Confie em mim

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Lá estava eu parado em frente aquela tempestade de areia negra, onde no centro dela havia um garotinho assustado. Vendo aquela cena lembrei do meu passado, onde eu era um também era garoto assustado que não sabia o que deveria fazer.
Lentamente me aproximei do garoto, como uma forma de me afastar, ele forma espinhos com sua areia, mas eu continuo andando.
Ele atira os espinhos na minha direção, minha areia me protege de alguns mas outros conseguem ultrapassar minha defesa. Isso é realmente surpreendente.
Eu abaixo ficando na sua altura, o garoto tenta se afastar mas eu o puxo para um abraço. Ficamos assim até ele se acalmar e a tempestade de areia se desfazer.
– Qual é seu nome?- Pergunto na voz mais calma que tenho.
– Shinki - responde ainda um pouco apreensivo.
– É um belo nome.- Fico em silêncio por um tempo -Você quer vir comigo?  - pergunto esticando minha mão para o garoto, no intuito que ele a segure por vontade própria.
Pouco tempo depois ele pega minha mão. Sigo com ele de mão dadas pela aldeia até chegar no prédio do kazekage.
Quando chegamos em frente ao prédio Shinki para de andar e me olha um pouco desconfiado. Eu seguro sua mão com um pouco mais de força e me abaixo para ficar da sua altura.
– Está tudo bem. Confie em mim. - Sigo essas palavras em voz baixa tentando passar o máximo de confiança possível.
Logo depois disso entramos no prédio. Logo em seguida, Kankuro vem em minha direção.
– Gaara onde estava esse tempo todo- Logo depois de falar percebe o garoto que está segurando minha mão e praticamente escondido atrás de mim. - Quem é ele?
Eu não me dou ao trabalho de responder. Em seguida continuo andando sabendo que Kankuro está me seguindo, afinal ele não ia me deixar em paz até que eu o contasse tudo.
Paro em frente a uma porta que dava em um pequeno escritório que não está mais sendo utilizado, que ficava ao lado da minha sala.
– Ei Shinki, será que você pode esperar nessa sala um pouquinho? Eu estarei na sala ao lado qualquer coisa é só me chamar tá bom?- Pergunto e vejo ele acenar com a cabeça.
Logo depois saio da sala fechando a porta e entro em minha sala logo em seguida, com Kankuro ainda me seguindo.
– Agora pode me contar o que está acontecendo?
Ele pergunta enquanto eu ando até a janela onde conseguia ver o sol se pondo em Suna.
– Você já deve ter ouvido das reclamações que o povo da aldeia anda fazendo.
– Sobre o demônio da areia negra.- Ele fez uma pausa- O que pretende fazer com ele.
Dou um longo suspiro enquanto continuo a observar a aldeia.
– Estava pensando em adotalo e treina-lo para que um dia talvez ele possa se tornar o próximo kazekage.
Kankuro fica calado, provavelmente com uma expressão de surpresa em seu rosto.
– Gaara tem certeza do que está falando!? Tudo bem eu até concordo com a parte de treinar o garoto, mas adotalo não é loucura?! Afinal você é o kazekage, cuidar de uma criança sozinho é difícil! E você acha mesmo que o conselho irá aceitar ele como seu filho?!
– Você pode ter razão em algumas partes Kankuro, mas isso não vai me fazer mudar de ideia. Eu tomei minha decisão assim que eu vi ele, e quando sairmos daqui eu irei perguntar.
– Mas se o garoto não aceitar, o que está passando em fazer?
– Se ele não aceitar não posso obriga-lo. Porém farei questão de encinalo pessoalmente como controlar a areia de ferro.
Kankuro sauspira sabendo que não tem jeito dele me fazer mudar de ideia. Me viro olhando agora para ele
– Kankuro, quero que você chame um médico para garantir que não tem nada de errado com Shinki.
– Tá bom.- Responde parecendo não concordar muito com a ideia, mas mesmo assim sai da sala.
Eu também saio da sala indo até onde esta Shinki.
Abro a porta lentamente sem fazer muito barulho, acabo vendo Shinki sentado no sofá que tinha na sala brincando com uma borboleta que tinha feito com a sua areia. Sorri ao ver aquela cena. Fiquei observando na porta por mais algum tempo antes de entrar.
Quando Shinki me vê ele desfaz a borboleta. Eu me aproximo de onde ele está e me agacho para ficar na sua altura.
– Demorei muito? -Pergunto vendo ele negar.
Olhando para ele agora, parece estar bem mais calmo que antes.
–Tem algum lugar em que queira ficar?- Pergunto vendo novamente ele negar.
– Gostaria de ficar em minha casa essa noite?- É claro que a minha intenção não era apenas ele ficar por uma noite, mas ainda estava muito cedo para falar sobre isso.
Vejo ele ficar surpreso pela pergunta. Porém ante que eu obtenha uma resposta ouço batidas na porta, suponho ser o médico.
Abro a porta vendo o Kankuro e o médico logo atrás. Dou espaço para eles entrarem.
– Licença Kazekage-sama.- Dis fazendo uma breve referência.
Kankuro já deve ter deixado ele a par da situação, pois ele olhou na direção do Shinki e me perguntou tou se podia começar os exames. Eu disse que sim e o acompanhei até onde Shinki estava.
O médico se abaixa e pergunta a Shinki se pode examiná-lo. Shinki olha pra mim para saber a resposta, eu faço que sim com a cabeça e ele olha pro médico fazendo o mesmo que eu. No fundo eu acabei achando fofo, mas não ia demonstrar isso naquela hora.
Quando a consulta começa Kankuro acaba saindo falando que tinha coisas que precisava resolver.

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