Ella Ankys
Um mês depois
Está um dia radiante no convento, o sol amanheceu mais brilhante do que o normal ou talvez seja o meu estado de ânimo que estava nas alturas e permanecia inalterado, após a rotina diária de orações, que era seguido por um rígido silêncio que habitualmente rege o lugar austero nas primeiras horas do amanhecer, neste momentos é quebrado pelo som de diferentes timbres de vozes era um dos meus dias prediletos, o ensaio do coral na sala de música, que era realizado três vezes na semana, depois do café da manhã.
Após os ensaios sigo para as tarefas de rotina, sempre sendo observada pelo olhar atento da irmã Mônica, essa nunca deixava nada passar despercebido, na parte da tarde termino outros afazeres que me foi atribuído, porém minha alegria já não é a mesma do período da manhã, nem mesmo a companhia de Lua me traz tranquilidade, sinto meu peito pesar e sufocar como se algo, terrível estivesse prestes a acontecer, talvez necessitasse de mais orações. Me lembrarei de permanecer meia hora a mais na capela.
Quem sabe dessa maneira Deus escute minhas preces por fim e me conceda a tão sonhada liberdade um novo recomeço com a minha irmãzinha longe daqui e mais ainda das garras cruéis de papai? Tenho conhecimento que já estou em uma idade propícia para que ele me arranje um casamento vantajoso, como fui informada que um dia aconteceria, fui treinada desde cedo a ser uma esposa exemplar, ser inquestionavelmente obediente a todas as ordens do marido e sempre manter a boca fechada quando o mesmo estivesse próximo para não irritá-lo, além de outros itens infindáveis de atividades e condutas esdrúxulas que deveria seguir.
As que mais me irritava entre essas regras era as que continham algo relacionado ao contexto sexual do casamento, uma delas é que eu deveria está sempre disponível para satisfazer o meu futuro marido, e para a minha completa humilhação ainda vinha a forma como deveria está o aguardando, sempre depilada, e ansiosa para compartilhar da sua cama, também deveria conceber um bebê dentro de poucos meses depois do matrimônio o que pra mim era o cúmulo do absurdo. Entretanto era um meio de garantir que fosse insolúvel a união estabelecida entre as duas famílias.
Por que papai tinha que ser tão cruel e frio? Me questiono intimamente. Meu futuro casamento seria baseado unicamente pela sua ambição ao poder, a cogitação da palavra amor seria algo impensável no acordo. Nada referente ao que costumava contar todas as noites para Lua nas histórias de princesas com seu almejado final feliz.
Logo um pensamento aterrorizante me nubla os sentidos. Deus Santo! E se papai fosse tão maquiavélico ao ponto de me obrigar a se casar com algum velho decrépito? Minha pele se arrepia em repugnância no mesmo segundo ao imaginar tal situação, infelizmente se esse fosse o caso não poderia me opor contra a sua vontade apenas permitir e suportar que algum velho asqueroso usasse o meu corpo. Sem demora percebo uma gota solitária deslizar por meu rosto. Suportaria algo desse tipo? Acredito que preferiria a própria morte.
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A Obsessão do Italiano - Máfia D'vorak livro 01
RomanceCapa feita por @bannersdaviih ❌️PLÁGIO É CRIME ❌️ A violação dos direitos aurorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como...