— Podíamos tentar ouvir a conversa deles — a sugestão de Polly me pegou desprevenida. Soltei uma risada sincera bebericando o delicioso Salvatore's Legacy.
— Sabe quantas vezes isso deu certo para mim? — Cerrei os olhos dobrando o pescoço para direita. — Nenhuma.
Estávamos como dois postes, paradas na parte mais alta do salão dourado recebendo olhares curiosos, e observando a valsa sincronizada das debutantes no meio do salão que seguiam perfeitamente como tínhamos planejado o verão todo.
Era o primeiro baile do ano, o baile de iniciação. Uma data importante para nós, já que era como um marco de que finalmente o ano havia começado na alta sociedade de Bash. Quase todos com um sobrenome importante, contas abundantes, um nome influente ou apenas um rosto bonito estavam ali garantindo mais um ano na lista de convidados da casa.
— Mas eu preciso saber se é verdade, não posso me casar assim.
Beberiquei mais alguns goles do líquido vermelho totalmente satisfeita com a apresentação na nossa frente. Todos no salão tinham parado para olhar a valsa e o meu ego foi amaciado quando a primeira dama da cidade me saudou de longe, parabenizando-me.
A primeira dama tinha me deixado responsável pelo QueenKey esse ano como presente e como uma representação singela das suas lamentações a mim. Todos ali no meio tinham sempre um jeito de me agradar nos últimos meses.
— Você não vai se casar, não faz sentido — pensei. — E o seu pai não é do tipo que arruma casamentos para seu bebê — zombei e Apolline revirou os olhos um pouco irritada. Ela estava temperamental desde que ouviu uma conversa de seu pai dizendo que haveria um casamento em breve.
— Ele disse quem? – continuei.
— Não consegui ouvir mais, mas disseram algo sobre a reunião de hoje ser importante e que fariam aqui — ela me olhou e senti meu peito apertar. Eu sabia o que ela estava pensando, e sabia como isso mexia com ela. — Eu não posso.
E eu sabia o porquê.
— Acha que é alguém que conhecemos? — perguntei em um murmúrio, tentando desviar seus pensamentos do amor que a deixou.
— Eu não sei, papai odeia quase todos os caras. Eu não faço ideia de quem ele pode achar digno de mim — ela cumpriu a boca em uma risada sem graça.
O pai de Apolline era protetor modo hard em relação a filha, e eu também estava surpresa por ele colocar sua filha em um negócio. Esse acontecimento era no mínimo interessante.
— Talvez a sorte esteja ao nosso lado dessa vez, e seja apenas terceiros e quartos planos para um futuro distante — pensei, também curiosa para descobrir que negócio era esse que o tio Carl havia feito com sua filha. — E os nossos pais sabem as filhas que tem — Apolline deu uma risadinha, mas imaginei como ela queria acreditar que seu pai não faria algo que a machucasse assim.
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AUGUSTA (COMPLETO NA AMAZON)
RomantikCASAMENTOS SÃO O JEITO MAIS FÁCIL DE CHEGAR AO PODER. Augusta sempre soube que o seu futuro estava traçado. E em uma sociedade regada a jogos de poder e dinheiro, ter a opção de escolha não era uma regalia que pudesse se ter tão facilmente. Mas ela...