mais se sinta só. Saiba que você tem a mim e meu sentimento nunca vai mudar.
Heloísa o enlaçou no pescoço e o beijou com vontade. Os dois caminharam para a cama onde os beijos se intensificaram. Com a rotina pesada que os dois tinham ficava difícil conseguir esses momentos e quando tinham aproveitavam ao máximo.
- Eu quero tudo o que passamos vontade hoje à tarde no carro. – Leônidas estava ensinando Heloísa a dirigir e nesta tarde eles começaram a se pegar dentro do veículo, porém tiveram que interromper, pois estava na hora de buscar Fernando.
- Agora podemos ter tudo, meu amor. – Heloísa tirou a camisa dele e se virou por cima do marido. Heloísa alternava entre toques e mordidas ao longo do peito e abdômen dele que já estava ansioso para tê-la. – Mas antes quero te provocar. Hum? Gosta disso? – Perguntou passando a língua por sobre o fino tecido da única peça de roupas que ele vestia. – Diga que gosta.
- Gosto... muito. – Ele se engasgou com as próprias palavras quando Heloísa lhe desferiu uma leve mordida. – Você está me provocando, mulher!
- Sim, você sabe como eu gosto de estar no controle. – Heloísa puxou a peça de roupa dele a retirando e expondo seu membro longo e duro. Com os lábios e com a língua continuou o provocando. – Está gostando? Eu sei que está. – Ela mesma respondeu percebendo que lhe faltavam as palavras.
- Heloísa... – Foi tudo o que ele conseguiu dizer quando sentiu seu membro deslizar para dentro da boca de Heloísa que o sugava provocativa.
Com uma mão firme ela o segurava na base enquanto seus lábios faziam com ele como se fosse um longo picolé. Leônidas estava a um passo de explodir quando Heloísa parou o que fazia e o encarou com as pupilas dilatadas.
- Minha rosa... – Ele sussurrou a puxando pelos ombros e colocando em seu colo. – Quero você todinha. – Ele a beijou desesperado segurando sua cintura com as duas mãos enquanto ela deslizava sobre ele. – Quero dessa forma. – Ele voltou a dizer. – Nossos corpos juntos.
Com as mãos firmes ele a auxiliava nos movimentos enquanto seus lábios buscavam o dela. Com a saudade que sentiam por estarem por dias a fio se desejando sem conseguirem esse momento juntos, logo seus corpos explodiram no prazer mais intenso que poderiam sentir. Leônidas se jogou na cama com Heloísa sobre ele.
- Estava louco de saudades. – Ele disse num sussurro.
- Eu também. Não vamos deixar mais isso acontecer. – O beijou de leve no pescoço.
Eles permaneceram por um tempo relaxando e se acariciando até que Leônidas se lembrou de algo que queria falar com Heloísa.
- Minha rosa.
- Hum?
- Eu estive conversando com alguns amigos do hospital e eles me passaram o contato de uma equipe de baby-sitters aqui de Londres.
- Como isso funciona? – Ela quis saber.
- Nós entramos em contato e contratamos uma delas para passar a noite em nossa casa com nosso filho.
- Gostei dessa ideia. Daí podemos ter uma noite tranquila. – Ela sugeriu.
- Na verdade, pensei em contratarmos uma para que pudéssemos sair para jantar, dançar e até mesmo relaxar. O que acha?
- Acho uma ótima ideia.
- Ótimo! Então podemos combinar para a semana que vem!

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