Três dias depois, a alemã ainda estava um pouco pensativa sobre o ato, não sabia se ela estava de fato dando em cima ou se foi só uma brincadeira, não a conhecia bem para chegar a alguma conclusão. Raika já estava para ir embora então ela acabou não comentando sobre essa parte, contou apenas sobre como se conheceram, agora se arrependia um pouco, mas não sabia se faria algo sobre isso. Se ainda fosse próxima de Oswald... Paula não tinha entrado em contato até aquele momento, estava pensando se esperava mais um pouco pois a última interação com o beijo no rosto foi meio por impulso. Achava a mulher linda de fato e interessante, porém, o que a moveu foi o simples desejo de bagunçá-la um pouco, ela parecia tão polida. Agora, por que tinha essa vontade ao encontrá-la seria uma análise para outro momento.
- Oi, desculpa a demora, Paula Terrare aqui. Topa um almoço?
A mensagem chegou como se a tivesse invocado por pensamento. Ela não estaria livre ao meio-dia, mas também conhecia poucos empresários que almoçassem realmente nesse horário.
- Olá! Contato salvo. Estou livre só às 14h. Muito tarde?
- Não, ótimo! Até.Carmen leu a resposta pela barra de notificação e seguiu trabalhando, a outra parecia ser bastante ocupada também. Faltando 5 minutos para as 14h, Paula dá duas batidinhas em sua porta aberta.
- Achei que teria que esperar, mas me deixaram entrar direto.
Carmen levanta o olhar, ela está de óculos. A visitante sente um friozinho na barriga com aquela visão.
- Entra. Sim, eu deixei avisado que você poderia vir. Às vezes, eu foco demais e perco a hora.
- Achei ótimo porque Paula Terrare detesta esperar, ela diz batendo no peito. Então, vamos?
- Vamos. Ela pega sua bolsa. Aliás, para onde pensou?
- Tem um restaurante ótimo que eu gosto aqui perto, Le dépanneur, conhece?
- Conheço e amo também.Elas já estavam saindo da sala, a loira promete um tour pelo escritório em outro momento. Ao chegar na rua de volta e olhando as duas torres, a morena comenta:
- Vocês terem matriz tão perto e uma torre também parece quase um ataque, ela brinca.
- A gente realmente quis aproveitar a região que já é conhecida e a sua empresa tem um grande papel nisso. Não queríamos tão perto, mas era o único espaço que não precisava de tantas mudanças e do tamanho ideal. No entanto, curioso você pensar em ataque porque pode ser uma parceria também.
- Gosto do jeito que você pensa, gosto. Mas conta, e o resultado do lançamento?
- Nossa! Os olhos dela brilharam. Está sendo incrível!E passou a falar sobre o novo produto e as vendas. Paula também amava o trabalho, embarcou na conversa e elas foram falando desde composição química a performance de vendas até chegar ao restaurante. As duas pediram a indicação do chefe a fim de não parar o papo. Em dado momento, a conversa muda para falar de vida, de família...
- Bom, meus pais já partiram, somos só eu e Raika e nossos filhos, a Leona e o Gabriel.
- Ele é barista né? Acho que falamos algo disso no evento.
- Um pouco mais chique: mixólogo, mas dá na mesma. Ele tem o próprio bar aí sempre peço um auxílio nessa parte nos eventos da Wollinger.
- É um bom jeito dele participar também, imagino.
- Sim, tem razão. E você, filhos?
- Sim, duas. Uma é a Flávia que eu tive muito nova de um ex namorado, tenho contato com ele até hoje... Aliás, e o pai do Gabriel? Ou a outra mãe, não sei
- Só eu, foi produção independente.
- Humm, interessante, mas continuando.. A outra é a Ingrid, ela é minha com o Celso que já partiu, foi meu marido.
- Sim, Celso Terrare né?!
- Isso. Ela põe a mão no coração e respira fundo.
- Muita saudade?
- Ele era meu melhor amigo, às vezes me pego conversando com ele até hoje.
- Um casamento feliz então?
- Sim, muito. Mas vamos mudar de assunto, acho que esse não é o melhor para agora não?
Carmen acha esquisito, mas a comida chega, ela espera servirem, o garçom se afastar e continua:
- Desculpa, invadi seu espaço?
- Não, imagina. Falei por conta dos seus acontecimentos recentes... Ela para pensando se falou demais.
Aí é que a loira se deu conta. Seu semblante ficou mais sério pois estava pensativa, a morena entendeu errado:
- Agora eu que peço desculpas. Muito cedo né? Intrometida demais?
- Não, só fiquei um pouco surpresa por você saber e por não ter pensado nisso quando falamos de casamento, mas não foi exatamente segredo né, a cena foi no nosso jantar de noivado.
- Paula faz uma careta. Meu Deus, eu sinto muito! Ninguém merece passar por isso, ela segura sua mão por um instante.
- Obrigada.
Elas fazem uma pausa no assunto e focam em comer por um momento.
- Mas e você? Como está de relacionamento?
- Não está muito.
- Como assim?
- Ahhhh...
- Ah não, conta. Você já está sabendo bastante sobre a minha situação, cadê o retorno?
- Bem, o Oswald me apresentou um conhecido, jogador de futebol, você já deve ter ouvido falar, só que eu não acho que vai para frente. Não sinto que estamos no ponto certo de interesse.
- Disse que eu devo conhecer mas não falou o nome.
- Ah sim, Luca Martinelli. O Neném.
- Conheço, claro. Mas que ponto certo seria esse?
- Ahh não sei, acho que a gente sente. Eu sou bastante intensa, só que nesse caso, estou bem na minha.
- De repente é a maturidade não?
- Não sei, mas parece faltar algo.
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Carrare meio GiNi
FanfictionEstou viciada em The L Word Generation Q e continuo amando CarraRe daí pensei se esses universos se cruzassem um pouco como seria. Os personagens serão todos da novela, alguns plots que pegarei da série. O principal que tomei emprestado foi a histór...