Narrado pelo nosso Raiozinho de sol
___________________— então, você aceita? — tsukishima insistiu, eu não sabia se aceitava ou não, o irmão dele parecia ser super gente boa, não sei se seria certo. — vai shouyo, será por pouco tempo.
— eu não sei... E se algo der errado? — perguntei relutante.
Tsukishima pegou a minha mão esquerda por cima da mesa, e a apertou transmitindo conforto, nem mesmo eu acreditei que ele fosse capaz disso, mas apertei a mão dele de volta.
— eu prometo que não deixarei nada de errado acontecer. Confia em mim? Me ajuda nessa, vai? — ele perguntou apertando a minha mão.
Tsuki não demonstrava muito através de emoções, mas com o tempo comecei a perceber que ele demonstrava muito através de gestos físicos. E com aquele aperto consegui sentir o quão ansioso ele estava pela minha resposta. Ele precisava da minha ajuda. E eu podia ajudá-lo, não iria me custar nada... Talvez algumas horas do meu dia, mas nada muito importante.
Suspirei.
— okay, eu te ajudo. — o vi relaxar — mas você vai ter que me tratar como se eu fosse o ser mais precioso do mundo, eu não namoro pq oq eu quero não é um namorado, eu quero um fã!
Vi ele segurar a risada, mas eu estava falando muito sério.
— pronto, você está olhando para o seu mais novo fã número um. — ele debochou. — se o meu namorado quer um fã, quem sou eu para negar.
Nós dois rimos. Ele sorriu maldoso.
— sabia que você era apaixonado por mim, por isso aceitou meu pedido. — ele debochou.
— quem estava quase se humilhando para que eu aceitasse o seu pedido de namoro era você. — devolvi.
Ele riu e sorriu como se estivesse orgulhoso de minha atitude.
— touché. Se os meninos vêem você respondendo assim eles vão me culpar por estar "corrompendo o anjinho deles" — ele fez aspas com a mão e eu ri.
— óbvio, eu sou um ser puritano, você corrompe os outros com a sua super maldade. — ele riu da minha brincadeira e se levantou.
— vamos Anjinho Piratiado, vou te levar em casa. Fica no caminho mesmo. — ele amontoou os potinhos e colocou na lixeira do lado da porta.
Nós dois seguimos o caminho em direção a montanha que morávamos, durante o nosso primeiro ano na Karasuno nós descobrimos que morávamos na mesma montanha, a única diferença é que ele era sortudo e morava no pé da montanha, diferente de mim que tinha que subir meia montanha.
No meio do caminho me surgiu algumas dúvidas.
— Tsuki, e se os seus familiares perguntarem sobre o nosso namoro? — ele me olhou pensativo, então completei — tipo, se eles perguntarem sobre o pedido, se você conhece meus pais, como a gente começou a ficar...
— bom... O pedido a gente pode falar que eu fiz na sorveteria, o que não é mentira. Sobre eu conhecer seus pais aí você se vira. Pq eu não sei se você vai querer fingir para os seus pais também.
— é uma boa a ideia da sorveteria — pensei a respeito de contar ou não aos meus pais, mas logo decidi que não. Minha família é antiga, eles não aceitariam muito bem, mal aceitaram a minha sexualidade. — acho que a gente pode falar que você não conheceu meus pais ainda pq a gente namora a pouco tempo...
Ele me olhou pensativo, continuamos andando em silêncio depois disso. Respirei fundo, minha família era muito complicada, muito "antiga", muito "tradicional", onde o homem sustenta a casa, onde a mulher faz as tarefas e cuida dos filhos, onde a linguagem é antiga e me atrapalha horrores na escola. Japonês moderno é uma matéria tão difícil, e eu descobri isso com o tempo, Yams me explicou que era difícil para mim pq era a mesma coisa que ensinar a alguém uma nova língua, pq realmente, para mim era outra língua.
Nunca gostei dessa linguagem antiquada, muito complexa comparada com a atual. Falar era bem diferente dos termos que eu aprendi. Pq uma coisa é falar, outra é ensinar a um adolescente que o jeito que ele aprendeu as coisas é diferente das que ele devia ter aprendido.
— Terra chamando cabeça de camarão. — olhei confuso para o mais alto — parecia que você estava em outro planeta, fora que parece um filme de terror quando você fica em silêncio por mais de dez minutos.
Ri com a brincadeira dele, suspirei. Mesmo eu sendo o "ser mais energético do mundo" como diz o Tobio, as vezes eu tenho esse momentos silenciosos. É como se simplesmente acabasse todo o meu ânimo e eu ficasse apenas com os meus pensamentos. Tobio ficava muito preocupado quando isso acontecia, ele tinha certeza que era pelo o que acontecia lá em casa, talvez seja, talvez não. Não sei.
— pensei que achasse eu insuportável por falar toda hora. — brinquei.
— eu? Que ultraje. Só acho insuportável quando você fala toda hora de vôlei, vôlei isso, vôlei aquilo. Existe outras coisas além do vôlei, camarão.
— óbvio que existe, mas não existe nenhuma coisa melhor que vôlei. — ele me olhou e soltou uma risadinha olhando para frente. — o que foi?
— nada. Você apenas não experimentou nada melhor ainda...
— tipo? — ele não me respondeu, apenas riu novamente.
Mudamos de assunto e continuamos o caminho, estávamos próximos da casa dele, Ao pé da montanha. Fiquei meio desanimado, ele teria que entrar, e isso também significava que eu logo estaria em casa. Nem percebi quando, mas logo me bateu aquele desânimo de novo. Eu Odiava aquele lugar, e me sentia horrível por isso, até pq era a minha casa, a minha família, mas pq eu não conseguia me sentir bem lá?
— vai querer entrar? Podemos comer algo, e depois você sobe. O que acha?
Suspirei aliviado, quanto mais tempo possível longe daquela casa, melhor.
— claro, pq não? — entramos e deixamos nossos tênis na entrada da casa, Kei me emprestou um chinelo e logo fomos para a cozinha, dando de cara com um loiro tão alto quanto Tsuki, esse que ficou tão branco quanto papel.— ãhn, Olá?
— opa, eai ruivinho, você é o colega de time do Kei, não é? — ele perguntou com um sorriso amigável estendendo a mão para me cumprimentar.
— Ah! Sou sim, me chamo Hinata Shouyo. — devolvi o aperto de mão. Pensando se era certo me apresentar como amigo ou namorado do Kei. — Na verdade...
— Shouyo. — Tsuki me cortou olhando de canto — esse é o meu irmão mais velho, Akiteru. Akiteru, esse é o shouyo, meu namorado. — Kei falou sério enquanto passava o braço direito sobre os meus ombros, colocando uma certa distância entre mim e o mais velho.
Vi o mais velho olhar para nós dois com dúvida e arregalar os olhos. Ele abriu e fechou a boca duas vezes e por fim olhou para mim de cima a baixo e sorriu.
— Ah, é um prazer lhe conhecer Shouyo. Entrei em choque achando que tinha começado a ver o namorado imaginário do Kei. — ele falou brincalhão — eu tô fazendo um bolo, querem me ajudar?
VOCÊ ESTÁ LENDO
my fake Boyfriend
FanfictionKei queria apenas almoçar em paz, só não esperava que Akiteru fizesse um grande comunicado na hora do almoço. - Mãe, decidi que finalmente vou trazer o meu namorado para vocês conhecerem.- Akiteru falou antes de se levantar e levar seu prato para a...