Capítulo 2

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A noite tinha passado rápido para Helia, estava tão cansada. Mais um término, mais um ano sentindo aquela ausência em seu peito, a ausência de uma vida inteira. Seus dois amores, Leal e Vera que vivia pra perde-los. Precisava de um tempo pra se recompor, achava que nunca mais voltaria pra aquele lugar onde se sentia tão limitada por pessoas com a mente tão pequena como as de sua cidade, onde viveu escondida com zeca os primeiros anos de sua vida, onde viu seu primeiro amor casar e ter una vida perfeita ao lado de sua irmã. Aquele definitivamente seria o último lugar para tentar esfriar a cabeça, mas sentia falta de casa, de se sentir acolhida pela família. E estava decidida a ir. Deixou uma mensagem para Zeca cuidar de tudo na sua ausência e não entrou em detalhes sobre seus motivos para essa viagem repentina, era Helia Pimenta. Não era mulher de dar satisfações, apenas foi.
O voo até que foi rápido mas sabia que a saga tinha apenas começado, saindo do aeroporto tinha encontrado o carro que alugou pelo período que continua lá. Pegou a chave e seguiu para serranias, sabia que sua verdadeira viagem começaria agora.

Na casa dos Sullivan

Max: Pérola querida, que horas sua irmã combinou de vir ?
Pérola: ela pegou o voo cedo mas sabe que de Belo Horizonte até aqui são 4 horas de viagem. Não se preocupe querido, a tarde ela chegará pra tomar um café conosco.
Max: está bem, eu já vou para o escritório. Até mais tarde - deu um beijo suave em sua esposa e saiu
Pérola: bom trabalho meu amor - disse de virando e indo em direção a cozinha
_ ai Inácia eu estou tão animada com a visita da Helia, faz tanto tempo que não vejo a minha irmã. Nós éramos tão próximas antes dela ir pra São Paulo. Depois começou a fazer sucesso como bailarina, viajar o mundo e só voltamos a nos reaproximar quando ela engravidou.
Inácia: mas dona pérola, a senhora não fica mexida em saber que ela vai vir mesmo sabendo da história dela com seu Max.
Pérola: ah Inácia, eles eram muito jovens. Foi uma paixão boba, Helia nunca amou o Maxmiliam e ele também só conheceu o amor comigo. - disse sorrindo
_ Helia sempre foi diferente de nós, ela é uma artista, uma pessoa do mundo como Eva. Mesmo que Max não tivesse se casado comigo, essa relação não teria futuro. A única coisa que Helia amou mais que sua carreira, foi o pai do Zeca e por ele sim e pelo filho deles ela largou a carreira.

Já fazia 3 horas que Helia dirigia sem parar, estava cansada, com fome e pra piorar o tempo começou a virar. Quando viu um homem desesperado em sua frente e queria entender o que tinha acontecido. Saiu do carro e foi em direção a ele.

Helia: olá, algum problema?
X: desculpa senhora, é que meu carro enguiçou - disse apontando para o mesmo
_ E meu celular está sem bateria, a senhora poderia me dar uma carona ?
Helia viu o desespero do homem mas pensou "eu já tô toda ferrada mesmo, que diferença faria colocar um desconhecido no meu carro".
_ Pra onde o senhor tá indo ?
X: Serranias, a senhora vai pra lá?
Helia: vou sim, encontrou a pessoa certa.
Entraram no carro e seguiram o caminho em silêncio, apesar da pressa e do desespero do homem. Não se conheciam, não tinham intimidade então preferiram permanecer em silêncio por um tempo até que se sentissem confortáveis na presença do outro.
X: Nossa que coincidência que nós vamos para a mesma cidade não é? - disse tentando puxar assunto
Helia: é sim, não conheço muitas pessoas que vão pra lá. Serranias é praticamente uma cidade utópica, parece que permaneceu nos anos 40. 
X: isso é verdade, não sei como a joalheria sullivan permanece invicta a tanto tempo.
Helia levou um susto que puxou o freio como se ele fosse segurar toda sua vida.
Helia: você trabalha pro Max? - perguntou incrédula
X: sim, a senhora o conhece? - interessado no tanto que isso a afetava
Helia: sim, ele é marido da minha irmã. - disse com a cara fechada
X: ah sim, agora entendo a confusão. Independente de serem ricos ou pobres cunhados são uma raça mala sem alça. - disse tentando descontrair aquele clima
Helia: verdade e como. - disse sorrindo
_ você ainda não me falou seu nome...
X: prazer Murilo, e a senhora ?
Helia: Helia, e para de me chamar de senhora. A nossa diferença de idade nem é tanta assim. - disse divertida

Seguiram o caminho de forma leve, Murilo começou a notar como aquela mulher era linda. Seu gênio e sua língua afiada a deixava sexy, era sem sombra de dúvidas diferente de outras pessoas da cidade.

No rio de Janeiro

Muricy com sua vontade de provocar o ex marido acabou se deixando levar pela lábia de um conhecido mais novo. Sabia que ele tinha uma queda por ela, e pelo porte seria o homem perfeito pra enlouquecer ou melhor enfeitar a cabeça de Leleco.

Adauto: Bom dia minha pantera - indo beija-la
Muricy: bom dia, que horas são? - disse preocupada já se levantando da cama.
Adauto: relaxa muri, ainda tá cedo. Vem aqui - disse a puxando pela cintura e dando beijos em seu pescoço
Muricy: 11 horas ?! - ficou assustada quando viu a hora pelo celular, não podia acreditar que tinha sido tão irresponsável de perder a hora e ainda com um homem mais novo.
_ eu tenho que ir, a loja fechada é um dinheiro que tô perdendo. E você - disse puxando seu queijo e dando um selinho
_ avisa lá pro seu amigo (se referindo a leleco) que ele perdeu. - e saiu plena com um sorriso que tirava qualquer homem do sério.

Laços de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora