Capítulo 12 - É treta, atrás de treta...

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Kara Zor-El | Point of View





- Jesus amado, Cristo rei, sangue de Jesus tem poder. - Nia diz pausadamente quando o teto começa a abaixar. Eu comecei a rir da fala da mulher.

- Claustrofobia. - Manuel comenta.

Eu me deitei na cama e Nia se jogou no chão. A sensação era de sufocamento, confesso. Ver aquele negócio descendo era assustador. Assim que parou de descer eu tentei levantar e acabei ficando inclinada por ser alta, assim como Manuel.

- Nia. - Falo gargalhando ao ver a menor totalmente em pé. - Puta que pariu, fizeram sob medida, certeza.

- Dá para você andar tranquilamente. - Manuel fala e Nia começa a andar desfilando.

Eu não sabia a quanto tempo estávamos ali, mas pra mim tinha passado uma vida, creio que seja noite já. O tédio reinava, apesar das conversas até interessantes entre nós.

A produção já havia enviado comida e água pra nós alguns minutos atrás. Nia já tinha meditado e mantinha seu retiro espiritual pleno. Ela e Manuel estavam até se dando bem. O arquiteto confessou que achava que ela estava ali pra se divertir e não pra jogar, mas disse que agora soube que Nia realmente está jogando sério.

- Pow, se Winn tivesse vindo ele não ia aguentar nem dez minutos. - Eu falo sentada no chão com o pé na lateral do totem.

- Eu não ia aguentar dois segundos com ele não, mano. - Manuel diz negando. -Moleque chato.

- Pelo menos nisso nós concordamos. - Eu digo revirando os olhos só de lembrar do sabugo.

Nia soltou um grito agudo e eu quase caí da cama quando um barulho alto e totalmente irritante tomou de conta do quarto nos assustando. Parece sirene de bombeiro.

- Porra! - Exclamo assustada.

- Isso dói o ouvido, mano. - Manuel reclama tapando os ouvidos com o travesseiro.

- Minha nossa senhora, vai ser um teste de sobrevivência mesmo. - Nia fala fazendo careta. - Se isso ficar tocando eu não vou aguentar não.

- Pode ficar quieta aí, Nia. - Falo séria com a cantora. - Abafa os ouvidos com o travesseiro e pronto.

- Caralho, isso irrita muito. - Nia reclama afundando a cara na cama.

Deitei na cama e cobri minhas orelhas com o travesseiro, diminuiu o som, mas ainda assim era suficiente pra estressar alguém.

Pegaram pesado nesse negócio aí.

Os minutos foram passando e nada desse inferno parar. Já tentei de todo o jeito abafar o barulho, mas não dava certo de forma alguma. Parece que cada vez fica mais alto.

Me levantei da cama e caminhei calmamente para o banheiro. Nia tinha sumido debaixo do edredom e do travesseiro, e Manuel estava sentado na cama de olhos fechados cobrindo as orelhas também com o travesseiro.

Depois de fazer xixi eu voltei pra minha cama. E o caralho da sirene não parou.

- Nesse momento estamos todos no paredão. - Nia inicia alto, sentando na cama. - Se eu aperto a merda do botão, eu estou no paredão. Mudou alguma coisa pra mim? - Não. - Manuel fala.

- É, mas tem a imunidade. - Eu retruco. Bufei já estressando com aquela barulheira.

- Amiga, mas esse barulho fode a cabeça da gente. - Ela diz. - E se essa merda continuar assim até domingo? Está tocando há um bom tempo já.

- Nia, calma. - Eu falo indo para a cama da mulher.

- Oh, Nia, você nem é opção de voto da casa, mano. - Manuel diz e eu quis arrancar a cabeça dele. - Quem é algo sou eu.

This Love - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora