001

11 0 0
                                    

Primeiro dia de merda, em uma escola de merda e uma cidade de merda.

Desde que meu pai resolveu estudar o caso dos sequestros e balões pretos estamos aqui e hoje era o meu primeiro dia de aula, para o qual eu não estava muito animada.

- Vou tomar café não – gritei da porta de casa, saindo.

Acho que ouvi meu pai gritar alguma coisa, mas eu já estava encima do skate e bem longe de casa.

☠️☠️☠️

“Acerta ele, Arellano” – ouvi uma muvuca gritar.

Briga? No primeiro dia de aula já tinha briga? Bem receptivo esse lugar.

Cheguei mais perto da multidão tentando ver o que realmente estava acontecendo e lá estava um menino que devia ter um metro e sessenta de altura batendo em outro que tinha mais de um e setenta. Pelo incrível que pareça o mais alto que com certeza também era mais pesado apanhava recebendo um soco por segundo.

- Esse é o Robin Arellano – uma garota de trancinhas falou e eu assenti – o garoto mais forte desde que o Vance Hopper foi sequestrado.

Eu já tinha ouvido falar desse menino, era um grande mistério para o meu pai e alguns outros investigadores como ele tinha sido sequestrado, já que o menino era grande, forte e se metia em brigas com muita frequência.

- Por que ele está batendo nele? – perguntei.

- Arellano não precisa de uma desculpa para bater em alguém – ela falou e observou minha cara – não fique com pena, o Moose é um grande babaca – ela falou colocando a mão em meus ombros e eu sorri.

- Vamos Gwen.

Um menino a puxou, o mesmo menino que observava toda a nossa conversa e eu fui atrás, mas não sem antes olhar para trás por uma vez e ver que o tal do Robin se distraiu da briga e me olhava com um olhar curioso quando recebeu um soco do tal Moose, eu ri e virei a cara.

- Como é por aqui? – perguntei entrando no meio do garoto e da menina que me olharam curiosos.

- Bem, eu sou Gwen Blake – a menina falou com um sorriso simpático – esse é meu irmão Finney e se quiser ser uma das populares ou um dos valentões não deveria andar com a gente – ela falou e o menino concordou.

- Não faço questão, acho que ser invisível para nossa idade é legal, sou Kally – falei com um sorriso.

- Então deve andar com a gente – o menino cujo o nome era Finney se pronunciou pela primeira vez.

- Eu vou – falei com um sorriso.

- Aula de biologia agora e vocês? – perguntei para os dois.

- Biologia – respondeu o garoto com um sorriso.

- Então é agora que a gente se separa – falou Gwen mandando um tchauzinho e saindo.

- Sabe alguém com quem eu não deveria me misturar? – perguntei cruzando meu braço com o do Finney.

O garoto me olhou sem entender, acho que o papo de pegar intimidade rápido era mais com a irmã dele, de qualquer forma não liguei.

- Eu gostaria se não se juntasse com Moose – suspirou – ele é um valentão babaca.

É, eu sabia disso. Definitivamente ficar longe do Moose era uma regra agora.

- Ah, não – ele olhou para mim assustado – corre – ele saiu me puxando.

- Que foi? A gente fez merda? – perguntei para o menino enquanto ele me puxava para o banheiro masculino.

- Merda, Finney – falei quando ele me puxou pare dentro de uma cabine – que foi?

- Eu não disse que não era uma boa andar com a gente – fiz que não com a cabeça – não é uma boa andar comigo, vai entender o por quê agora.

- Florzinha – chamou um garoto – sai daí bichinha, a gente viu você entrando aqui.

O menino estava escondido em cima do vaso enquanto eu estava prestes a sair.

- Fique aqui – falei em um sussurro e ele tentou me puxar de volta.

Sai e fui até a pia para lavar a mão.

- O que está fazendo aqui, princesa? – repulsa só de ouvir esse mané falar.

Só o olhei de cima a baixo e não respondi.

- Responde sua vaca – outro falou.

- Vaca é a gostosa da sua mãe – falei forçando um sorriso.

- Olha, a princesa tem a língua afiada – ele foi se aproximando.

- Não chega perto, mané – falei secando as mãos com o papel.

- Se não o quê? – ele ainda se aproximava.

Não queria ter que recorrer a isso, mas quando você é filha de um policial você aprende a defesa pessoal primeiro do que você aprendia a andar ou a falar.

- Se não isso – falei acertando um soco bem em seu nariz.

Um belo soco, aliás. Parabéns para mim!

- Sua vadia – o garoto que levou o soco colocou a mão no nariz que estava sangrando – acabem com ela.

Merda! Brigar no primeiro dia de aula? Isso não era bom. De qualquer forma entrei em posição de luta e deixei esses manés que vinham para cima sem sequer uma base.

- Não encostem nela – Finney falou saindo do banheiro.

Merda, Finney!

Nosso pesadelo - Robin Arellano Onde histórias criam vida. Descubra agora