Ato 3.1 - Aquela em Osaka

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Tobirama Senju

As luzes da cidade contrastando com os corpos nas ruas era o que deixava as noites na cidade no distrito do entretenimento ainda mais intensas. Os becos escuros com as mulheres bem vestidas mostrando o máximo de pele possível fumando junto com seus clientes em sussuros desesperados por uma foda para garantir a noite deixava o ambiente ainda mais intragável para mim.

Tsc.

Maldita cidade.

Passei os dedos pelo coldre de couro, sentindo a segurança que baby me garantia ali. Duas facas guardadas na jaqueta e uma identidade criada por Kitayama para apresentar para os seguranças na porta do pub mesquinho com dois grandalhões que pareciam armários em minha frente. A adrenalina me dava a sensação de que estava chapada, mas droga nenhuma me deixava tão em alta quanto eu ficava nos momentos que estava prestes a finalizar algum trabalho. O sortudo dessa vez era irmão do maior traficante de armas em todo Japão.

Os Senju eram os filhos da puta com os negócios mais sujos que eu conhecia, há muito tempo queria eu ter metido uma bala na cabeça do mais novo, Tobirama.

Oportunidade, eu tive.

Bolas o suficiente pra fazer isso? Não. Lembrando do quão chapada eu estava.

Agora as coisas eram diferentes, o filho da puta havia matado meu parceiro por suspeita de ter se envolvido com o cartel rival. Yuki nunca iria ter feito tal coisa, eu tinha certeza disso, mas quem iria fazer a cobrança seria eu.

- Você não está vestida para a ocasião, Boneca. - Um dos armários na minha frente falou com um sorrisinho de lado mostrando os dentes amarelados segurando um cigarro. - Tem roupa demais aí.

- Pensei em pegar emprestado uma das roupas da sua mãe mas ela estava ocupada sendo comida. - Rebati o fazendo soltar um riso exasperado, abaixou o rosto olhando no fundo dos meus olhos, o cheiro de cigarro exalava dele mas não me intimidei por seu tamanho. - Tenho hora marcada com o Nara.

- A boneca é abusada, adoraria essa boquinha suja no meu pau. - Me ignorando completamente o filha da puta comentou para o outro que soltou um riso anasalado mostrando os dentes de tubarão. Bufei, eles estavam tirando a paciência que já me faltava.

- Abre logo essa porra ou eu arranco esse teu pau que só conhece tua mão. - Falei entredentes e o mesmo apenas riu, abrindo a porta atrás de si e deixando evidente a arma que estava na cintura.

- Te vejo por aí boneca, na próxima, não ficamos só nas palavras. - Deu uma piscada o que só me fez sentir mais nojo.

A música alta, fumaça de maconha e cheiro de tabaco deixava o pub ainda mais intragável. As luzes neon fazia com que o brilho do suor dos corpos quase nús dançando ali deixassem as coisas excitantes, se eu não estivesse ali a trabalho, com certeza estaria no meio de uma foda com alguém ali.

Cortei pela multidão seguindo para o bar onde o barman se prontificou em me atender, haviam tatuagens por todo o seu corpo mas uma deixava tudo bem claro. O símbolo dos Senju tatuado no seu torso exposto, era um dos que faziam parte do Cartel.

- O que manda, delícia? - Perguntou com um sorriso ladino limpando um copo de vidro, esse tinha uma aparência aprazível, fazia meu tipo.

- Bourbon, puro. - Pedi vendo o mesmo colocar o copo no balcão e pegando a garrafa de Bourbon 1956 na minha frente e colocando o líquido com um olhar de lascívia.

Seus cabelos eram brancos, platinados artificialmente em uma bagunça claramente intencional. Os olhos puxados em uma cor claramente rara de um castanho avermelhado deixando-o com uma aparência claramente exótica. As tatuagens em contraste com a pele branca sendo parcialmente escondida pela camisa de gola alta preta que o deixava com um aspecto sombrio. Ele era gostoso, pra caralho e sabia muito bem disso.

- Você tem bom gosto. - Sorriu ladino encostando o antebraço no balcão empurrando o copo de uísque em minha direção. - Nunca te vi por aqui antes...

- Minha primeira vez aqui. - Respondi sucinta, eu estava suando, o calor daquele pub era infernal. A música que começara a tocar era um soft rock deixando as mulheres quase se esfregando nos homens que as acompanhavam naquela dança sensual. - Ainda estou tentando adivinhar qual é a desse lugar.

- Te garanto princesa, se aqui fosse um lugar, seria a porta entre o paraíso e o inferno. - Piscou de forma maliciosa, levantando um sorriso quase animalesco enquanto o reggaeton envolvente começava a tomar conta do local. Sovi o líquido que desceu rasgando minha garganta afugentando os pensamentos que estavam como névoa escura em minha mente sobre determinados assuntos.

Haviam duas coisas que eu deveria tratar, já que eu era una perra loca segundo o cabrón que me aguentava há anos na organização.

A primeira seria acabar com a raça de outra perra que vinha enlouquecendo meus pensamentos nos últimos dias.

O segundo seria tratar com o cabrón na minha frente que mais parecia um Japa da Yakuza do que um Senju.

Vocês devem saber o que aconteceu com a primeira...

Esbocei um sorriso enquanto observava a pista de dança lembrando do que fiz com aquela cadela, eu parecia uma idiota sorrindo quando o gostosão jogou o pano que estava em seu ombro no balcão e encostou os cotovelos na pedra fria me observando. Aquele bourbon já estava fazendo efeito pois eu já me sentia um pouco tonta, odiava trabalhar assim, mas meu estômago vazio pedia uma bebida pra me esquentar naquele frio que fazia especificamente naquela noite em Osaka.

- Então boneca, o que te traz pra esse muquifo? Normalmente funciona pra corações partidos. - Ele falou com sotaque arrastado e quando se servia de uma das bebidas.

Garçons podem beber em serviço?

- É mais fácil eu mesma partir esses corações, Cabrón. - Rebati tomando o último gole da minha bebida e tentando sentir minha arma no coldre. - Você chama seu próprio trabalho de muquifo?

- Quando se é o dono, você pode chamar do que quiser. - Piscou com malícia contornando o balcão ficando frente a frente comigo. Cruzou os braços fazendo seus bíceps ficarem enormes e deixando minha calcinha ainda mais molhada. Inferno de homem gostoso. - Venha comigo boneca, você vai gostar de conhecer esse lado do pub.

O segui como se fosse a droga de um cachorrinho, minha boceta estava sedenta por ele mas ainda me mantinha alerta. Não devo pensar com a cabeça de baixo. Jamais.

Eu estava armada e pronta pra matar aquele Cabrón.

Seguimos por todo o amontoado de pessoas que dançavam na pista até o final do local, havia uma porta de ferro onde um gigante estava guardando qualquer coisa que havia ali. Apenas com um olhar, foi aberto a passagem para o Senju que me puxou pelo pulso a adentrar o local em que, diferente do amontoado de pessoas dali, havia apenas uma mulher dançando no pole dance sendo agraciada por uma luz vermelha no local.

Se ele resolver me matar aqui, com certeza vai matar essa puta também.

Olhei aos arredores e não encontrei nenhuma câmera no local, apenas um divã vermelho em frente ao pole dance.

- Acha melhor esse lugar longe de toda a algazarra? - Perguntou fazendo uma trilha em meu corpo com aqueles olhos felinos.

Eu estava fodida, de um jeito, ou de outro.

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Parte dois logo vem galerinha, muito obrigado pelo carinho nesse recomeço ❤️

Icha Icha Project - Remastered VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora