The Boy Is Mine [SOOGYU]

Capítulo 3 - The Boy Is Mine

Assim como tantas vezes narradas, os jogadores estavam juntos em mais um de seus cansativos treinos. Após duas horas incessantes sem pausas, jogando a bola de um lado para o outro incansavelmente, determinaram que o melhor que podiam fazer era parar por um instante, antes que caíssem duros no chão, para se refrescarem e comer algo rápido para repor a glicose no sangue. Estavam sentados em círculo no solo do ginásio —  Sungchan mais deitado que qualquer coisa —, enquanto Yeonjun e Beomgyu conversavam sobre possíveis estratégias para usarem sobre o colégio rival que enfrentariam na estadual. Por sua vez, Taehyun contava ao técnico todos os cuidados que precisariam ter durante a partida e o ajudava a planejar onde ficariam durante a estadia. Soobin, que sentia suas pernas trêmulas tanto quanto gelatina após todo o treino pesado de perna que fizeram, havia saído na direção dos bebedouros instantes antes.

Sentia-se morto. Completamente acabado e esgotado, quase como um déjà vu da primeira vez em que praticara ao lado dos outros atletas. Era como se a qualquer momento fosse desmaiar na quadra, quiçá se sentisse daquela forma devido a pressão posta sobre seus ombros para que fosse bem na competição, que aproximava-se de forma assustadora, ou talvez, somente estivesse tentando racionalizar seu cansaço extremo.

De uma forma ou de outra, qualquer um que o visse era capaz de perceber a condição em que o estudante estava, a respiração entre cortada, o peito subindo e descendo mais vezes do que deveria e o suor escorrendo por sua tez evidenciavam o estado fatigado do jovem.

Indisposto a continuar parado ao lado do bebedor, optou por voltar para onde os companheiros estavam antes que notassem sua demora. Abriu a garrafa outra vez, para beber mais do líquido conforme andava na direção dos jogadores, esperava ser capaz de regular a respiração antes que chegasse a "rodinha", todavia, o Choi esqueceu-se de algo importante ao que decidiu executar tal ação: esqueceu-se de que não possuía o menor equilíbrio quando caminhava fazendo algo; sobretudo quando estava realizando uma atividade como aquela.

O resultado disso? Um Choi Soobin se desequilibrando e caindo com tudo no chão, entretanto, é válido lembrar do objeto que estava em suas mãos, que por estar aberto, despejou-se inteiramente em alguém. Mais especificamente, no ala da equipe. O de madeixas negras abriu os lábios em um perfeito "O", não apenas pela dor que lhe acometera ao entrar em contato bruscamente com o solo, todavia, por ter atingido justo o mais novo. Todos em volta pareciam apreensivos da mesma forma que estava, aguardando a reação que o estudante apresentaria, contudo, uma coisa era certa: coisa boa não viria por aí. Não quando Beomgyu estava completamente molhado e o responsável por isso era o pivô.

Inerte ao ponto de sequer se levantar, somente sentando-se, esperou pelo esporro que levaria do adolescente, já era até mesmo capaz de ouvir sua voz irritadiça dizendo "Porra, Soobin, você é burro, caralho?! É boneco de posto para ficar molenga assim?", dado que algo parecido ocorrera outrora. Ver o atleta erguendo-se só fez com que a ansiedade crescesse por seu organismo, a água ingerida presente em seu estômago parecendo dar voltas em seu interior. Engoliu em seco. Céus, realmente não estava no ânimo para mais uma das demonstrações de testosterona do companheiro.

A cada passo dado pelo menor, estes que pareciam acontecer em câmera lenta, era como se seu intestino afundasse mais, seu cérebro alertando-o continuamente do perigo. Sabia que para estar naquele estado, seus pequenos "divertidamentes" com certeza haviam quebrado o painel de controle enquanto gritavam e corriam desesperados de um lado para o outro, sem saber o que fazer, para que ele não fosse capaz de exercer ação alguma.

Ao que chegou na frente do maior, no entanto, o de madeixas avermelhadas fez algo que surpreendeu a todos. Ao invés de atacá-lo, xingá-lo, ou puxá-lo pelo colarinho, Choi Beomgyu virou a própria garrafa sobre o mais velho, "vingando-se" infantilmente ao que revelava o maior sorriso traquina que possuía.