Guardar as lágrimas para outro dia parecia formidável naquele relacionamento inconstante.
Taehyung e Hoseok se conheciam há mais tempo que conseguiam se lembrar. Apenas parceiros, que se tornaram amigos e depois apaixonados um pelo outro.
Teriam da...
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A inconstância nunca foi um problema.
Receber tão pouco, sempre pareceu demais para Taehyung. Porque, afinal, de pouquinho em pouquinho, pode acabar se tornando imenso. Ele não se importava com um coração quebrado desde que a permanência se fizesse presente, era o suficiente. Ter ele era o suficiente.
Ter aquilo em suas mãos fora um presente que ele desejou ter para sempre, até que esse mesmo presente se escorreu entre seus dedos e desceu junto a um temporal que vazava de seus olhos, as lágrimas que limpavam sem deixar um rastro sequer do que um dia foi só seu.
Amor.
Do mais puro e lindo. O seu primeiro amor, o único.
Mas tudo estava vazio demais, tudo.
Taehyung soltou a fumaça antes de passar o cigarro no final para Jungkook, que estava ao seu lado.
Ele não lembrava quantos havia fumado na última hora, havia perdido a conta dos maços comprados nas últimas semanas naquela tentativa de esquecer ele.
— Preciso compor Jun.
— Sabe que não adianta forçar nada, e não tem como você compor algo que goste nessa situação, sabe disso. — O Jeon apagou o cigarro no cinzeiro preto que estava dentro do vaso amarelo com um girassol dentro. Com as mãos livres, ele procurou por alguma coisa no bolso na jaqueta preta que usava, entregando a Tae quando encontrou. - É um convite para que você vá à festa de pré lançamento do hyung, você escolhe se quiser ir ou não. Me avise. — Os braços de Jungkook abraçaram Taehyung e ele deixou um beijo nos cabelos do amigo. — Fique bem, Lua.
Quando se viu sozinho, Taehyung encarou o violino jogado ao canto da sala. Ele encarou o seu segundo maior amor. E depois fechou os olhos, sentindo o sol aquecer seu corpo coberto pela calça e pela regata bege, sentindo o seu primeiro amor.
Taehyung havia se privado de sentir amor, se privado de sofrer quando esse amor acabasse. Pegava seus pais como exemplo, a relação conturbada e cheia de idas e vindas, as brigas, os gritos... Para ele aquilo era amor, e se aquilo era amor, não deveria ser tão bom quanto seus amigos diziam ser.
Encontrar o violino e a música começou a desconstruir essa visão quebrada sobre amor para Tae, ele amava tocar, amava os aplausos ao final do show. Aquilo era o sentimento genuíno.
