"E sim, para que você saiba, foi amor à primeira vista. Eu me apaixonei completamente e de forma irreversível por você. No momento em que te vi, soube que minha vida nunca mais seria a mesma."
Paris, França. 1920.
Park Jongseong não tinha muitos motivos para viver.Todavia, não é como se tivesse escolha.
Vindo de uma família pura de vampiros, estava condenado a vida eterna, e agora tendo alguns séculos de idade, tal afirmativa não parecia nem um pouco empolgante.
Além disso, o próprio conceito de viver nunca fez muito sentido para o Park.
Viver, verbo intransitivo, significa ter vida, estar com vida.
Soava um pouco irônico, afinal era um vampiro, tecnicamente, não estava vivo e ainda assim tinha que viver como qualquer humano comum.
Com dores e sentimentos.
E por falar neles, os temidos sentimentos, o que nos leva a outro conceito que foi sempre muito intrigante para o vampiro.
O amor.
Se bem que isso é intrigante para todos nós, criaturas ou não.
Acontece que Park Jongseong amava a ideia do amor.
Durante anos assistiu diversos casais e presenciou vários tipos de amores românticos.
Primeiros amores, amores por acaso, inimigos que se apaixonaram, amigos que descobriram que se amavam, amores possessivos (esses não eram tão agradáveis de se assistir) e amores que infelizmente não tiveram um final feliz.
Também presenciou o amor de almas-gêmeas que conseguiam sempre se encontrar, não importava quantas vidas tivessem.
A Partir de então, para Jongseong a vida só valeria a pena se ele pudesse amar.
No entanto, nunca aconteceu.
Procurou o amor por todos os cantos, e ninguém fez com que sentisse metade do que os humanos relataram sentir quando se apaixonaram, pensou ser por culpa da sua espécie, porém, também havia conhecido vampiros que quase morreram de amor, e foi através desses que consequentemente acabou descobrindo que um vampiro só se apaixona uma vez na vida, como se fosse uma maldição, viver para sempre com esse sentimento, se tornando quase uma tortura se não fosse correspondido.
E mesmo assim, por que parecia não funcionar com ele?
Conheceu mulheres, homens, sejam eles humanos ou vampiros, mas ninguém o fez sentir uma faísca sequer.
Talvez não houvesse ninguém procurando por ele, talvez nem mesmo tivesse uma alma-gêmea, talvez estivesse destinado a ficar sozinho pelo resto de sua existência.
{...}
Em 3 de março de 1920, Park Jongseong havia desistido de procurar pelo amor, se contentaria em ser apenas um telespectador de vidas alheias, não apenas das físicas, mas também das que vivem no papel.O céu de Paris já se encontrava em tons cinzentos, e apesar de ainda estar claro, não era mais possível ver o sol, aparência típica dos fins de tarde do inverno francês.
Por conta do frio rigoroso poucas pessoas circulavam pelas ruas, Jongseong também não era o maior degustador do inverno, odiava quando suas roupas ficavam cobertas de neve e o chão era demasiado escorregadio, em geral, preferia frequentar países com um clima tropical, no entanto, Paris possuía a melhor livraria que o Park já havia frequentado, a Donné-Pris.
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Different Year, Same Love. • Jaywon
FanfictionApós perambular pelo mundo por séculos, o vampiro Jongseong já não tinha mais esperanças de viver um amor, isso até conhecer Jungwon, um vampiro assim como ele. No entanto, quando finalmente acredita ter encontrado seu "felizes para sempre" (litera...