Nocturne Rooftop ☽︎

𝑚𝑒𝑒𝑡 𝑚𝑒 𝑎𝑡 𝑜𝑛𝑒 𝑎.𝑚

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Todos os dias, quando chegava perto da uma da manhã, o meu coração nervoso começava a se debater com os ossos de animação por ir finalmente ver o tal que tanto ocupava os meus sonhos amorosos.

Fizeste com que amasse a madrugada, simplesmente porque era quando me era permitido te ter por completo.

Eu atravessava a janela com entusiasmo, como se todos os planetas que colidiam em meu mundo se colocassem alinhados em seu devido sítio. Sentir o ar fresco das noites escuras de outono fazia todo o meu ser se arrepiar, porém seu corpo...mesmo no clima mais frio, era capaz de acender uma fogueira quentinha na bolha em que nos encontrávamos.

Quando finalmente me permitia observar as minhas feições favoritas à lua, defenitivamente todo o belo das artes que já conheci desmoronava ferozmente. Nenhum quadro haverá de descrever a satisfação dos meus olhos em o observar no casaco grande e os fios de cabelo em direção ao vento presente, nenhum irá-me proporcionar o prazer de saber que era o motivo dos seus doces sorrisos noturnos.

Porém agora, já não tenho motivo de escapar até o telhado à uma da manhã, não desde que você decidiu resistir no medo preconceituoso e duro dos seres humanos que te deram à luz.

Naquela noite, as declarações que fizeras foram em vão. Assim como aquele primeiro beijo únicamente teu que me concedestes... como plantar uma árvore, dar amor e queimar.

Nessa especial noite, depois de quatro meses fugindo até ti, não voltei para casa com o peito abarrotando de tanta felicidade por te ter agora e no próximo dia... dessa vez regressei pela janela e me deitei na esperança de naquele exato dia, adormecer e não acordar.

Das confissões amigas e carinhos suaves tenho saudades. Saudades de tocar nos fios de seda moldados perfeitamente nas minhas mãos enquanto os teus olhos permaneciam fixos na lua, mesmo que eu não achasse que a beleza do astro se comparasse à sua.

Jurava que era um questão de receios, porém a maioridade veio e mesmo assim nada mudou, e eu sinto-me culpado por ter me tornado um mero apaixonado por alguém que sabia que não haveria de contrariar pela própria liberdade.

Posso dizer que depois daquela madrugada, comecei a tomar comprimidos para adormecer antes da companhia da noite. A escuridão das estrelas me cegava em reflexões melancólicas e tristes, engolia mais uma vez um pouco do meu ser que uma vez ficou perdido naquele telhado.

Não nasci egoísta e nem fui criado assim, mas de certo não lhe desejo felicidades.
Felicidades amorosas não encontrarás em um "amor" arranjado pela luxúria e agrado de terceiros.

Ao em vez disso, desejar-lhe-ei uma chance na consciência para a liberdade que ainda não tens.
Quando finalmente puderes ser livre, aí eu lhe desejar-ei genuínas e carinhosas felicidades.

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