O príncipe

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-- Jungkook --

Hoje é mais um dia comum e tedioso como qualquer outro. Não é que eu não goste de ajudar meu pai com as questões de nosso povo, eu gosto disso, é que eu preciso espairecer e conhecer pessoas novas. Já conheço todas as pessoas de nossa cidade, isso mesmo, todas, sem exceção. Meu pai me ensinou desde jovem a ser acessível ao povo, já que sou filho dele e quando chegar a hora tomarei seu lugar como o líder, algo como um Rei.

Meu pai, Jeon Ha Jun, é um bom pai, um pouco rígido às vezes, mas quando estamos a sós ele se permite descontrair e se divertir comigo.

Minha mãe morreu no meu nascimento, e desde aquela época meu pai nunca se apaixonou novamente, ele diz que amor verdadeiro é uma vez só na vida e só sentiu isso pela minha mãe. Lindo não é?

Desde muito novo meu pai me ensina e me orienta pessoalmente, eu não frequentei a escola da região, como as outras crianças. Estudei em casa, com instrutores particulares.

Aprendi de tudo, desde diversos idiomas - meu pai diz que é importante saber se comunicar, por isso, sei falar fluentemente mandarin, japonês, tailândes, espanhol, inglês, russo e um pouco de português, é um idioma difícil. E é claro que sei minha língua materna, o coreano -, aprendi também matemática, ciências, biologia, filosofia, tecnologia da informação, gestão de negócios entre outras coisas.

Temos uma biblioteca gigantesca com livros de todos os tipos, alguns escritos por humanos bastante influentes em sua época, como Aristóteles, por exemplo, os humanos acham que suas obras foram perdidas pelos cristãos, mas a verdade é que inventamos essa história e trouxemos esses livros para cá.

Vivemos isolados do mundo, mas sabemos de tudo o que acontece no mundo. Conhecemos os humanos melhor até mesmo que eles mesmos.

Você deve estar se perguntando por que me refiro a vocês como humanos, como se fossemos diferentes. Na verdade, você nem deve estar se perguntando isso, mas eu queria criar um mistério de qualquer forma.

Como já devem imaginar não sou um humano, tecnicamente sou, mas pode-se dizer que sou uma raça humana um pouco... diferente... mas calma, eu não mordo... quer dizer, depende.

Voltando a falar sobre meu dia tedioso, talvez se nós aderirmos a tecnologia dos humanos tudo seria menos chato, mas meu pai não quer isso. Não precisamos de tecnologia, não ficamos doentes. Meu pai diz que essas coisas eletrônicas apenas distancia as pessoas. Por isso, a nossa cultura é viver de acordo com a época em que nos separamos do mundo, durante a revolução industrial. Como naquela época, não existia o temeroso twitter, ficamos apenas nas lendas, histórias de terror ou filmes românticos horríveis.

Acho que preciso de férias, tirar um tempo pra mim. Conversei sobre isso com meu pai e ele concordou, ele não percebe mas me mima bastante, ser filho único tem suas vantagens.

Resolvi tirar minhas férias fazendo um tour pela ilha, que por sinal é gigantesca, não se trata de uma ilhazinha pequena daquelas como nos desenhos que só cabe um coqueiro, essa é a maior ilha do mundo, se engana quem pensa que é a Groenlândia.

A Ilha Vermelha - Não queira saber porque a chamamos assim -, é muito maior que a Groenlândia, isso aqui poderia ser facilmente considerado um país.

Gosto de andar por aí e faz muito tempo que não faço uma viagem para além dos portões da minha cidade.

O único lugar da ilha que não posso ir, é o Sul. Lá é dominado pelos Millers, e eles não são os vizinhos mais sociáveis que existem. Mas isso é só um mero detalhe, isso aqui é tão grande que pouco me importa aquele lugar.

Depois de pegar o necessário para minha viagem de purificação ou algo do tipo, me despeço de meu pai e sigo rumo às florestas tropicais.

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