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P.O.V Anna

23 horas e meia de voo.

Isso mesmo, quase um dia todo viajando em um avião que não vão valer nem um pouco a pena. Não me levem a mal, entre morar no Brasil com minha tia e primas, vivendo como a empregada, e morar com meu pai, vivendo como rainha, eu escolho mil vezes morar com meu pai. Mas doeu muito largar tudo. Meus amigos, meus avós, minha escola, meu primeiro amor...

Ótimo, agora estou pensando demais... Estou sentada no meio do aeroporto com minhas malas pensando se eu fiz certo em ter vindo para cá. Mas logo saio de meus pensamentos quando escuto uma voz grossa chamar meu nome, então ergo meu olhar e vejo um lindo rapaz parado na minha frente. Ele tinha cabelo loiro ondulado, olhos claros, usava uma jaqueta marrom e segurava uma plaquinha com meu nome nas mãos. Bem a vibe daqueles filmes clichês.

— Oi, você é a Anna, certo? — Ele pergunta abaixando a placa.

— Sim, você deve ser o Brady Hepner.

— Eu mesmo. — Ele concorda sorrindo.

Meu pai tinha comentado que, Mary, a namorada dele, tinha um filho um ano mais velho que eu. E esse filho, era o Brady. Ele contou que o Brady era ator, mas para ser sincera nunca vi nenhum filme com ele.

Brady me ajuda com a bagagem, colocando elas no porta malas enquanto eu entro no banco do carona, depois vejo Brady entrando no lado do motorista. Aqui no EUA, com 16 anos já pode dirigir, com uma "habilitação restrita". Pesquisei muito sobre essas coisas, foi um voo longo e chato.

— Seu pai pediu para avisar que ele vai tentar chegar mais cedo do trabalho. É sábado, ele costuma sair mais cedo mesmo... Está animada para ver ele?

— Bastante, mas também estou nervosa.

— Nervosa? Por quê? — Pergunta virando para me olhar assim que parou em um sinal vermelho.

— Do dia para noite eu mudei de país. Então... É estranho, não sei como vai ser daqui para frente. Posso não fazer amigos e acabar morrendo sozinha.

— Uau, você pensa demais. — Ele diz rindo baixo. — Não se preocupa com isso! Eu posso te apresentar meus amigos, vocês vão se dar bem.

— Você acha?

— Tenho certeza.

Conhecer mais o Brady foi ótimo, ele era super gentil, tenho certeza que vamos nos dar super bem. Fomos conversando todo o caminho até chegarmos na frente de uma casa enorme. Fico boquiaberta ao ver o tamanho daquela casa, mas disfarcei. Desci do carro juntamente de Brady, ele pega minhas malas e abre a porta da casa para mim.

— Mãe? Chegamos. — Brady chama fechando a porta.

— Estou aqui. — Diz uma linda mulher de cabelo preto e olhos claros, ela sorri assim que me vê e vem me abraçar. — Oi, querida. Eu sou a Mary, é um prazer te conhecer.

— O prazer é todo meu.

— O almoço está pronto. Seu pai me disse que você não come carne, nem queijo, então eu fiz um almoço 100% vegano. Pode ir arrumando suas coisas enquanto eu coloco a mesa. Brady, leva ela para o quarto?

— Claro. Vamos, Anna. — Brady chama me guiando.

Eu sigo ele pelas escadas que davam em um enorme corredor com portas. Continuo o seguindo até pararmos em frente a uma porta, ele a abre revelando um quarto todo mobiliado com móveis e paredes brancas, com exceção de uma que era laranja clarinho, minha cor favorita.

— Ali do lado tem o closet, e ali tem o banheiro. — Brady avisa apontando para as portas. — Quer ajuda para arrumar as coisas? Eu tô com a agenda livre.

𝗗𝗜𝗙𝗙𝗘𝗥𝗘𝗡𝗧 𝗖𝗟𝗜𝗖𝗛𝗘, miguel cazarez mora Onde histórias criam vida. Descubra agora