Capítulo 1

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Marco Rurik

Desde muito novo tive que aprender a me virar sozinho,meus pais sempre tão distantes,era como se eu nunca fosse filho deles,nunca tive atenção,carinho,um afeto se quer.

Minha mãe nunca quis ter filhos,ela foi obrigada pois na máfia são regras,o Dom tem que ter uma esposa e essa mulher tem que lhe dar herdeiros.Se a mulher não lhe conceber herdeiros ela não é boa o suficiente.

Eu fui o primeiro a chegar,ela nunca se quer me deu atenção,Eu era criado pelas empregadas,meu pai fazia seu melhor,sempre ia contra as opiniões de minha mãe sobre mim.

Foi então que Heitor veio,ai a mulher surtou de vez,ela tentou abortar ele de todas as formas possíveis até ser impedida por meu pai,ela esperou Heitor nascer e então jurou nunca mais ter filhos.

O olhar de desprezo para Heitor era grande,Eu não era o filho preferido e Heitor também estava bem longe de ser,tudo me recorda o fato da nossa mãe nunca ser presente em nossa vida.

Meu pai tentava mas ele sabia que apenas a presença dele não era o bastante,ele queria que a esposa fosse mais presente,deçe mais atenção para os filhos e que não apenas quisesse gastar gastar e gastar.

Meu pai me criou praticamente sozinho, eu sabia o quanto era difícil,as brigas entre meus pais eram constantes,todo dia sempre isso e eu estava farto de tudo aquilo.

Piorou mais quando Heitor tinha 6 anos e já conseguia entender a situação,lembro-me vagamente do dia em que meus pais brigavam feio e Heitor veio procurar refúgio em meu quarto.

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Eu estava lendo um livro quando a criaturinha entrou em meu quarto,Heitor estava enrolado em uma coberta,era fofo de se ver,chegando mais perto de mim reparei que ele chorava e suas mãos tremiam.

- porque mamãe e papai estão brigando?

-São coisas de adulto baixinho,nada com que você precise se preocupar.

Por mais que eu sabia que a briga era por conta de Heitor que a minha mãe odiava o fato de ter tido um segundo filho,eu não o deixaria saber pois sempre protegi Heitor e não era agora que faria diferente.

Quando o tive em meus braços ele desabou em um choro alto,eu deixei que chorasse até que todo seu medo da situação fosse embora ele não merecia nada disso.

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A sensação de ver meu irmão chorando em meus braços aquele dia foi desesperador,ele me abraçava como se uma hora eu fosse sair correndo dali,seu choro continha todos os seus medos e isso me cortava o corAção.

Desde que Heitor nasceu eu me tornei muito protetor com Ele,até mesmo quando nosso pai chegava para abraçar ele eu separava os dois,isso se chamava ciúmes e era nítido perceber.

Meus sentimentos pelo meu irmão eram fortes desde o dia que o vi pela primeira vez,Heitor não tinha culpa de nada sobre essas merdas que aconteciam na nossa casa,Não era culpa dele nossa mãe ser assim,Heitor foi criado por mim praticamente pois meus pais eram ocupados e meu pai as vezes tentava dar um jeito mas seu trabalho exigia muito dele.

Sou quatro anos mais velho que Heitor,ele sempre me usou de refúgio,quando algo acontecia ele sempre me procurava,seu jeito me encantava de uma maneira espetacular,o ensinei muitas coisas,Heitorquando mais novo se envolvia sempre em brigas e eu que tinha que resolver elas sempre.

Eu amadureci mais rápido do que a idade me permitia,sempre fui só eu,meus pais nunca me ensinaram a ler e escrever,nunca ensinaram a me defender,primeira palavra,primeiro beijo, primeira briga,eles nunca estavam ali.

No começo eu não me importava,até porque eu era grandinho e sabia me virar,mas ai Heitor nasceu e comecei a me importar,me importava pois era o meu menino que iria crescer sem afeto,muitas vezes cobrei meus pais sobre isso mas eles não deram a mínima.

Por mais que eu quisesse que ele tivesse tudo que eu não tive era difícil,difícil pois era só eu ali,só eu cuidando dele,Meu pai se esforçando para dar oque nossa mãe não dava,só que Heitor sentia a falta da presença dela.

Heitor chegou a desenvolver depressão ao seus 7 anos de idade,não saia,só comia quando eu obrigava,não falava quase nada,na Escola ele não queria sair do meu lado,e isso era difícil que estávamos em anos diferentes. Ele fazia terapia constantemente oque ajudou junto com os antidepressivos.

Uma hora cheguei a acreditar que perderia meu irmão e na minha cabeça se eu perdesse Heitor eu não saberia oque faria,eu nunca deixaria meu irmão em hipótese nenhuma,nem no meu pior momento e nem no pior momento dele.

Esse era o começo,o começo de algo novo...








Ass: Sol.

I promise you (Irmãos Rurik)Onde histórias criam vida. Descubra agora