Abraços terapêuticos

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Novamente, Seungcheol não saberia explicar nas palavras certas a sensação de paz que sentiu quando saiu correndo pela casa e pulado nos braços do Yoon, quando conseguiu destrancar sua porta da frente.

Apertou com força o corpo, um pouquinho menor que si, em seus braços. Foi abraçado também, enquanto recebia uns beijinhos no rosto e uns sussurros dizendo que tudo ficaria bem.

Aqueles abraços eram uma verdadeira terapia, e os braços do Han eram os terapeutas que sempre vinham para socorrer todos os medos que o Choi guardava sem querer.

Jeonghan estava cansado. Havia corrido uma maratona só para vir ver o namorado e Seungcheol percebeu, o que fez o mesmo se sentir culpado, de certa forma.

—— Vou te buscar um copo de água. — Anunciou, mas antes que pudesse sair, foi puxado pela mão magra.

—— Não precisa, amor, obrigado. — Na verdade precisava, mas o namorado era mais importante. Agradeceu-o. —— Vem, vamos sentar nesse meio-fio aqui e conversar. — Sugeriu, sorrindo calmamente para o Choi.

Seungcheol concordou meio relutante, mas logo se deixou levar pelo mais novo e se sentaram juntos na calçada suja. A cabeça do Cheol estava deitada nos ombros de Jeonghan, que fazia um cafuné gostoso em seus fios escuros.

Poderiam muito bem sentar no conforto da casa, mas lá estava abafado para o Cheol, que preferiu ficar na rua mesmo.

Começaram a conversar sobre a crise que o rapaz teve repentinamente, o que era normal, infelizmente.

Conversaram bastante, até os primeiro raios de Sol começarem a rasgar o escuro do céu noturno. Uma vista tão bela, que deixou o casal fascinado.

—— Vamos tentar encontrar a "estrela" D'alva! — Sugeriu o Choi, animado enquanto levantava a cabeça do ombro do outro, para encarar melhor o céu limpo.

Jeonghan apenas sorriu, concordando enquanto olhava para cima também. Não entendia muito sobre esses assuntos, mas sempre fazia de tudo para acompanhar a paixão que Seungcheol tinha por eles e sempre compartilhava do mesmo entusiasmo, o que era muito bom para o relacionamento dos dois. Seung se sentia preenchido.

—— Ali! — De repente soltou um gritinho em puro êxtase, apontando para a "estrela" no céu, que se destacava das outras.

—— Tão linda... — Comentou o de cabelos tingidos nas sete cores do arco-íris, fascinado com tamanha beleza do astro.

—— Sabe, Hannie... você é a minha "estela" D'alva! — Disse simples, recebendo um sorriso meio incerto do mais novo.

—— Mas por que "estrela"? — Perguntou.

—— É porque, na verdade, essa estrela aí é o planeta Vênus. — Respondeu em meio a uma risadinha, ainda apontando para a "estrela". —— E na mitologia romana, Vênus é o nome de uma deusa, que na mitologia grega é nomeada como "Afrodite". A deusa da beleza, do amor, da sensualidade... — Disse tudo de forma melosa, mexendo o corpo para lá e para cá, com a mão no coração enquanto citava as características da deusa.

Jeonghan deixou um selinho carinhoso nos lábios do mais velho, enquanto ria da comparação boba do outro. Ele era tão bom nessas coisas, no fundinho invejava sua criatividade e inteligência.

—— Você é mais perfeito que as canções de Beethoven. — Respondeu desengonçado, se maravilhando com a risada gostosa do Choi, que abraçou seu pescoço.

—— Você é o labirinto de Dedálo, e o meu coração é um minotauro! — Retrucou, cruzando os braços.

E assim entraram numa briguinha besta, que terminou em ambos rindo um da cara do outro, em plenas sete e alguma coisa da manhã.

Seungcheol parou tudo para observar o quão lindo os cabelos de arco-íris do namorado ficavam quando refletidos na luz fraca do Sol. Ele em si era todo lindo. Desde rosto, corpo, até a personalidade. Principalmente a personalidade e caráter.

Ele era o garoto dos seus sonhos, e não sabia descrever o quão grato era por ter ele, e o quanto amava-o.

Yoon Jeonghan, o nome que por si só lhe enlouquecia e travava seu corpo inteirinho.

Segurou o rosto delicado, puxando-o para si.

—— Obrigado... — Agradeceu, juntando os seus rostos e esfregando os narizes.

Jeonghan colocou a mão no pulso do namorado, beijando sua testa antes de voltar a tocar o nariz com o seu.

—— Eu te amo, Cheollie. Eu te amo muito. — Murmurou, puxando o corpo para um abraço forte e caloroso.

Aquele fogo entre os corpos foi o suficiente para proteger Seungcheol do frio que fazia naquela manhã. Durante aquele abraço, se esqueceu totalmente das baixas temperaturas que fazia em Seul.

E se esqueceu principalmente de todos os problemas que se passavam em sua cabecinha todas as malditas noites. Se fosse por ele, ficaria preso naqueles braços, que o tiravam do abismo que se via perdido desde sempre. Jeonghan diminuía sua vontade de querer morrer.

—— Eu também te amo, minha estrela D'alva.

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