Amicia Faye sempre temeu a magia, e embora possua habilidades incomuns, as escondeu e ignorou durante toda a vida. No entanto, quando sua irmã mais nova adoece gravemente e a cura parece impossível, Amicia é forçada a mergulhar em um mundo que sempr...
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— "O livro de Atticus" — disse, incrédulo — Você só pode estar louca.
Tomei o papel de suas mãos com rapidez, antes que resolvesse amassar a folha e jogar fora.
— Acha que um conto de fadas será o seu "milagre"? — Ele se levantou com rapidez, precisei recuar, cortando a aproximação.
— Não é uma simples historinha para dormir, o encontrei em meio aos seus livros.
Aquilo pareceu o pior para ele.
— Rasgou meus livros?
— Se realmente existe algo assim, seria a solução para todos os meus problemas! Não vê? A lenda diz que qualquer um que escrever sobre as páginas do livro terá suas ordens atendidas, não importa o que seja, não haverá um preço. Posso pedir para que Casper se cure e que todos esqueçam o incidente que aconteceu, estarei livre e de volta a minha vida de antes.
— Se fosse tão simples, veríamos pessoas realizando desejos à balde por aí.
— Eu sei, mas não é como se eu tivesse muitas opções no momento, você é um inútil e Kûrush está em Dagusha no momento.
Ele respirou fundo, tocando os cabelos curtos, colocando um lado atrás da orelha, seus pés bateram sobre o chão algumas vezes enquanto pensava.
— Então me diga, "sabe-tudo", como irá encontrar Atticus? — Dei de ombros.
— Você me dirá. Tenho certeza que possui uma mínima noção de onde começar a procurar, senão, do que adianta todos esses livros e o título de melhor mago dos quatro reinos?
Ele forçou uma risada de deboche, alta.
— Nem morto.
— Posso te obrigar, se quiser. Pedir por um acordo seria fácil.
— Faça isso. Meu preço pela informação será sua desistência, você nunca conseguirá ir atrás desse livro.
— Vai me obrigar a arrancar meus dedos e comê-los se eu desobedecer? Vai me matar como faz com seus devedores? Porque nem você nem ninguém vai me impedir de ir aonde eu quero.
Seus olhos ainda mantinham a mesma fúria e intensidade de sempre. Mantive minha postura, embora tenha sido um desafio encará-lo tão diretamente.
Se aproximou e eu não hesitei, não mostraria medo. Quando estava na minha frente, a centímetros de distância, meu corpo tremeu quando vi seus olhos descerem até meu colo. Fiquei paralisada quando ele estendeu a mão para mim, seus dedos roçaram aquela área, afastando meu cabelo, tendo uma visão completa.
— Você ainda carrega essa marca. — Sua voz me torturava enquanto ele entregava um quase imperceptível sorriso. Seus dedos puxaram meu decote, observando o símbolo gravado na minha pele, o sinal do acordo que meu pai fez com ele. — Minha marca.