"Prezado senhor Aaron Zachary Di Dragone, Temos o prazer de informar que V. Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Prinrorth. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1° de setembro. Aguarda...
•ˇ🖤𝄒۪ࣴ⤿ Só quero que isso chegue ao fim. Até o fim do mês, vou aprender a me fazer de louco, pra preservar a minha lucidez.
Carta aos Desinteressados - Esteban Tavares.
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Não tenho certeza do horário, mas em algum momento eu me retirei com Annabella do Jardim e fui me deitar para tentar dormir, e deu certo. Acordei novamente às 06:45 da manhã, com o corpo exausto, não exatamente por cansaço de esforço físico, mas cansaço mental.
Me sentei na cama me apoiando nos cotovelos, soltei um suspiro para em seguida me erguer da cama e andar com passos lentos até meu espelho de corpo inteiro. Meu cabelo bagunçado e as olheiras marcando a parte debaixo dos meus olhos, estou parecendo mais um morto-vivo ambulante ou um cadáver morto há três semanas e que fora esquecido de ser sepultado.
── Cuidado para não ser confundido com um zumbi, receber um Bombarda Maxima* e ser explodido em vários pedacinhos ─ zombei de mim mesmo.
Ao adentrar o banheiro comecei a retirar minhas roupas ponderando se valeria a pena lavar o cabelo, mas acabei decidindo por deixar isso para depois. Não estava no auge do bom humor para molhar e cuidar dele após o banho. Retirei minha última peça de roupa, em seguida ligando o chuveiro em uma temperatura agradável para aplacar o frio desgraçado que a floresta estava fazendo.
Enquanto estava no banho, tentando ao máximo evitar molhar meu cabelo, comecei a divagar sobre como seria estudar em Prinrorth. Durante meus primeiros anos aprendendo bruxaria, eu não me imaginava indo cursar o restante de meus estudos nessa escola, estava sim orgulhoso de conseguir ir para o mesmo lugar que meus pais, entretanto eu continuava receoso de ter que morar naquele castelo durante os estudos e ficar tão longe da minha família.
Mas como Annabella disse, ainda estaríamos juntos.
Saí do banho me secando com a toalha rapidamente, apesar do ar-condicionado estar com uma temperatura agradável e as portas da varanda estarem fechadas, o frio impertinente continuava a me incomodar. Procurei dentro do meu closet algo que fosse confortável e ao mesmo tempo não fosse chamar tanta atenção no meio de tanta gente, optando por um jeans, uma camiseta da banda trouxa AC/DC e uma jaqueta grossa com capuz.
Vesti a roupa em seguida pegando a escova de cabelo e passando em meus fios de cabelo para enfrentar os nós monstruosos. Minha mãe sempre diz que eu deveria dar um jeito no estado de ninho de rato que meu cabelo é, mas eu gosto dele bem encaracolado, mesmo que me dê sérios probleminhas na hora de arrumar. Ao terminar de desembaraçar aquele ninho de mafagafos, senti que estava pronto e já poderia lidar com o furacão que eu chamo de família.
