Talibã
RIO DE JANEIRO- Cantagalo.
Quarta-feira.
Tem uma semana que tô livre, leve
e
solto, tomei posse do meu lugar de novo e tô vivendo minha vida de sempre. No dia seguinte os cria
organizou um baile de boas vinda pra
mim, ficou brabão, até Mc Poze veio
cantar aqui aí já viu né?! Cantagalo ficou pequeno, eu aproveitei pra caralho, dois ano sem sabe o que era fica loco.
Lembro que acordei no outro dia sem
nem saber como fui parar na cama,
curti muito, fala pra tu.
Nesse tempo eu não tive tempo pra
nada, tempo tá fudido, altos bagulhos
pra resolver nas favelas, carga que não chega porque os cana tão embaçando, briga com mulher que nem é minha mulher, sem poder vê meu filho por que a mãe dele se mudou e eu não tô podendo colocar a cara pra fora do morro.
Já mandei o papo pra mandada mais
tu escutou? Nem ela. Mandei mensagem pelo número da minha mãe, a desgraçada só mandou um "oi dona Helena, infelizmente não vai dar. Mas quem sabe um outro dia.". Mal da Anna é isso, gosta de desafiar bandido.
Talibã: Coé cara, cadê esse vacilão?
Que caralho de demora é essa desse
cara?-olhei pro Deco que tá sentado
na minha frente junto do Preto.
Preto: Sei não, até agora não deu um
sinal de vida, ele já deve tá chegando
aí.
Foi ele fala que o meu rádio tocou,
era o vapor da contenção avisando que
o cara da carga chegou, mandei eles
libera, logo mais ouvi batendo na
porta.
Talibã: Coé, tem responsabilidade
não? Que demora foi essa? Tá
pensando que minha vida tá fácil é?-
ele entrou assustado.
- Desculpe chefe, é que tive dificuldade pra chegar até aqui com as cargas, os canas tão em cima -neguei com a cabeça, pau no cu mermo.
Talibã: E aí, tá tudo certinho?
- Tá sim chefe, pode pedir pra conferir.
Talibã: Senta aí que os cara já vai
lá conferir- olhei pros dois caras na
minha sala e eles saíram.
Tempin depois voltaram confirmando, mandei o cara vazar e me levantei soprando a fumaça do meu baseado.
Preto: Vai pra onde?- olhei pra ele por
cima do ombro.
Talibã: Ih, vai ficar me controlando
é?! Tenho mulher não parceiro- ele riu- Vou atrás do meu menor.
Preto: Vai descer pra pista mermo? Tá ligado que tá salgada né?
Talibã: Vô pô, vou vê meu filho já
que a mãe dele tá de graça.
Deco: E como tu vai fazer pra ficar
vendo ele, vai ficar descendo? -
concordei- E se tu for pego pela polícia?
Talibã: Vou trazer ele pra cá cara.
Preto: Como tu vai trazê o muleque mermão? Vai roubar ele é?- riu.
Talibã: O filho é meu também.
Deco: Conhecendo a Anna duvido muito que ela vai deixa tu trazê o muleque, dou um rim se ela deixar.
Talibã: Quero que a Anna se foda, única coisa que eu sei é que eu quero
meu filho perto de mim, e ele vai estar, ela querendo ou não.
Dado: Se tu diz irmão.
Talibã: Vocês dois vão ficar no comando até eu voltar- peguei tudo e fui saindo- o mesmo bagulho de sempre.
Sai de lá deixando eles falando
sozinho, ninguém vai me fazer desisti
de ir vê meu menor, ninguém. Eu quero meu muleque aqui comigo e eu vou ter.
Quero ser um paipresente igual vou ser pra Cecília, os dois merecem pô. Fui pra casa da minha mãe pois sabia que ela e a Cecília tava lá, minha mãe olha ela na parte da tarde pra māe dela ir trabalhar no hospital, ela é pediatra.
Abri o portão indo pra dentro da casa
vendo minha mãe tricotando e a Ceci
vendo TV.
Cecília: Papai- levantou os braços e
eu peguei ela- eu e a vovó fizemos bolo de chocolate sabia?
Talibā: A bença mãe, já tá pronto já o
bolo?
Cecília: Ainda não, a vovó colocou
agora pra cozinhar-ri colocando ela
no chão.
Talibã: É assar pretinha- me sentei no
sofá perto da coroa que já olhou de
rabo de olho.
Helena: Que quê é em Felipe? Fica
sentando no meu sofá todo sujo não
hein.
Talibã: Ih, tô limpo coroa, tô cheirosinho, cheira aqui pra vê.
Helena: Sai pra lá garoto- me empurrou-Cecília vai ter apresentação no balé nessa próxima semana viu?!
Talibã: Vou vê se eu consigo ir, mas
acho que nem vai dar.
Helena: Vê se faz um esforço tá? A
bichinha tá toda boba achando que
você vai, não para de falar sobre isso.
Tô ligado que eu tenho que fazer um
esforço e pá pra vê ela feliz e tudo
mais, mas essa semana tá foda, vários
bagulhos do morro pra fazere nem
da pra adiar.
Cecília: Olha papai as sapatilhas
novas que a mamāe comprou pra
eu usar- olhei pro seu rosto vendo
o sorrisão dela me amostrando-
gastou?
Talibã: lindona, igual você.
Quando deu sete horas a Thalia
chegou pra levar ela embora,
trocamos um papo rapido sobre a
Cecília e ela vazou. Tomei um banho
ali na minha mãe mesmo e depois fui
atras da minha outra cria.
Cometem, deixe sua estrelinha e adicione na biblioteca.
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Nosso futuro. - Filipe Ret
Fanfic"Com ela a vida tem momentos incriveis Com ela todos meus sonhos são mais possiveis..."
