Merry Christmas, little C

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CAPÍTULO QUINZE.

POV Lauren.

24.12.2021 - Sexta-feira
9h 27min.

Alguns dias se passaram desde a minha ida a praia, e poucos parentes estão na minha casa, é insuportável, se tenho pelo menos dois cigarros de maconha é muito, estou entrando em abstinência, ambos os cigarros estão no bolso do meu moletom. Nesse momento estou indo comprar um pouco mais, espero que seja o suficiente para até a metade do mês de janeiro. As ruas estão caóticas, como é véspera de natal as pessoas ficam neuróticas para comprar tudo o que falta. Além disso a cidade está cheia de poças, e por andar distraída o pneu direito do meu carro acabou passando por uma e fazendo voar na cara de uma moça, ela parecia familiar, mas apenas continuei meu caminho. 

Mais alguns quilômetros e eu cheguei ao local onde comprarei mais maconha, é a melhor do mercado de Miami. Desci do carro sem pressa, peguei alguns dólares e encontrei o rapaz de olhos claros que forneceria a droga.

— Me da uns trezentos gramas. — eu disse em um tom baixo, e ele prontamente pegou dois saquinhos.

— Tu já passou por aqui antes? — ele questionou em uma expressão confusa.

— Não, cara. Dá logo essa porra, toma. — eu disse ainda mais confusa, e entreguei o dinheiro. — Até a próxima.

— Pode voltar sempre. — ele disse, sorrindo para as notas que via em sua mão. Antes de entrar no carro ouvi alguns sussurros “Ae, ela não te lembra alguém não?”, aparentemente ele me conhecia, ou conhecia alguém que se parece comigo, mas não importa, agora que tenho o que eu mais precisava. Escondi os pacotinhos embaixo do banco do carro, primeira regra de usar maconha: não use em casa, eu sempre uso na praia ou em alguma estrada deserta, às vezes em casas de outras pessoas, coisas assim. Se Clara sonhasse que eu uso maconha cortaria todo o meu dinheiro, isso seria ruim. Dez quilômetros depois, estaciono em frente a casa de Normani, que desce animada das escadas de sua varanda até o chão.

— Oi, Laur! — a menina diz, feliz até demais pro meu gosto.

— Hey, Mani. Ganhou uma Barbie nova da mamãe? — eu disse, sarcasticamente.

— Tão sarcástica, Laurenzinha. Se é pela minha felicidade radiante, eu irei comprar presentes pra Dinah. — ela disse, com um olhar estranho. Parecia encantada, não do jeito clássico com drogas e tudo mais, só algo… diferente.

— Você é a última romântica do mundo, maninha. Dá um ursinho pra ela. — eu disse e caí na gargalhada.

— Ok, Laur, só dirige esse troço. Preciso dar um presente memorável a ela, não muito extravagante pra não parecer idiota, mas ainda assim memorável. Algo que tenha significado.  — Mani disse, enquanto gesticulava com as mãos.

— Pensa em algo que fizeram enquanto transaram, deve ser bem memorável. — eu disse, e então olhei de relance para a menina no banco do carona.

— Não chegamos nessa parte, ok? — ela quase sussurrou.

— O que? Vai se foder, Mani. A Dinah tá esfregando na sua cara e você não quer? — eu questionei incrédula. Essa definitivamente não é a Normani Kordei que eu conheço.

— Não se resume a isso, Jauregui. Você tem esse coração de pedra aí e talvez nunca entenda, porém é mais que isso. Bem mais.

— Okay, Emily Dickinson da geração Z. Então, shopping? — eu questionei, não dando importância as falas incoerentes de Normani. Obviamente se resume a isso.

— Sim, shopping. — Mani respondeu, e em seguida ouvimos o bip do seu celular. — Oi, babe. É, tô com a Lauren, mas ela tá chata hoje. Viva voz? Tá né. — Normani falava no telefone, e ao dizer as últimas palavras deu de ombros, e clicou na tela do aparelho. Agora eu poderia ouvir em alto e bom som.

Hey, Laureeeen! Não vai acreditar no que Camila me contou — Dinah dizia animada no telefone.

— Capaz! Aquela dali é doidinha. — respondi, e escutei a risada das duas outras envolvidas no diálogo.

Foda-se, me deixa falar! A Mila contou que tava passando por perto de uma rua perigosa enquanto voltava do mercado e adivinhem, um carro passou e uma poça de água foi bem na cara dela! — Dinah disse alto a última parte, ria exasperadamente da provável frustração de Camila. Caímos todas em uma gargalhada gostosa.

— NÃO BRINCA! — eu gritei, e ambas continuaram sorrindo.

— Caralho, que azar! — Normani disse enquanto tentava cessar o riso, e eu fazia o mesmo.

Ah, tem mais! Ela falou que acha que foi você, Lauren. O carro parecia com o seu ou algo assim. — Dinah falou e eu franzi o cenho. Porra.

— Oops. Culpada, eu acho. Não imaginei que fosse a princesinha naquela rua perigosa. — eu disse, sem dar importância para aquilo, e o assunto encerrou minutos depois, afinal havíamos chegado no shopping.

— Se ela já te odiava, triplicou agora. — Normani disse em meio a risadas.

— Também não sou a maior fã dela, estamos quites. — eu disse e em seguida despedi de Dinah. Eu e Normani entramos no grande prédio e andávamos por todos os corredores, procurando algo especial o suficiente. — Que tal uma jóia?

— Não sei, podemos olhar algumas. — Normani disse perto do meu ouvido, porque o shopping estava lotado. Véspera de datas especiais sempre deixa todo estabelecimento assim. Entramos em uma joalheria e Normani explicou pra moça o que ela desejava, que combinava mais com Dinah.

[...]

15h 19min.

Depois de passar grande parte do meu dia com Normani, eu decidi ir à minha sorveteria favorita, pedi bolinhos e pelo menos três sabores de sorvete. Estava meio vazia, provavelmente por conta do feriado, então olhei automaticamente quando ouvi a porta do estabelecimento ser fechada. Cabello. Ela vinha com sua irmã mais nova, e a criança apontava claramente para a mesa ao meu lado, até que por tanta insistência, Camila cedeu e veio sentar perto de mim, então a criança me fitou com seus expressivos olhos castanhos. Eu sorri para a mesma, e ela sorriu grandemente de volta, porém não disse nada, talvez Camila tenha a feito prometer ou sei lá. Essa menina é metida. Quem pede pra uma criança de sei lá, sete anos? Não falar com alguém por puro capricho, tinha que ser coisa de Camila Cabello. Ela me olhou com desprezo, talvez pelo acontecido da poça, mas qual é, nem vi que era ela. Camila simplesmente acha que o mundo gira ao seu redor, mas adivinha? Não gira, e ela bem que podia baixar a bola.

Todo dia essa garota me irrita, impressionante. Mas isso não vai ser problema.

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SURPRESAAAAA! voltamos pessoal, que saudade de vocês! se gostaram do cap, curtem e compartilham. até logo 🙃

𝒑𝒆𝒓𝒇𝒆𝒄𝒕 𝒄𝒉𝒂𝒐𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora