❢066

97 15 0
                                    

⥤nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe de sua própria dor e renúncia⥢"Paulo Coelho"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe de sua própria dor e renúncia⥢
"Paulo Coelho"


_________________________________________

Sami desceu as escadas que levava até Annie e encarou a garota loira.

- Annie.... - Sussurrou enquanto Hitch que desceu junto dela permaneceu ao seu lado.

- você consegue? - A garota sussurrou esperançosa.

- sim- falou sem hesitação.

Seus olhos se tornaram vermelhos misturado com violeta em um redemoinho, era como se o ar tivesse deixado aquela sala, Hitch caiu se sentindo sufocada.

- Saia daqui Hitch- Sami ordenou vendo a outra obedecer imediatamente, saiu um pouco tonta pela falta de ar. - Annie está na hora de sair daí, deve ser chato ficar presa nessa cristalização- falou, sua voz saindo rouca. O lugar que parecia sem ar se encheu de vento, e a fumaça preta surgiu das pontas dos dedos de Sami e arrodeou o corpo preso da loira, ela fez um corte em seu pulso e seu sangue respingou no cristal que rachou.

A imagem de uma garota loira apareceu. Ymir a verdadeira Fundadora. A garota loira encarou a vampira nos olhos e Sami retribuiu o olhar, Sami pensou que talvez Ymir fosse para-la, mas para sua surpresa a garota fez um movimento de cabeça e a cristalização de Annie quebrou em milhões de pedaços por todos os lados.

Sami ainda deu uma última olhada na fundadora e saiu daquela paisagem.

- e ai loira- Sami sorriu de leve segurando Annie estilo princesa e a carregou para fora daquele porão.

- Sami- Hitch apareceu.

- leve-a a enfermaria, e dê bastante comida..... De preferência torta- sussurrou se afastando dali.

Ela logo se teletransportou para um campo. As vezes se sentia sufocada e precisava da solidão de um campo verde.
Ela não sabia do motivo de ter do nada libertado Annie. Mas ela queria.

- hum? - franzil a testa olhando para trás encontrando Eren sentado com as costas encostadas em um tronco de uma grande árvore.

- Sami? - ele também a encarou com surpresa.

- o que faz aqui? - ela perguntou se aproximando do moreno.

- nada de importante - ele tentou sorrir mas falhou.

Encarar os olhos amarelos da garota focados em si fez ele se lembrar de uma memória.

- Eren- Sami o encarou- se você tivesse me abraçado no passado e chorado feito uma criança eu não perguntaria o motivo- falou sorrindo.

- do que está falando?- um Eren mais velho questionou sem expressão. - não importa mais.....

- a proposta ainda está de pé...

- porque eu aceitaria a proposta de uma vampira? - falou parecendo estar enojado. Mas Sami apenas o encarou sem expressão.

- Sami... - Eren sussurrou mordendo sua bochecha.

Não era do seu estilo chorar abraçado a alguém, mas naquele momento as memórias do futuro estavam sufocado sua alma, ele estava sentindo sua alma se quebrando aos poucos.
Ele se levantou com as mãos fechadas em punhos, Sami o encarou com confusão. Não teve palavras, Eren só abraçou Sami e deixou suas lágrimas cairem, de sua garganta saiu o grito mais quebrado que ele já se permitiu gritar. Sami imediatamente abraçou Eren o acolhendo em seu peito.

Ele tremia e a abraçava com força como se fosse seu ponto seguro. Naquele bosque verde cheio de vida tinha um homem que a cada dia se quebrava. Um humano que sentia que a cada dia se perdia na alvorada. Ele fingia estar vivo e todos acreditavam sem notar o peso que ele carregava. Carregando seu povo. Carregando a salvação de seus amigos. Querendo sua liberdade, que a cada dia parecia mais distante.

Sami sentiu seu corpo estremecer ela sentiu o peso de Eren. Ela soluçou, ela sentiu. Não se sabe como, mas naquele momento ela sentiu.

Era tão opressor, ela não precisava respirar mas era tão sufocante.

Ela carregava seu próprio peso, o peso que a cada dia se tornava mais difícil de ser ignorado. A loucura de seu interior cansado de ser rejeitado. Era como se os sentimentos que ela se recusava a mostrar entrasse em rebelião.

Naquele momento o fio do destino foi transformado em uma nova linha, o futuro modificado. O futuro que Eren conhecia entrou em combustão, ele não soube, mas o futuro que ele conheceu mudou. O peso que ele carregava ele não precisava mais carregar. As mortes que ele causaria, não seriam mais causadas.

Mesmo naquele mar de emoções Sami sorriu, ela entendeu. Eren não seria mais o vilão, seria Ela.
Paradis tinha quatro muralhas. Ela era a muralha que jamais cairiam. Se o mundo fosse inimigos dos Eldianos, ela seria inimiga do mundo, ela sempre levou essa frase consigo, e agora, na hora certa ela colocaria em prática.

Seus ombros relaxaram e ela acariciou o cabelo castanho de Eren.
Se manteve em silêncio e passaram a manhã juntos naquela mesma posição.

Após algumas horas Eren não soluçava mais, apenas manteve sua cabeça encostada no seio direito de Sami e tinha os olhos fechados como se seu corpo finalmente estivesse cansado. O desgaste mental era o pior cansaço que existia. Na opinião de Samira.
Sami estava encostada no tronco de árvore com Eren entre sua pernas e a cabeça encostada em seu peito.
Ficaram ali por horas, nenhum com fome ou sede. Só ficaram em silêncio.

O começo no fim_[Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora