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Any Gabrielly

Suspirei lentamente, sentindo o cansaço presente no meu corpo. Abri meus olhos e encarei o teto branco do meu quarto. Rolei sobre a cama e afundei meu rosto no travesseiro, tentando conter a grande vontade de chorar outra vez.

A vida perfeita que eu acreditava ter, acabou. Meus pais estão se separando, e tudo que eu acreditava ser amor, não é mais. Eles tentam me entender, mais ninguém consegue sentir o quanto essa situação está me machucando. Eles são tudo para mim, e eu odeio o fato de não poder fazer nada para gente voltar a ser uma família feliz como antes.

Fechei os olhos com força, antes de me sentar de vez na cama. Me encarei no grande espelho que tinha na porta do closet, e suspirei ao ver meus olhos inchados e vermelhos pelo choro de horas atrás.

Me levantei, e fui para o banheiro para poder tomar um banho. Lavei meu cabelo, e fiquei por alguns minutos com a água caindo sobre mim, enquanto ouvia os gritos do andar de baixo. Quando terminei, coloquei qualquer roupa que achei e arrumei meu cabelo antes de descer pra tomar café.

—Bom dia mãe, bom dia pai.— Murmurei com a voz baixa, e a atenção dos dois veio para mim fazendo a briga acabar.

—Silvio: Nós não queríamos te acordar querida, desculpe.

—Está tudo bem.

—Priscila: Conte a ela.

Olhei para minha mãe um pouco confusa, mais ela nem se esforçou para olhar para mim, estava ocupada demais encarando o meu pai com raiva como fazia todos os dias.

—Silvio: Filha. — Ele suspirou.

—Pai?!

—Priscila: Se você não contar, eu conto. — Meu pai olhou para minha mãe, e continuou em silêncio. —Seu pai, tomou a decisão sozinho de te mandar para outro país, enquanto o divórcio não sai.

—Silvio: Você está agindo como uma imbecil.

Dei alguns passos para trás, ainda tentando processar o que eu tinha acabado de ouvir, e me sentei no braço do sofá.

—Pode me explicar direito? Ainda não entendi.

—Silvio: Você vai fazer um intercâmbio, querida. — Olhei para ele surpresa. —Você viaja daqui três dias, para Califórnia. Não aguento mais te ver envolvida em tudo isso, e sofrendo por algo que nem é por sua culpa. Eu fiz isso por que te amo, e não consigo ficar bem sabendo que você não está.

—Priscila: E como você acha que ela vai se virar sozinha em outro país? Any ainda é uma criança.

—Silvio: Ela já tem 17 anos! Nossa filha já é uma mulher, não um bebê que você vai carregar no colo pro resto da vida.

—Já chega! — Me levantei. —Dá um tempo, eu não aguento mais.

Subi para o meu quarto correndo, e tranquei a porta antes de me jogar na cama. A fome passou, e meus olhos outra vez voltaram a ficar molhados pelas lágrimas que desciam sem parar.

Eu sei que já estou grandinha... Mais porra, são meus pais. Eu passei minha vida inteira, acreditando que eles eram o casal perfeito, e de repente, parece que tudo não passou de uma fantasia que minha cabeça criou, porque eu não sei quando tudo começou a dar errado.

E agora eu não sei o que fazer.

...

—Cecília: Bom dia querida.

Forcei um sorriso, e deixei um beijo em sua bochecha antes de me sentar ao lado do meu pai na mesa para tomar café.

—Bom dia.

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⏰ Última atualização: Jun 16 ⏰

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𝘀𝘂𝗱𝗱𝗲𝗻𝗹𝘆 𝘄𝗲 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆 Onde histórias criam vida. Descubra agora