Capítulo 3

27 3 0
                                    

Desde que anunciei a minha candidatura, certas coisas começaram a desestabilizar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Desde que anunciei a minha candidatura, certas coisas começaram a desestabilizar. Um cartel tem ganhado cada vez mais força querendo tomar posse do tráfico de drogas segundo o meu mais novo capo. E também tenho o meu assessor de campanha pegando no caralho do meu pé quanto a um senador de merda e outro candidato a presidente que não gostou nada da minha candidatura à presidência. O que antes já era um verdadeiro caos, hoje está ainda pior. Mas no fundo eu sei que todo o meu sucesso significa ter desprezo dos invejosos e por isso tenho inimigos como cobras em cima de mim, porque o tempo todo eu estou lá em cima, brilhando como uma joia rara. Isso me agrada, muito.

Às vezes ainda paro pra pensar se isso é o certo, se estou arriscando algo ainda mais precioso em busca de mais e mais poder. Eu sei que o amor não significa nada pra máfia, apenas chances para seu inimigo te derrubar. E quanto ao poder, ele sempre vem com um preço e sei que quando chegar a hora — porque o momento sempre bate à porta — terei que pagar. Quanto a isso eu pensei que poderia mudar, mas estava errado. Na máfia sempre foi assim e sempre será. E se em algum momento eu chegar a fracassar, os abutres vão se tornar gaviões sobre a minha cabeça.

No fundo eu sei, Mell sabe e qualquer outro chefe da máfia sabe onde estamos nos metendo e com isso, no final do dia eu olho para a minha família e a porra da pergunta vem: vale a pena arriscar a segurança e o bem estar da minha família somente pelo poder? Em um segundo a resposta é óbvia e nas outras 23h e 59s o meu lado ambicioso grita mais alto e eu digo que sim, vou fazer acontecer e nada vai dar errado. Caralho, eu até mesmo duvidei de mim mesmo no começo. Coisa que digamos que não é do meu feitio já que tudo que quero eu simplesmente pego ou tomo para mim.

Semana passada foi a formatura da Mell e depois disso, viemos para a nossa casa de praia encontrar com Valentim, sua esposa e filho. Ainda não tínhamos visitado nossa mais nova casa e essa foi uma combinação que devo confessar ter feito muito bem a todos. Nós precisávamos de uma pausa antes do inferno começar e esse final de semana está sendo tudo o que esperávamos com a companhia da nossa família. Eu nunca pensei que um dia gostaria de passar mais tempo com a minha família. Entretanto, até mesmo nisso a Mell me transformou e não digo como uma coisa ruim, mas sim de aprender que mesmo sendo quem sou, ainda assim eu posso fazer coisas que no passado eu simplesmente abominava da minha vida.

Com meu mais novo trabalho como governador, eu agora tenho que cumprir com a minha agenda. Coisa que antes também não tinha. Antes eu sabia o que tinha que fazer e simplesmente ia quando me dava na telha. No entanto, quando se entra em um cargo como o meu, temos que ter disciplina e compromisso para seguir uma agenda que algumas vezes não é apenas eu que decido quando e onde devo comparecer porque mesmo que eu seja o caralho do governador, eu ainda não sou o presidente. Ainda.

Mell ao longo dos anos tem se dedicado não somente a nossa família como também em seus estudos e mergulhado de cabeça em questões relacionadas à máfia. É óbvio que ela não é a mesma mulher de antes, aquela que sequestrei. No entanto, é notável o quanto ela se tornou mais firme e séria com suas escolhas. Para mim e o restante da família ela sempre vai ser a nossa Mell, mas lá fora as coisas são diferentes e eu amo que ela tenha achado o equilíbrio entre o nosso mundo. Ao contrário de mim, Mellia ainda pensa antes de executar suas ações, ela ainda tem o lado...sensível dela, mas também aprendeu como ser fria quando preciso. Eu tenho tanto orgulho do que ela se tornou e do que ainda vai se tornar.

Talvez eu Queira II (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora