Capítulo único

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N/A: A história surgiu de um desafio no Spiritfanfiction e a sugestão foi explorar uma oneshot onde aparecessem as palavras "estrelas", "sala precisa" e "Sirius". Boa leitura!


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Deitado em uma cama grande, com edredons azuis fazendo uma bagunça agradável e aconchegante ao seu redor, Remus suspirou alto. Aquele lugar em Hogwarts era um segredo, apenas seu e dos Marotos. A sala precisa era um lugar onde poderia descansar sempre que precisasse. Era o lugar onde poderia colocar sua cabeça em ordem e pensar com calma no que fazer.

Geralmente era o lugar de onde admirava as estrelas, todas as vezes que a sala fornecia um telescópio apropriado nas noites de céu limpo.

E também era o lugar onde se dava conta de qual era a constelação que mais ocupava seus pensamentos.

Infelizmente aquilo deixava de ter a ver com estrelas muito rapidamente.

Infelizmente, era quase inevitável fechar os olhos e pensar na voz de Sirius e em seu cheiro. Era atordoante imaginar o Black ali, com a respiração fazendo cócegas no pescoço de Remus, seus dedos passeando despretensiosamente sobre os botões da camisa dele e seu corpo afundando o colchão ao seu lado. Era inconsequente imaginar Sirius ali, bem ali, enquanto a mão de Remus descia por seu corpo devagar, tocando os lugares certos até se fechar sobre o volume em sua calça.

Nesses momentos, geralmente Remus se impedia rápido, como se sua própria pele o queimasse ao se tocar. Era uma proibição imposta por ele mesmo. Ele poderia fantasiar com Sirius, mas nunca daquela forma. O Lupin não faria isso, não porque não era prazeroso, mas porque não queria se atirar no penhasco de idealizar cenários que nunca aconteceriam.

Mas, naquela noite, ele não se importava. Ele não se importava, porque já não sabia até quando conseguiria suportar a ideia de Sirius Black ainda estar em sua vida. O que ele havia feito com Severus Snape era insuportável e, por mais que ele quisesse afastar sua mente daquelas lembranças, mesmo em seu lugar preferido tudo voltava a tona. Ele detestava Sirius naquele momento

Ele detestava sua voz.

Sua respiração.

Seus olhos.

Sua pele.

Seu cheiro e suas mãos.

Deuses, ele detestava tanto que não se importava em se masturbar pensando nele. Que a amizade deles fossem para o inferno e as fantasias tomassem conta de sua mente pelo tempo que fosse necessário. Remus queria que seu último pensamento sobre Sirius Black fosse naquele ritmo sujo, não em memórias que o fariam chorar dali a alguns anos pela possibilidade de trazer sua parte mais monstruosa a tona. 

Detestar - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora