Capítulo 2

154 18 11
                                    


        No fundo do bar "Suvaco Seco" haviam três portas, duas de madeira uma ao lado da outra que pareciam idênticas e uma na parede ao lado, que era feita de uma madeira mais velha e escura. Arthur parou na frente da terceira porta e sussurrou para Dante:

        –Aqui é único lugar do bar que tem internet boa.– ele disse isso como se fosse um segredo obscuro, e depois se inclinou na direção do loiro e disse –Mas não conta pra ninguém.

        Dante deu uma risadinha baixa e disse:

        –Pode deixar.

        Arthur abriu a porta, revelando um quartinho com uma única luz fraca e amarela. Haviam prateleiras com algumas garrafas fechadas de bebidas então Dante assumiu que aquele lugar era usado como um depósito. Mas o que chamava a atenção eram dois homens. Um deles sentado em uma cadeira de madeira na frente de uma escrivaninha, de costas para a porta, e o outro de pé ao seu lado. 

        –E aí gente?– disse Arthur para eles, de forma casual.

        O homem sentado não se virou, apenas murmurou um "Oi Arthur" com uma voz rouca e cansada, mas mesmo assim havia uma afeição em seu tom. O outro se virou para eles com um sorriso amigável que rapidamente sumiu quando ele notou Dante. Então seu rosto se contorceu em um olhar afiado, vagamente parecido com o daquela Elizabeth.

        –Oi, Arthur. Quem é esse aí?– ele tinha a mesma altura que Dante, mas sua postura era tão perfeita que ele parecia ser maior. Ele tinha um porte magro, porém forte, com músculos visíveis. Ele era asiático e Dante não conseguiria apontar nenhuma falha em sua pele. Seu nariz era fino e empinado que enfatizava sua atitude arrogante. 

        –Ah, esse aqui é o Dante!– Arthur enfatizou a frase como se Dante fosse uma figura famosa e reconhecida. Depois virou para Dante e disse, em um tom mais baixo, mas cheio de orgulho –Esse aí é o Joui, aquele no computador é o Kaiser.

        Um relance de entendimento passou pelo rosto de Joui, mas aquele olhar hostil voltou rapidamente, mais afiado que nunca. 

        –Ah, aquele Dante. O das tatuagens. Prazer, Joui.– Dante apenas devolveu o comprimento, tentando ser o mais educado possível, sem entender o que havia de tão errado nele que metade das pessoas naquele bar pareciam o odiar. Logo depois, ele percebeu que Joui falou seu nome como se o conhecesse, ou pelo menos soubesse quem ele era. Arthur provavelmente havia mencionado ele para Joui. Isso quase o fez sorrir. Quase.

        Dante, então, se sentiu um pouco patético. Ele se sentia mais lisonjeado do que jamais em sua vida, e era porque um guitarrista com quem ele conversou uma vez enquanto bêbado havia falado dele para os amigos.

        Antes que alguém dissesse algo, um barulho alto ecoou pela sala. Dante não tinha certeza do que o causou, mas todos se viraram para Kaiser, que agora estava jogado em sua cadeira, com o rosto emburrado. Ele murmurou alguns palavrões e se virou para eles.

        –Foi mal.– a voz de Kaiser era baixa e grossa, mas rouca. Além disso, assim como seu tom de voz, sua aparência também era cansada. Ele se parecia com o oposto de Joui, sua postura era torta, seus cabelos eram pretos e longos e ele tinha uma barba um pouco mais curta que a de Arthur. Dante estava apenas com uma camiseta e não sentia frio, mas Kaiser estava usando uma jaqueta preta por cima de um suéter roxo. 

        –Você perdeu e 'tá chateado, é isso?

        –Não, Joui, eu não perdi. Eles 'tavam trapaceando.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 25, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Coincidência - DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora