Capítulo 9

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Sr.Clark apesar da preocupação com o filho caçula, estava morto de cansaço e dormiu feito uma pedra. Quando acordou Steve já tinha ido à escola.

⸺Daniel! Daniel! –gritava Annette. O Sr. Clark saiu correndo do quarto para a sala. ⸺É a Ella no telefone. Ela quer falar com você. –sussurrou tampando o telefone. Daniel não pôde segurar um sorriso.

⸺Alô? Oi, filha, bom dia. Cheguei bem sim. Dormi tanto que só acordei agora. E você sabe que me levanto cedo. Sim, na próxima vou conhecer o Gabe, se ele fizer besteira me avise que eu... Sim, querida. Também te amo, filha. Bons estudos, não se esqueça da promessa de vir nos visitar no fim do ano. Tchau.

Parecia que tinha preenchido um espaço do seu coração. Sabia que sentia falta da filha, mas não sabia que era tanta. Podia respirar melhor.

⸺Não acredito que foi até Michigan, estou muito feliz por vocês, meu amor. –Annette o abraçou emocionada.

⸺Você faz parte desse processo, amor. –Annette arregalou os olhos. Era raro o marido chamá-la de apelidos carinhosos. Ela sabia que fazia parte dessa mudança, mas tinha algo mais nisso tudo. No fundo ela acreditava que Cindy tinha envolvimento nisso. ⸺Ah, você sabia que Steve tem um aparelho de celular? Foi você quem deu a ele?

Annette não pôde proteger o enteado, pois foi pega de surpresa.

⸺Não, não dei. Já tinha visto o aparelho antes, mas achei que ele tivesse comprado com algum dinheiro que guardou. Ele comentou comigo que queria falar com a namorada... –mentiu. ⸺Sabe, amor, quando estamos apaixonados queremos estar sempre juntos, talvez tenha até arrumado um emprego para bancar os encontros com a namorada e o celular. –abriu os braços. ⸺Só sei que a Cindy tem mudado o Steve para melhor.

⸺Isso é verdade. –ele mordeu uma rosquinha e se levantou. Annette ficou satisfeita por ora, venceu a batalha, mas não a guerra, depois tiraria a história a limpo com o rapaz, pois sabia que o marido depois investigaria.

Na escola Steve se esforçava para não ficar de recuperação em Matemática e ao mesmo tempo se concentrar nos ensaios da peça em vez de pensar em Cindy. Na verdade nos momentos mais inusitados se lembrava dela. Quando a professora de Literatura leu um texto nada a ver sobre guerra se imaginou fugindo com a loira e salvando a vida dela. Depois a mocinha super grata a ele lhe dava um beijo. Na de Geometria em vez de desenhar os polígonos desenhou um coração gigante com uma flecha dentro. Teve que apagar rapidamente antes que alguém visse. Ele tentava evitar a menina para que os pensamentos diminuíssem, mas suas tentativas eram vãs.

Para piorar iriam ensaiar uma cena em que seu personagem dançava com a personagem interpretada por ninguém menos que Cindy Tunner. Ele sentiu pena da crush, ele pisou várias vezes no pé dela. Mas a loira achava que era de propósito e revidava.

⸺No livro Charles Bingley dança feliz com Jane, por que vocês estão com uma expressão de um misto de dor e raiva? Parecem mais Elizabeth e Darcy! –a professora abriu os braços. Antes que Steve retrucasse reivindicando seu talento para papel principal, Cindy simplesmente apontou os pés de Steve como a causa de sua cara amarrada. A educadora riu e estendeu a mão ao rapaz ensinando os passos bem devagar.

Ao virar para o lado oposto do palco Steve viu próximo à saída de emergência Carter agachado escondendo algo debaixo de uma cadeira. Teve que mudar de posição e olhou para Cindy. Ele apontou com a cabeça para que visse o rapaz, mas Cindy não compreendeu. Então ele tentou usar linguagem labial, porém ela ainda não entendeu.

Steve então a puxou para dançar, agora animado. Começou a explicar o que dissera antes.

⸺Depois do ensaio, vá lá perto da saída de emergência ver o que ele deixou lá, ok?-Cindy só concordou com a cabeça. Que bicho havia mordido aquela garota? Ela estava enfezada mais do que o normal.

O ritmo dos passos foi se acertando, e de repente só tinha Cindy e Steve no palco, os outros casais eles nem viram mais. Os olhos dos dois estavam concentrados um no outro apenas. Se deram conta de que estavam dançando sem música e sozinhos quando a professora começou a aplaudir. Os dois coraram e riram de nervoso. Steve se dobrou um pouco como reverência pelos aplausos, Cindy rolou os olhos.

À tarde Cindy foi para casa se esquecendo completamente do pedido (ou ordem?) de Steve. Tinham várias tarefas para realizar em casa. Limpou o apartamento, fez os deveres da escola, levou as roupas à lavanderia. Chegou à sua casa de noite e começou a preparar o jantar e o almoço do dia seguinte. De repente o telefone toca. Cindy se equilibra entre as panelas, olha para ver se dá tempo de atender sem queimar algo.

⸺Alô?

⸺Cadê você? Te liguei a tarde toda! Pegou a pista do Carter debaixo do banco? –ficou um silêncio por alguns segundos. ⸺Cindy?!

⸺Ah, oi, eu me esqueci... Desculpa! Eu tinha que resolver tanta coisa em casa. Limpei a casa, lavei a louça, passei aspirador, fui à lavanderia, agora eu estou fazendo o jantar... Por que estou te explicando tudo mesmo? Enfim, você pegou? O que era?

⸺Quando cheguei lá não tinha mais nada...

⸺Ah...

⸺Tem problema não, Cindy, amanhã a gente vê sobre isso. Boa noite!

⸺Boa noite!

Cindy pensou que Steve ficara chateado com ela e se sentiu bem culpada por ter se esquecido de ver a pista. Se perguntava o porquê de ter sido escolhida para ser uma espiã, era uma adolescente pobre, que embora sonhasse e estudasse para crescer na vida, não via como isso seria possível. Não tinha muito tempo também. E esse novo trabalho só a aproximava de Steve que era o completo oposto dela: rico, despreocupado, com um futuro brilhante pela frente. Mas ela via que ele não era só aquilo, era um rapaz humilde e legal, irritante, mas não podia negar que era uma boa pessoa. E a quem queria enganar? Tinha sentimentos cada vez mais profundos por ele. Toda vez que o via se lembrava do beijo e imaginava se o próximo seria tão bom quanto o primeiro.

⸺Cindy? –o senhor Tunner a tirou dos pensamentos. Ela deu um salto e a colher de pau caiu no chão. ⸺Desculpe, filha. Tudo bem? Você parecia estar em outro lugar. Acho que algo está queimando...

⸺Ah, não... –a carne tinha queimado. O pai de Cindy caiu na risada.

⸺Está pensando no namorado? –a loira ruborizou.

⸺Pai!

⸺O que foi? Estava não é mesmo? –cruzou os braços. ⸺Filha, você tem que aproveitar mais a sua juventude.

⸺Como, papai? Se além de filha estudante eu sou dona de casa? –quando as palavras saíram ela logo se arrependeu. O pai ficou bem triste. Porém, ele chegava tarde e não fazia muitas tarefas em casa. Um silêncio reinou e Cindy apenas jogou a carne fora e fritou ovos. Colocou o prato do pai e foi comer no seu quarto.

Se sentia como a cinderela sem a madrastas e as irmãs, mas com o pai vivo. Só esperava que chegasse a carruagem de abóbora e uma fada madrinha. Ela só não sabia que já tinha uma fada...

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