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Taehyun respirou aliviado quando chegou da escola na sexta, finalmente não teria que passar metade do seu dia dentro de uma escola. Se direcionou até a cozinha, encontrando sua mãe sentada na mesa, parecia apreensiva, com os dedos na boca enquanto roía as unhas, o olhar fixado na parede, como se sua mente estivesse nula. Kang suspirou e tirou a mochila das costas, deixando-a no sofá da sala, e então, sentou ao lado de sua mãe.
A mulher tinha problemas de ansiedade, era um tanto quanto difícil lidar com a situação quando ela ficava assim. As coisas estavam difíceis.
Taehyun pôs a mão sobre o ombro da mãe, pensando um pouco no que falaria.

— Oi mãe, o que aconteceu?

— Seu irmão não me liga a três dias.. Sabe, eu sei que ele é ocupado com o trabalho e tudo mais, mas eu me preocupo com ele demais, e eu temo que algo de ruim aconteça com ele..

O irmão de Taehyun, Kang Donghae de 28 anos, era bem ocupado com o seu trabalho em outra cidade a 3 horas de distância. O homem já havia uma esposa e uma filha, dificilmente visitava a família fora de datas comemorativas. Se comunicava através de ligações, mas esquecia frequentemente disso. Sua mãe se preocupava apesar de tudo.
Taehyun e Donghae haviam uma boa relação, mesmo que distantes, é a típica relação de irmão mais velho e mais novo. Eram onze anos de diferença, já que Taehyun teria dezesseis quase dezessete, mesmo aparentando ser mais velho.
A sobrinha de Taehyun havia 6 anos, –Donghae havia sido pai meio cedo, mas não é como se ele se arrependesse disso–, Taehyun simplesmente amava a garotinha, toda vez que se viam, se divertiam e brincavam demais, Taehyun se dava muito bem com crianças.

— Mãe, eu já expliquei para a senhora. Donghae vive ocupadíssimo com o emprego e a família, ele não faz isso de propósito ou porque algo aconteceu. Eu falei com ele ontem mesmo!

— Eu sei, eu sei, mas é inevitável pensar algo ruim. Eu estou me sentindo pior ultimamente, filho. Seu pai também está mais distante, voltando mais tarde.. Eu vou enlouquecer logo logo. — a mulher bebeu um gole do café que estava na xícara a sua frente.

— Mãe, vai ficar tudo bem. Eu estou aqui, você sabe disso, eu vou tentar ajudar o máximo que posso. — o garoto se aproximou mais com a cadeira, envolvendo um braço em volta da mãe. — Eu vou para o quarto, te amo, viu mãe? — deixou um beijo na testa da mãe e foi ao seu quarto.

Fechou a porta e se jogou na cama, pegou seu celular e ficou rolando o feed do Instagram. Estava bem entediado, preocupado com a mãe, mas não surpreso, não era a primeira vez que isso acontecia.
Entretanto, estava pensando sobre o garoto, o garoto de wolfcut e cabelo preto com mechas loiras, aquele garoto não saía da sua cabeça desde que o conhecera. Não que estivesse apaixonado, eram amigos por poucos dias, mas pensava curioso, o garoto era misterioso e quieto, de fato despertava a sua curiosidade.
A última vez que tinham conversado tinha sido ontem, e como anteriormente pensado, Beomgyu estava agindo estranho.
Kang parou para pensar, que nesse tempo consideravelmente longo o suficiente para pedir o número do Choi, ele não o fez. Não tinha como saber como ele estava, não tinha como conversar com ele, isso era sufocante, porque queria manter contato com o garoto fora da escola também.

Caiu no sono por umas 3 horas e pouco , acordou um pouco atordoado com gritos, não demorou para perceber que seria, novamente, discussão de seus pais. Desgastante, não tinha como mudar isso, não podia interferir, desde que a última vez que fizera isso, ficou com um roxo na cara por conta de seu pai.
Suspirou e se sentou, abraçando o travesseiro, enquanto fixava o olhar para o nada, apenas escutando a "melodia" diária. Era sempre assim, seu pai chegava a hora que ele bem entendesse sem ao menos avisar a esposa, sabendo que a mulher sofria com esse tipo de coisa. Na real, esse casamento já estava um desastre, o pai sequer se importava com a mulher e com os filhos, as vezes chegava em casa bêbado e com um perfume feminino desconhecido. Nos primeiros dias era uma gritaria que só, vidro quebrando, panela caindo no chão, berros, era um inferno. Conforme foi ficando frequente, a reação continuou ruim, mas menos exagerada.
Uma tortura ter que escutar as discussões quase todos os dias.
Taehyun comprimiu os lábios, segurando o choro. Já fazia um tempo desde que não chorava por isso, estava se sentindo como se estivesse tirando um peso das costas. Deixou as lágrimas rolarem, enquanto sua respiração tremia e falhava, soluçava de vez em quando e as lágrimas não paravam de cair. Afundou seu rosto no travesseiro e ali descontou toda sua frustração e cansaço, molhando o tecido de lágrimas.
Colocou o travesseiro, e se deitou, logo caindo no sono novamente. Estava se sentindo mais leve depois disso, não podia esperar pelo dia seguinte.

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oiii gente, esse cap foi mais pra mostrar a "rotina" do Taehyun em casa, talvez não tenha sido tão interessante, mas vai ser um assunto futuramente abordado na fanfic.

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⏰ Última atualização: Sep 03, 2022 ⏰

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THAT BOY || taegyuOnde histórias criam vida. Descubra agora