Abro os olhos com dificuldade despertando de um sono tão bom. Acordar e ver Chan dormindo profundamente ao meu lado fez meu coração balançar por um instante. Talvez eu queira ter essa visão todos os dias daqui em diante.
A noite foi tranquila para Christopher depois que ele adormeceu. Já eu, confesso que demorei a pegar no sono, não conseguindo tirar os meus olhos do rosto angelical do garoto deitado comigo.
Me forço a levantar e me espreguiço ainda sentada na cama.
Hoje é a Grande Final.
Bocejo enquanto prendo o cabelo em um coque desajeitado e caminho até a pia da cozinha. É um dia muito importante para Chan, e eu quero fazer algo legal como presente. Abro os armários e a pequena geladeira com os quais já estava familiarizada e resolvo fazer o café da manhã para que o garoto não precise ir até o restaurante do hotel.
Bato uma massa simples e começo a fritar as panquecas de chocolate. Sei o quanto Chan adora doces e que seu dia não começa antes que ele coma pelo menos um torrão de açúcar. Faço algumas torradas e aqueço o leite com achocolatado que ele toma todos os dias. A essa altura, já conheço vários gostos e manias de Christopher. E não, isso não tem nada a ver com eu gostar dele.
Tá, talvez tenha um pouquinho.
Termino de preparar tudo e coloco o café da manhã do garoto em uma bandeja, a deixando na mesa de cabeceira ao lado da cama. Me sento ao seu lado no colchão e o observo.
— Chan — chamo baixo, sem querer assustá-lo —, tá na hora de acordar.
Ele resmunga e se move apenas o suficiente para cobrir o rosto com o edredom, deixando claro que não queria ser acordado.
É incrível como ele continua lindo mesmo dormindo. Mesmo com os cabelos bagunçados e o rosto amassado no travesseiro, ele continua inexplicavelmente maravilhoso. É mesmo possível que ele seja um ser humano? Porque eu poderia facilmente dar a ele o título de anjo.
Respiro fundo com os olhos fechados tentando controlar o sorriso enorme que se formou em meus lábios depois de olhar para Christopher.
— Você precisa levantar, Chan — acaricio suas costas por baixo do edredom, sentindo ele se contorcer levemente com o toque.
— Só mais cinco minutinhos...
Então ele é dessas pessoas que dão trabalho pra acordar? Ok, vamos ver o quanto ele aguenta.
— Vamos, Chan. Levanta! — começo a fazer cócegas no garoto e ele se revira tentando se desvencilhar de minhas mãos.
— Para, Maya! — ele ri, finalmente abrindo um pouco os olhos.
— Não vou parar até você levantar — intensifico ainda mais as cócegas, me divertindo com o sofrimento do loiro.
— Não vai parar? — pergunta em um tom de ameaça e eu rio dele.
Me assusto quando Chan pula em cima de mim num movimento rápido, segurando minhas mãos acima da minha cabeça. Fico em choque, paralisada com sua ação. Seu corpo por cima do meu me entorpeceu e eu não consegui fazer nada além de encará-lo.
— Eu avisei — ele ri soprado, se inclinando para ficar cada vez mais próximo a mim.
— Chan... — sua respiração atingiu minha orelha e as palavras que eu pensei ainda ter, sumiram.
— Quer que eu solte? — ele sussurra perto do meu ouvido e sinto um arrepio intenso correr pelo meu corpo.
Engulo seco sem saber o que responder. Os olhos de Christopher me fuzilavam e eu vacilei fugindo de seu olhar. Estava estática e meu corpo se tornou rígido, assustada demais para tomar qualquer atitude que fosse. Mas, pelo visto, Chan era o completo oposto de mim, com um enorme sorriso travesso estampado no rosto.
— Você tinha que ver a sua cara! — o garoto ri alto, debochando enquanto sai de cima de mim.
Abro e fecho a boca chocada, piscando os olhos algumas vezes. Se eu soubesse que Chan ia zombar da minha cara desse jeito eu não teria vindo ajudá-lo com a insônia, nem muito menos cozinhar para ele.
Que humilhação.
— Eu não devia ter feito café da manhã pra você! — levanto rapidamente, pegando de volta a bandeja que havia deixado na mesa de cabeceira.
— Desculpa, Maya! — ele corre em minha direção com os braços abertos — Woah! O cheiro tá tão bom!
Ele funga tentando pegar uma das panquecas e eu bato em sua mão.
— Tira a mão daí! — reclamo, afastando a bandeja dele.
— Por favor, Maya! Você sabe que eu amo panqueca de chocolate! — choraminga igual uma criança mimada e eu rio dele.
— Não sei se você tá merecendo... — apoio a bandeja na mesa atrás de mim e fico de guarda para o garoto não se aproximar.
— Vamos, me desculpa só dessa vez! — pega minhas mãos e as chacoalha — Prometo que nunca mais faço isso!
— Promete de mindinho? — ele concorda prontamente, entrelaçando seu dedo no meu — Ok, então eu desculpo. Mas só dessa vez!
Ele comemora de um jeito fofo por finalmente poder comer as panquecas e segura meu rosto com as duas mãos, selando meus lábios com intensidade.
— Você é a melhor, Maya!
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I Want You ☆ Bang Chan
FanfictionQuanto vale um sonho? Para Maya, que decidiu se demitir da cozinha de um dos restaurantes mais famosos do país depois de sofrer nas mãos de um chefe abusivo, responder essa pergunta não era mais tão simples assim. Mas ela precisava seguir em frente...