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Sunghoon não se achava incompreendido, por mais que fosse. Na verdade, o garoto nunca tinha parado para pensar profundamente sobre esse assunto, certas coisas como se apresentar para pessoas desconhecidas e apresentar um trabalho na frente de toda a sala de aula ocupavam sua mente em boa parte do tempo, e no final era exatamente por se sair mal nessas atividades do dia-a-dia que o tornava incompreendido. Estava praticamente em sua cara, mas somente quando Jongseong citou que achava que as pessoas não compreendiam Sunghoon pelo seu exterior que o garoto prestou atenção nisso.

Jongseong foi a única pessoa que se esforçou para atravessar todas as barreiras pessoais que Sunghoon tinha criado em si mesmo desde a infância. Ambos os Park's eram crianças. Jongseong era alguns meses mais velho e tinha uma imagem incrível de poder, tendo sempre muitos amigos e os divertindo, isso os mantinha por perto. Diferente de Sunghoon, que ficava sempre, em todo momento, sem exceção, em seu canto. Coloria os livrinhos da creche sozinho observando a janela de vez em quando, cava a terra do parquinho sozinho enquanto todas as outras crianças estavam com Jongseong.

Em algum momento Jongseong chegou em si, assim como ele fazia com todas as outras crianças, até elas notarem sua presença marcante e chegarem nele independentemente. Sunghoon não soube como reagir. O garotinho pensou em fazer como fazia com todas as outras crianças que vinham apenas por sua aparência padrão e bonita, mas iam embora quando percebiam que era difícil conquistar o menino. Sunghoon não queria esse tipo de pessoa ao seu lado. Na verdade, ele não queria nenhum tipo de pessoa. Só se dava bem com sua mãe e sua avó que tinham o criado, agia normalmente com elas e mostrava seu verdadeiro eu que era. Elas o amavam, Sunghoon se sentia amado por elas, por isso que confiava nelas. Mas as outras crianças nunca ficaram curiosas o suficiente por sua personalidade quando perceberam que para quebrar sua frieza teria de ter esforço, então a partir desse momento o garoto passou a achar que sua personalidade não era a melhor do mundo, então as escondia mais do que sempre o fez.

Sunghoon tinha certeza de que com Jongseong seria a mesma coisa, até porque ele nem era tão interessante assim, e Jongseong tinha meio mundo de amigos, então tiraria a atenção de si rapidamente.

Não foi bem assim.

Jongseong nunca mais saiu do seu pé. O perseguia na creche, pintava o livrinho consigo, o ajudava a cavar a terra do parquinho. E quando outra criança vinha para se juntar aos dois, Jongseong a falava que Sunghoon não a queria ali. Sunghoon se sentiu compreendido uma vez na vida por uma pessoa que não amava e não confiava. Ele realmente não queria a criança lá, e também não queria Jongseong, esse tempo todo se sentiu com o próprio espaço sendo invadido drasticamente. Mas depois disso, quando Jongseong simplesmente descreveu para outra criança a vontade de Sunghoon sem nem ouvir essas palavras dele, tudo mudou.

Sunghoon rapidamente mudou de opinião e visão sobre Jongseong, e quis o ter por perto o tempo todo. Ele o entendia, e ficava ao seu lado, mesmo que não falasse nada. E por não falar nada, Sunghoon não tinha certeza de como era o papo do garotinho, apenas era grato por ele estar o entendendo em tanto pouco tempo de convivência.

Um dia, quando estava indo em direção a sua própria mesa para colorir o sexto livrinho do ano, viu Jongseong sentado ao lado de sua mesa colorindo também seu próprio livro, então resolveu o cumprimentar.

Quando Jongseong ouviu a voz do garotinho mais novo, ficou muito surpreso, que quase não conseguiu reagir. Por ter ficado alguns segundos estático, Sunghoon logo se arrependeu e seu sorriso caiu, achando que não tinha sido uma boa ideia, achando que o mais velho não iria mais querer ficar ao seu lado. Mas a preocupação foi sumindo quando lentamente o sorriso do garoto em sua frente subia, fazendo o seu subir junto.

Jongseong tinha o cumprimentado de volta, com muita felicidade e entusiasmo, isso fez Sunghoon se sentir importante. Alguém estava sorrindo para ele, alguém estava sorrindo ao falar com ele, ao ouvir sua voz. Aquela cena tocou seu coração como um foguete que tinha rachado todas suas barreiras ao mesmo tempo na velocidade da luz. Foi emocionante, foi uma felicidade tão honesta que o Sunghoon atual daria de tudo para viver aquele momento e aquela sensação pela primeira vez novamente. Era como escutar uma música muito boa pela primeira vez, aquela música que fica em sua cabeça em todos os momentos e que aumenta sua vibração totalmente.

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