Jeongguk POV
Depois de um breve desaparecimento do sênior e do portador daquela voz aveludada que o tinha chamado, eu vi uma figura delicada escorregar pela porta de ferro e deslizando para este cômodo encardido como uma sombra se esgueirando a luz do dia.
Quando ele finalmente se apresentou-se sob a fraca luz amarela pendurada acima de nós, dizer que eu estava surpreso seria um eufemismo. Um homem engomado, não, um garoto vestido num terno que era maduro demais para sua aparência adolescente, com seu cabelo loiro sujo caindo sobre um par de grandes óculos redondos que fazia muito pouco em esconder a inocência e inexperiência que ele emanava.
Ele arrastou a cadeira que foi ocupada pelo sênior dele, sentando-se na borda dela e por essa simples ação eu poderia dizer que ele estava além de apavorado.
Eu suprimi um sorriso enquanto ele tremendo colocava uma revista Ricardson de uma semana na mesa em frente e empurrava-a para mim com dois dedos delicados.
Ele limpou a garganta e eu acompanhei sua ação, escorregando o livreto para a esquerda e decidindo dar a ele toda a minha atenção.
Ele levantou o braço e agora colocou um gravador na mesa, ligando-o.
Continuava sem nenhuma palavra proferida e eu sentia uma sensação engraçada no estômago por alguma razão.
"Nós vamos começar com algumas perguntas básicas para iniciantes." - Sua voz profunda me surpreendeu um pouco mas reganhei minha compostura, assentindo para ele.
"Qual é o seu nome?" - Ele perguntou segurando uma caneta e um bloco de notas.
"Jeon Jeongguk. Qual o seu?" - Eu perguntei, o observando.
Ele franziu a testa com minha pergunta mas escolheu os ombros e balbuciou um nome.
Kim Tae Hyung
Eu repeti em minha cabeça e aquele sentimento engraçado voltou a aflorar.
"O que você faz e pra quem você trabalha?"
Eu não pude conter minha gargalhada a essa pergunta. Ele estava me perguntando quem eu era? Sua morte provavelmente. Mas eu escolhi jogar junto.
"Eu gerencio o negócio do meu pai. Ele costumava vender armas.
O garoto escreveu a informação dada e então olhou para mim, ajustando seus óculos. Ele estava aparentando mais à vontade do que seu comportamento inicial e eu não gostei disso, então eu mudei o curso das perguntas.
"Você parece ser novo, quando você entrou no departamento?" - Eu perguntei a ele ao invés, aprofundando minha voz para o tom que eu usava com as pessoas que eu queria intimidar. Isso funcionou quando o vi engolir, o pomo de adão em sua garganta subindo e descendo suavemente.
"B-Bom desde que eu sou o investigador, não deveria ser eu aquele que questiona você?"
Eu poderia dizer que ele estava tentando. Tentando realmente manter sua postura como um policial mas continuava falhando.
Eu coloquei minhas duas mãos na mesa, me enclinando nela e travei meu olhar em seu cheio de timidez.
"Bom, eu não acho." - Eu sussurrei de volta.
Ele travou, sem saber como responder a isso. Ele olhou para o gravador que ainda estava ligado no fundo e limpou a garganta novamente.
"Nos disseram que você é acusado de tráfico ilegal de armas e um monte de assassinatos, isso está correto?" - Ele perguntou novamente inquieto com sua caneta, seus olhos não olhando para cima para encontrar os meus.
Eu me escorei nas costas da minha cadeira e peguei a revisa de pornô negligenciada da mesa, folheando através do conteúdo impróprio.
Taehyung subiu seu olhar ao meu completo descaso à sua pergunta e ajustou seus óculos, olhando em volta. Ele parecia estar pensando no que ele deveria fazer a seguir.
"V-Você não me ouviu?" - Ele perguntou com a sua confiança se esvaindo a cada palavra.
Eu balancei a cabeça.
"Eu estava sendo legal com você, Taehyung." - Eu respondi mudando meu olhar dele. - "Mas você ignorou minha pergunta. Então eu fiz o mesmo."
Ele parecia em conflito sobre minha resposta, se mexendo desconfortavelmente sob meu olhar gelado. Eu poderia ser uma criança as vezes e eu amava isso sobre mim mesmo.
"Oh?" - Ele estremeceu movendo-se para mais próximo da mesa. - "Bom então me desculpe, eu acho?" - Ele se desculpou suavemente, parecendo de alguma forma culpado.
Eu sorri para isso e sentei-me corretamente aliviando o clima e joguei a revista aberta em nossa frente.
Taehyung ficou envergonhado e um leve tom de rosa apareceu em suas bochechas quando seus olhos caíram sobre a imagem do homem nu curvando-se sobre uma cadeira, fazendo-me sorrir mais largamente.
"Você é gay." - Eu declarei brincalhão, vendo-o mudar de cor mais rápido que o céu pela manhã e ele olhou para mim com os olhos esbugalhados.
"E-Espere como isso é relevante?" - Ele gaguejou, avermelhado.
"Então você é." - Eu concluo rindo enquanto ele solta um suspiro frustrado.
"Vejo que você está perdendo nosso tempo aqui, eu tenho que gravar isso e enviar para a sede antes do amanhecer..." - Ele para de falar quando nota que eu estava de pé e caminhando ao redor da mesa para me aproximar dele.
Eu escorei-me na ponta da mesa bem na frente dele, deixando minha perna balançando enquanto a outra continuava no chão apoiando meu peso. Ele hesita com minha súbita proximidade.
"Você dizia?" - Eu perguntei indiferentemente, me inclinando um pouco para a direita e batendo no dispositivo, desligando-o.
"O-O que você pensa que está fazendo?" - Ele gaguejou, gotas de suor se formando em sua delicada testa.
"Nada, eu pensei que esse jogo de perguntas seria mais interessante se esse pedaço de merda irritante fosse tirado da jogada." - Eu fiz birra sacudindo aquela coisa fora tanto que caiu no chão com um alto baque.
"Então você disse que era gay." - Eu continuei.
"Eu-Eu não disse isso?"
"Você também não negou."
"Ham... Eu ainda não sei como isso é r-relevante?"
Eu ignorei sua pergunta e coloquei minha coxa na borda ficando mais perto dele. Ele recuou como uma presa enfrentando seu predador.
"Você não me conhece?" - Eu perguntei a ele inocentemente, apoiando meu queixo na minha palma, cotovelos descansando nos joelhos.
Ele olhou ao redor desconfortavelmente e eu pensei que ele estava procurando por uma rota de fuga ou algo assim.
"S-Sim, eu sei" - Foi tudo que ele disse.
"Então você deveria saber o que é bom pra você e não me fazer essas perguntas tolas." - Eu bati na mesa e o vi pular, apavorado enquanto eu voltava para o meu eu frio e intimidador.
Eu inclinei minha cabeça para ter uma visão melhor de suas delicadas e assustadas feições e olhei dentro de seus olhos.
"Na verdade eu nem ligo se você é gay ou não, quando eu sinto vontade de foder alguém, eu faço isso de qualquer forma."
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1072 palavras
Até a próxima
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Fast Draw(Vkook) ~ Tradução
Fanfiction*Todos os créditos da história são da escritora original @Cover_fire então passem lá pra dar mais favoritos e reconhecimento à história.* sinopse: "Ou você solta o nome Jeon, ou eu estouro a cabeça engraçadinha neste exato momento" - o policial robu...