Oneshots kiaz, PWP

3 - CEO/secretário

Robby Keene tinha tido uma vida muito difícil, mas graças a sua inteligência e determinação, havia conseguido subir na vida de forma espetacular. Era CEO em uma empresa de tecnologia e tinha um escritório em um dos maiores prédios da cidade, contando com uma parede de vidro garantindo vista para o mar e boa parte da cidade. Tinha bons amigos e havia achado uma família para si, além de ser respeitado e querido pelos clientes e funcionários. Podia dizer que era até admirado pela maioria deles e só havia uma pessoa em toda a empresa que não parecia se abalar ao avistá-lo com seus ternos refinados e bem ajustados: Miguel Diaz, seu secretário.

Não qualquer secretário. Como qualquer bom secretário executivo, precisava ser muito competente, organizado, inteligente, articulado, responsável e adaptável. E era tudo isso, além de ser absolutamente adorável, lindo e gostoso. E ousado. Nessa sexta-feira ele havia dado uma mostra incomparável dessa ousadia, aparecendo no trabalho com um terno lilás, tão claro que quase parecia branco, mas com um toque de cor inconfundível, usado por cima de uma camisa roxa muito elegante. Mas o mais incrível de tudo, é que não era uma calça que adornava aquelas pernas belíssimas e fazia conjunto com o blazer bem cortado, mas uma saia. Robby quase havia esquecido de sair do elevador quando o viu, por pouco a porta não se fechou bem em sua cara.

Trabalhou o dia inteiro pensando nisso e tentando arrumar desculpas para pequenas interações com o moreno. A mais patética havia sido a primeira, e ele tinha orgulho de dizer que se não tinha parado por ali, é porque sabia trabalhar sob pressão e era persistente. Saiu do escritório às 11h da manhã para tomar um café e aproveitou para passar pela mesa de Diaz. Dois dos programadores estavam aguardando para falar com Eli na sala ao lado e cumprimentaram Robby efusivamente quando ele passou. Ele foi simpático e educado, como sempre era, e ao retornar, parou ao lado da mesa de Diaz e deu a partida no que seria mais um dia de pequenas humilhações em busca de uma grande vitória.

"Olá, Diaz!" Robby disse, alegre.

"Oi, Sr Keene." Ele respondeu sem nem tirar os olhos da tela do computador, a voz neutra e desinteressada.

"Está um lindo dia lá fora, não?" Robby disse, pensando no sol cálido que entrava e iluminação sua sala, refletido na água azul do mar ao longe.

"Não sei, não estou lá fora pra ver." Disse com ironia.

O riso abafado de um dos programadores foi suficiente para que Robby desse a conversa por encerrada, sentindo as orelhas ardendo de vergonha. Diaz conseguia desconcertá-lo como ninguém, principalmente quando o tratava assim. Isso com certeza era algum fetiche, mas não queria pensar nisso no momento, tinha muito trabalho a fazer. Depois de três reuniões e muitos problemas resolvidos, Robby finalmente conseguiu um tempo para almoçar. Foi a um restaurante que adorava e ficava bem perto da empresa, e os doces que faziam eram tão bons que eles os vendiam também em pequenas caixinhas. Robby não perdeu a chance de levar uma para Miguel.

"Trouxe algo pra adoçar seu dia." Disse, depositando a caixa em cima da mesa do secretário. Infelizmente, poucos segundos depois uma das funcionárias entrou, indo em direção à sala de reuniões e testemunhando seu segundo fracasso do dia.

"Não como doces. São ruins pros dentes." Disse, com a voz polida, mas sem emoção.

"Mas você tem dentes lindos!"

De"Sim, exatamente porque não como doces." Respondeu como se ele fosse criança.

"Inclusive, adoraria te ver sorrir mais..." Robby tentou, charmosamente.

"Adoraria ter motivos pra sorrir." Rebateu seco.

Certo, fim da linha. Não poderia insistir sem desrespeitar a falta de vontade dele de interagir e sem parecer uma cadelinha desesperada por atenção. Pegou o doce e voltou para seu escritório, derrotado. Mas era apenas uma batalha perdida, não a guerra. Aprovou alguns projetos, devolveu outros com dicas de como poderiam melhorar, fez o planejamento da semana seguinte e, quando estava cansado, resolveu ir buscar um café, torcendo para conseguir ter pelo menos um minuto a sós com o secretário. Voltando para sua sala, fez a última tentativa do dia. Já eram 16h e não tardaria para todos começarem a ir embora e curtir o final de semana.