Quarto em espiral

Cansaço

Eu acho que sou um pouco louca.

Sei lá como realmente é isso. Mas sinceramente, é estranho. Ontem praticamente não fechei os olhos sem que seja para descansa-los ou para exercer o movimento involuntário de tal. Cá estou eu a usar palavras bonitas novamente. Acho que sou muito perfeccionista nisso.

Virei a noite retrasada mexendo no celular e resolvendo algumas coisas, sabe, respondendo alguma mensagem das poucas pessoas que me mandam alguma coisa ou até mesmo só escutando música. Porém muita coisa da faculdade, as horas passavam vagarosamente, ao contrário do que é o comum em algumas madrugadas em que nos encontramos apenas revirando mensagens antigas enquanto apreciamos o sofrimento por quem já nos deixou ou reaproveitamos os momentos felizes com algumas pessoas. Dessa vez eu só estive totalmente sozinha, tem sido assim ultimamente. Às vezes parece que estou lendo um livro que não gosto, pior, que sou forçada a ler pois é um clássico importante e aprenderei bastante com ele, o que me faz criar uma espécie de ódio diferente a cada folha que passo desse. Exceto algumas vezes que me aparecem coisas legais em meu dia a dia que se assemelham a Missa do galo(sim, esse clássico é bom pra mim, respeitem).

Tudo contraditório demais. Depois de um tempo de improdutividade e com o sono já perdido, parece até que me tornei uma máquina produtiva, procurando coisa pra fazer ao invés de dormir. Preciso resolver questões e estudar, única forma de me manter acordada. Sei que é estranho, mas acredite, tem coisas que eu gosto de estudar e estar sob um estado de necessidade de sono, mas não perceber isso tem feito com que eu distorça as coisas.

É, duas noites sem dormir estão me deixando um pouco cansada demais, chegou o ponto de eu já nem sentir sono mais.

Ficar olhando os meus desenhos por horas é o que me deixa mais relaxada, porém centrada em apenas observa-los. Bons tempos os que eu tinha livres para fazer isso, sempre fui de desenhar mais no silêncio, mas um dia experimentei colocar uma playlist do Alec Benjamin e sinceramente ouvir àquelas músicas no volume baixo enquanto desenho se tornou rotina.

Meus desenhos sempre envolvem sentimentos que me perseguem ou coisas que gosto. Tem uns de psicologia, desenhos de borboletas, morcegos...que foi? Morcegos são fofinhos, os frutíferos claro. Mas também tem vários olhos desenhados, alguns mais realistas, outros bem viajados com cores diversas. Mas eu gosto mesmo é de fazer desenhos sobre músicas, normalmente aquelas que me deixam cheia de sentimentos.
Pena que eu tenho que fazer praticamente tudo em casa, parece que aquela regra de quanto maior a carga horária de estudos, menor o número de coisas a se fazer em casa não existe mais. Isso é o que sair da casa dos seus pais pra morar em um apartamento sozinha faz, amigos! Minha sorte é a de que quase sempre vou comer na casa dos meus pais.

Meus desenhos são tão... Confusos. Uns não tem nada haver com outro. Mas, será que existe algo que os torna iguais? Falo de ''essência'', algo que todos tem.

- Isso é claro! Todos tem linhas e contornos. Fácil até demais.

Não falo disso, Eu imaginária. Falo de algo que pode formar tudo... A base de tudo

Okay! Chegou no ponto de eu estar fazendo perguntas e eu mesma responder e da maneira errada. É isso o que a solidão da faculdade está fazendo comigo? Ou talvez eu realmente precise dormir.

- Com certeza!

Tá, talvez isso seja um sinal.

Fim de capítulo.

Nota do autor: Leiam livros clássicos pessoinhas, pode ser importante; mesmo que como ela disse, sejam difíceis. Essa história é minha primeira então desculpem-me caso não gostem, podem fazer críticas construtivas e dá sugestões de gêneros para novas histórias.
Aguardemos os próximos capítulos.