Não tem como fugir

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Baekhyun ouve Dahee chorar e seca as mãos no pano de pratos para ir até a filha, que logo parou, fazendo um frio passar por sua espinha, indo mais rápido pelo corredor e abrindo a porta.

— Se eu fosse você não faria isso. — disse Chanyeol, o proibindo de dar mais um passo. 

Em uma mão ele segurava a filha deles e na outra girava seu canivete como hábito.

Baekhyun respirou fundo e fechou os olhos por um minuto. Não adiantava de nada ficar nervoso ou com raiva.

— Eu não vou a lugar nenhum. Mas me dê ela aqui. — pediu, estendendo os braços.

— Eu achei que você não fosse a lugar nenhum um ano atrás, mas você conseguiu ser bem sorrateiro. Fiquei admirando, eu admito. — sacudiu o bebê de leve que chorava baixinho. 

— Ela tá com fome, eu vou amamentar ela aqui enquanto a gente conversa — pediu ainda com os braços estendidos e Chanyeol sorriu ladino, guardando o canivete no bolso e entregando o bebê para Baekhyun.

O menor sentou na poltrona e abriu alguns botões da camisa, levando o peito até a filha que o agarrou de pressa.

— O que te faz pensar que eu vim aqui pra conversar? Eu sou um alfa de poucas palavras, já deve saber.

— Você é um psicopata, mas achei que ia fazer uma excessão a sua própria filha. Me enganei. — disse baixo, num leve deboche.

— Acreditou tanto nisso que estava se escondendo com ela aqui no meio do nada. — riu — Estava morrendo de medo que eu encontrasse vocês. Mas era inevitável, Baekhyun… seu cheiro é único.

O Byun o olhou assustado por um minuto, só para ver o sorriso se abrir ainda mais no rosto do maior.

— O que você quer? — perguntou com um suspiro cansado.

Um ano antes…

Baekhyun andava sozinho pela rua deserta e escura do distrito rural. Era um ômega sozinho e muito pobre, sem muita escolha além de trabalhar em fábricas que exploravam seus funcionários por horas e horas.

O pior foi que seu cio estava chegando e naquele dia precisou se aliviar no banheiro na hora da saída, fazendo perder a van de transporte que passava no local e nenhuma outra passava depois das onze.

Mesmo que fosse chegar na sua casa na manhã seguinte, não poderia ficar na rua, por isso passou a andar, apertando seus braços contra o corpo, um pouco com frio, um pouco com medo.

Havia boatos que por ali andava um serial killer à procura de ômegas indefesos. Um homem sádico e perverso que se aproveitava de quem estava desprotegido, um um alfa mascarado que nunca deixou rastro de seus feromônios.

Como? Ninguém sabe.

Só de pensar sobre isso o corpo de Baekhyun se arrepiou por inteiro. Ouviu um barulho na mata ao longo da estrada e logo depois um longo uivo profundo, o fazendo congelar por alguns segundos.

Voltou a andar a passos apertados, mas se obrigou a parar ao ver um homem alto, vestido de preto parado no meio da estrada, girando um canivete.

— Parece que hoje é o meu dia de sorte. — disse com a voz baixa e foi se aproximando lentamente de Baekhyun, que estava petrificado com o medo — Eu nem ia sair de casa hoje, mas um cheiro me chamou atenção…

— Por favor, não me machuca, deixa eu voltar pra casa. — pediu, fechando os olhos ao sentir as mãos do outro em seu queixo.

— Está no cio? — perguntou próximo do ouvido do outro, inspirando profundamente.

A vítima perfeita Onde histórias criam vida. Descubra agora